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EFRIARC | Entrevista a Cláudia Casaca

Joana Peres29/12/2025

"A crescente participação dos associados, o reconhecimento do setor, a qualidade das iniciativas desenvolvidas e a consolidação da missão da EFRIARC como agente promotor de conhecimento, inovação e boas práticas confirmam que se avançou de forma sólida e consistente."

Cláudia Casaca terminou recentemente o seu mandato como presidente da EFRIARC - Associação Portuguesa dos Engenheiros de Frio Industrial e Ar Condicionado, exercido no biénio 2023-2025. À saída da liderança da Associação, quisemos saber que balanço faz deste período e que legado considera ter deixado para o biénio 2025-2027, numa conjuntura marcada por profundas exigências técnicas, regulamentares e ambientais no setor AVAC-R.

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Que balanço faz dos anos em que esteve à frente da EFRIARC?

O período em que assumi a presidência da EFRIARC foi marcado por um trabalho de continuidade das direções que me antecederam bem como por uma atuação consistente no sentido de fortalecer a posição técnica e institucional da Associação num setor em rápida transformação. Desde o início do mandato que procurei consolidar a presença da EFRIARC no setor, aproximar os profissionais, dinamizar ações de formação e promover iniciativas que valorizassem o conhecimento em AVAC-R. Paralelamente, na minha direção reforçámos a presença da Associação em grupos de trabalho e iniciativas nacionais e europeias, contribuindo para debates regulamentares e técnicos relevantes para o futuro do setor.

O balanço que faço é, por isso, muito positivo. A crescente participação dos associados, o reconhecimento do setor, a qualidade das iniciativas desenvolvidas e a consolidação da missão da EFRIARC como agente promotor de conhecimento, inovação e boas práticas confirmam que se avançou de forma sólida e consistente. Estes resultados refletem o empenho de todos os que colaboraram com a Associação e confirmam a importância de manter uma visão estratégica centrada na valorização do setor e na promoção contínua da excelência técnica.

Que legado gostaria de deixar associado ao seu mandato?

Gostaria de deixar como legado uma EFRIARC mais agregadora, mais visível e mais próxima dos profissionais e das instituições que dão corpo ao setor. Desde o início do mandato, foi prioridade desta direção reforçar a capacidade de intervenção da Associação, tornando-a mais presente nos debates estratégicos, mais próxima dos profissionais e empresas, e mais exigente na aplicação de práticas rigorosas, responsáveis e alinhadas com as exigências regulamentares e tecnológicas atuais.

A modernização de alguns dos processos internos, a criação de mecanismos de comunicação mais ágeis e a dinamização de atividades técnicas foram prioridades assumidas desde o início. Esforçamo-nos para promover iniciativas que valorizassem o conhecimento técnico, desde palestras, tardes técnicas e seminários até à consolidação da AVAC Magazine como meio de disseminação de boas práticas e tecnologia.

Outro aspeto central do legado que se ambiciona deixar é o reforço do papel institucional da EFRIARC junto das entidades reguladoras e decisores políticos. Trabalhámos para que a Associação continuasse a ser reconhecida como parceiro qualificado, contribuindo para discussões técnicas e regulamentares fundamentais para a evolução do setor sempre que nos foi solicitado.

Pretendo, por isso, que este mandato seja recordado como um período de abertura, colaboração e de consolidação de uma estratégia orientada para a qualificação, inovação e serviço ao setor AVAC-R.

“A transição para fluidos com menor Potencial de Aquecimento Global, no âmbito do novo Regulamento F-gases, coloca desafios significativos sobre fabricantes, projetistas, instaladores e todos os técnicos do setor, exigindo novas competências, novas soluções e reavaliação de metodologias de projeto e gestão de manutenção.”

Na sua perspetiva, quais são hoje os desafios mais prementes para o setor AVAC-R em Portugal?

O setor enfrenta desafios significativos, impulsionados por exigências ambientais cada vez mais rigorosas, pela necessidade de maior eficiência energética e pela transição para soluções tecnológicas mais sustentáveis.

O setor AVAC-R enfrenta hoje um conjunto de desafios estruturais que exigem uma resposta coordenada, tecnicamente rigorosa e alinhada com as metas nacionais e europeias em matéria de energia, clima e qualidade ambiental. Um dos aspetos mais críticos diz respeito ao cumprimento das exigências ambientais, nomeadamente a redução de emissões diretas e indiretas associadas aos sistemas térmicos. A transição para fluidos com menor Potencial de Aquecimento Global, no âmbito do novo Regulamento F-gases, coloca desafios significativos sobre fabricantes, projetistas, instaladores e todos os técnicos do setor, exigindo novas competências, novas soluções e reavaliação de metodologias de projeto e gestão de manutenção.

A eficiência energética continua a ser outro eixo fundamental. Os edifícios enfrentam requisitos cada vez mais rigorosos em matéria de desempenho térmico e consumo energético, o que implica maior precisão no dimensionamento dos sistemas, melhor integração entre componentes e uma abordagem de ciclo de vida que minimize consumos e custos operacionais. Paralelamente, a digitalização, a monitorização inteligente de sistemas e a integração de soluções baseadas em IoT estão a transformar profundamente a forma como projetamos, instalamos e mantemos sistemas de AVAC-R, exigindo atualização constante de competências. Sem nunca tirar o objetivo de conforto dos ocupantes ou a eficácia dos processos industriais.

Outro desafio crítico é a escassez de mão-de-obra qualificada. O setor necessita de técnicos e engenheiros bem preparados, capazes de acompanhar a evolução dos regulamentos, das tecnologias e das exigências operacionais. Este défice de recursos humanos qualificados condiciona a capacidade de resposta do mercado e limita a velocidade de adoção de tecnologias mais avançadas. Adicionalmente, existe uma dificuldade crescente em atrair e reter jovens para a área, muitas vezes por desconhecimento das oportunidades profissionais, pela perceção desatualizada da atividade ou pela forte concorrência de outros setores tecnológicos. Reverter esta tendência exige um esforço conjunto: dar maior visibilidade ao papel estratégico do AVAC-R na transição energética, promover percursos formativos alinhados com as necessidades reais do mercado e criar condições para carreiras mais atrativas e tecnicamente valorizadas.

Em síntese, os desafios atuais convergem para a necessidade de adaptação regulamentar, eficiência e sustentabilidade, qualificação e retenção de recursos humanos, e integração tecnológica. A capacidade de resposta a estes desafios será determinante para garantir a competitividade e a evolução sustentável do setor em Portugal.

Que caminhos considera importantes para a EFRIARC seguir nos próximos anos?

A EFRIARC deverá aprofundar a colaboração com as empresas do setor, promovendo ações de formação pontuais e orientadas para necessidades concretas do mercado, de modo a dinamizar a atividade e apoiar a atualização tecnológica contínua. Será igualmente importante reforçar iniciativas que aproximem os jovens da engenharia, destacando a relevância crescente das áreas de AVAC-R no contexto da eficiência energética, da qualidade do ar interior e da transição energética e descarbonização. Paralelamente, a Associação deverá continuar a investir na transferência de conhecimento técnico, no acompanhamento das evoluções regulamentares e na promoção de práticas que contribuam para a inovação e para a qualificação especializada do setor, consolidando o seu papel como referência nacional em engenharia de climatização e refrigeração, e continuando a colaborar com as entidades internacionais.

Nesse sentido é importante reforçar a colaboração com instituições de ensino, entidades reguladoras, associações e empresas fomentando discussões importantes para o setor e potenciando projetos que contribuam para a inovação, para a qualificação dos profissionais e para um setor cada vez mais forte e capaz de dar resposta aos desafios emergentes.

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