Universidade de Coimbra apresenta soluções para garantir resiliência da rede elétrica

A Universidade de Coimbra (UC), através do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCTUC), vai apresentar no próximo dia 25 de junho, pelas 14h30, os resultados do projeto europeu BungEES – Building Up Next-Generation Smart Energy Services Offer and Market Up-take, que tem como foco principal o desenvolvimento de serviços energéticos inteligentes, com ênfase na flexibilidade da procura e na eficiência energética em edifícios.

O evento, que terá lugar na sede da Ordem dos Engenheiros da Região Centro, em Coimbra, resulta de uma colaboração entre a academia e a Ordem e insere-se num esforço europeu alargado de promoção de soluções que tornem a rede elétrica mais resiliente perante cenários de elevada pressão ou potenciais interrupções de fornecimento.

Ao longo dos últimos dois anos e meio, a equipa do ISR tem vindo a testar um conjunto integrado de serviços em mais de 100 projetos piloto distribuídos por cinco países europeus: Portugal, Espanha, França, República Checa e Eslováquia. Entre eles, destaca-se o piloto instalado no Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores da FCTUC, que está a testar a orquestração de tecnologias como painéis solares fotovoltaicos, baterias de armazenamento, carregadores inteligentes de veículos elétricos e bombas de calor controladas por termóstatos inteligentes.

Segundo o coordenador do projeto, Nuno Quaresma, os resultados preliminares são “muito promissores”. “A conjugação inteligente de diferentes serviços energéticos permite reduzir consumos desnecessários, eliminar desperdícios e tirar partido da energia produzida localmente, com poupanças energéticas muito significativas”, afirma.

Além da componente técnica, o projeto BungEES tem também uma forte vertente de inovação comercial. Está em desenvolvimento um modelo de negócio assente na venda de pacotes integrados de serviços de energia, que combina eficiência, flexibilidade da procura, produção descentralizada e armazenamento. Este modelo visa facilitar a adesão por parte dos consumidores e fomentar a atuação das empresas de serviços energéticos como agentes dinamizadores da transição energética.

“O projeto procura demonstrar que é possível alinhar os interesses dos consumidores com os objetivos do sistema elétrico nacional e europeu, promovendo uma maior utilização das energias renováveis, otimizando custos e, sobretudo, reforçando a estabilidade da rede”, sublinha Nuno Quaresma.

Com um horizonte europeu e um forte enraizamento local, o BungEES surge como resposta concreta aos desafios impostos pela eletrificação crescente dos edifícios e pela volatilidade da produção renovável. Ao integrar diferentes tecnologias e promover uma gestão ativa da procura, o projeto posiciona-se como um contributo relevante para o futuro sustentável do setor energético.