Esta preocupação, que há muito devia ser permanente e não sazonal, é das mais prementes, já que Portugal continua a ocupar, nesta matéria, lugares pouco recomendáveis no contexto europeu. Definida como a situação em que as famílias não têm capacidade de aquecer ou arrefecer as suas casas adequadamente ou de satisfazer outros serviços energéticos a um custo aceitável, a pobreza energética continua a marcar, e muito, o caminho imperativo de transformar os cidadãos em agentes ativos da famigerada transição justa e verde.
Diversos estudos evidenciam que a pobreza energética tem consequências na saúde da população, nas suas condições de vida e de conforto, constituindo um fator fortemente associado às situações de pobreza e exclusão social.
De acordo com dados recentes do Índice de Pobreza Energética Europeia, Portugal é o 25.º país (dos 28) no ranking de pobreza energética a nível doméstico na UE. Mais de 45% da população portuguesa não consegue aquecer as suas casas. É dramático!
A pandemia e os confinamentos daí resultantes expuseram as fragilidades do parque edificado mais antigo e por recuperar no país, e medidas como o Programa de Apoio a Edifícios mais Sustentáveis dão uma ajuda, mas sejamos realistas: não chega! É preciso avançar com políticas públicas robustas e firmes, que coloquem o cidadão no papel ativo da mudança, consciente e informado, no sentido de entender o que está em causa.
É por isso que, nesta primeira edição de 2021, pode ler vários trabalhos sobre a Energia Solar Térmica e a sua importância no contexto não só das renováveis, como também do conforto térmico, eficiência e transição energéticas.
Também diretamente relacionado com o tema, leia a entrevista a Nuno Ribeiro da Silva, Presidente da Endesa Portugal, que reflete, entre outros temas, sobre a importância de colocar o cidadão no centro da mudança energética.
Combater a pobreza energética é não só uma obrigação enquanto país, como também uma missão em jeito de paradigma: o caminho para uma Europa mais justa, mais verde e coesa também tem de passar por isto. E, de uma vez por todas, sem igualdade energética, não há caminho para uma sociedade mais justa!
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