Nuno Roque, diretor-geral APIRAC
12/11/2025
No segmento ventilação, são protagonistas as UTAs e permutadores recuperadores autónomos ar-ar. Na vertente expansão direta, particular realce para os mono-splits (≤ 7 kW), para os Multi Split e para os equipamentos VRF água-ar. Entre os hidrónicos, de registar o aumento verificado nos chillers água-água.
Já em 2025, de acordo com dados recolhidos pela EHPA a nível europeu, as vendas de bombas de calor aumentaram 9% no primeiro semestre. Foram vendidas 980 mil unidades, em comparação com 898 mil no primeiro semestre de 2024.
Trata-se de uma recuperação ligeira, mas desigual. Os consumidores estão desmotivados devido às mudanças nos programas nacionais de subsídios, ao desafio do custo de vida e às contas de eletricidade mais elevadas em comparação com o gás. São necessárias reformas estruturais para ajudar o setor europeu das bombas de calor a cumprir os objetivos de energia limpa, indústria europeia e segurança energética.
A transição dos fluidos frigorigéneos sinaliza um estágio para a evolução do setor e das suas aplicações tecnológicas. Por seu turno, a EPBD reconhece amplamente as bombas de calor como a opção disponível para cobrir as necessidades energéticas dos edifícios com emissões nulas.
Também a Diretiva Energias Renováveis revista reconhece as bombas de calor como uma tecnologia que contribui para o objetivo global em matéria de energias renováveis e garante a segurança do aprovisionamento energético.
A estratégia REPowerEU, apela à implantação acelerada das bombas de calor: “A União Europeia deve procurar duplicar a atual taxa de implantação de bombas de calor individuais, resultando num acumulado de 10 milhões de unidades nos próximos cinco anos”.
A Lei da Indústria Net Zero, reconhece as bombas de calor e as bombas de calor geotérmicas como uma tecnologia-chave essencial para atingir as metas de zero emissões líquidas.
A definição de habitação a preços acessíveis associada a normas mínimas de desempenho energético é necessária e bem-vinda. Condições acessíveis significa habitação que não só é baixa em termos de renda ou preço de compra, mas também garante baixos custos de exploração energética que podem ser alcançados através da adoção de tecnologias limpas, tais como bombas de calor.
Ao promover requisitos mínimos de eficiência energética para sistemas de aquecimento e arrefecimento em projetos de habitação a preços acessíveis, Portugal impulsionará a descarbonização, que é fundamental para alcançar os objetivos energéticos e climáticos da União Europeia. A substituição de sistemas baseados em combustíveis fósseis por soluções renováveis, como as bombas de calor, é fundamental para esta transição.
As bombas de calor podem oferecer capacidades de aquecimento e arrefecimento. Além disso, estes sistemas podem capturar o calor residual gerado durante o arrefecimento ou ventilação e reutilizá-lo para fins de aquecimento, incluindo aquecimento de espaços e fornecimento de água quente. Esta abordagem integrada permite a descarbonização total e reduz os custos de eletricidade devido à elevada eficiência energética destas tecnologias.
A APIRAC recomenda ao Governo que associe explicitamente normas mínimas de desempenho energético à instalação obrigatória de tecnologias limpas, como as tecnologias de bombas de calor, em projetos de habitação a preços acessíveis.
Instamos o Governo de Portugal a respeitar e a aplicar plenamente as iniciativas e os quadros legislativos e regulamentares existentes e recomendamos que inclua o princípio da eficiência energética e da qualidade ar interior em primeiro lugar. É necessária uma abordagem mais ampla e inclusiva para alcançar os objetivos sociais e climáticos da UE em Portugal.


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