Uma UTA integra, tipicamente, diversos componentes como ventiladores, filtros de ar, permutadores de calor, secções de mistura, atenuadores acústicos, sistemas de controlo de humidade e secções de recuperação de energia. A especificação técnica e o desempenho de cada um destes componentes e secções impactam diretamente os requisitos normativos, os consumos energéticos e os níveis de conforto higrotérmico.
Neste contexto, a normalização europeia é essencial para garantir a conformidade com requisitos de desempenho, segurança e eficiência. A utilização de normas harmonizadas permite a padronização dos critérios de projeto, fabrico, instalação e manutenção das UTAs, assegurando que estas cumpram os requisitos regulamentares e funcionais dos Estados-Membros da União Europeia (UE).
A norma EN 1886 constitui uma das principais referências técnicas no que respeita à caracterização mecânica das UTAs. Esta norma estabelece os métodos de ensaio e os critérios de avaliação para parâmetros como resistência mecânica da estrutura, estanquidade ao ar, estanqueidade térmica, isolamento térmico e resistência à pressão. O cumprimento da EN 1886 permite comparar objetivamente o desempenho construtivo de diferentes unidades, assegurando elevados padrões de qualidade e durabilidade.
Complementarmente, a norma EN 13053 define os requisitos de desempenho e os métodos de ensaio das UTA’s como produtos funcionais completos, abrangendo critérios como eficiência dos permutadores, caudal de ar, perdas de carga, eficiência da recuperação de calor e níveis sonoros. Esta norma é essencial para o correto dimensionamento e seleção das UTAs, especialmente em projetos com requisitos específicos de eficiência energética ou de um controlo do ambiente interior rigoroso.
A adoção das normas europeias permite ainda o alinhamento com diretivas comunitárias como a Diretiva de Eficiência Energética dos Edifícios (EPBD) e os requisitos de Ecodesign estabelecidos pelo Regulamento (UE) 1253/2014. Esta regulamentação impõe limites mínimos de eficiência energética e define obrigações de conceção ecológica para ventiladores e unidades de ventilação, reforçando a necessidade de conformidade normativa por parte dos fabricantes e projetistas.
Em resumo, a aplicação rigorosa das normas europeias no âmbito das UTAs assegura elevados níveis de qualidade, segurança, eficiência e interoperabilidade técnica entre os diversos intervenientes do Setor. A normalização é, portanto, uma ferramenta indispensável para o desenvolvimento de soluções de climatização sustentáveis, compatíveis com os objetivos ambientais e regulamentares da UE, e alinhadas com as melhores práticas de engenharia.
Por este motivo, nos próximos Boletins Técnicos da APIRAC, em concreto do n.o 72 a 75, dentro da rúbrica “Sabia Que…”, iremos apresentar os principais requisitos das normas supramencionadas, revigorando a importância da normalização.


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