A pressão para reduzir o impacto ambiental das instalações frigoríficas é um dos motores da mudança. A legislação europeia, nomeadamente o Regulamento dos Gases Fluorados revisto (F-Gas), impõe restrições cada vez mais rigorosas à utilização de refrigerantes com elevado potencial de aquecimento global (GWP). Este cenário está a acelerar a transição para alternativas naturais, como o CO2 (R-744), amoníaco (R-717) e hidrocarbonetos, que embora mais sustentáveis, implicam alterações significativas na conceção, operação e manutenção dos sistemas.
A escolha de refrigerantes naturais levanta também desafios técnicos e de segurança, exigindo formação especializada e novos padrões de instalação, sobretudo em setores como a indústria alimentar, logística e farmacêutica, onde os sistemas de frio são críticos.
Com os custos da energia ainda elevados e a necessidade de reduzir a pegada de carbono, a eficiência energética continua a ser uma prioridade. A integração de soluções como sistemas de controlo inteligente e recuperação de calor está a tornar-se cada vez mais comum. Muitos operadores apostam em projetos de requalificação de instalações antigas, substituindo equipamentos obsoletos por tecnologias mais eficientes e compatíveis com as exigências atuais.
A recuperação de calor, em particular, está a ganhar destaque. Ao aproveitar o calor residual gerado pelos sistemas de refrigeração, é possível alimentar circuitos de aquecimento de água ou climatização, reduzindo o consumo global de energia e aumentando a sustentabilidade da operação.
A digitalização está a transformar a forma como os sistemas de frio industrial são geridos. Soluções de monitorização remota, sensores IoT e plataformas baseadas em inteligência artificial permitem um controlo em tempo real das instalações, otimizando o desempenho e prevenindo falhas.
A manutenção preditiva, suportada por dados e algoritmos de análise, está a substituir os modelos tradicionais de manutenção reativa. Esta abordagem aumenta a fiabilidade dos equipamentos, prolonga a sua vida útil e reduz custos operacionais, vantagens particularmente relevantes em setores que operam 24/7 e onde paragens inesperadas podem ter consequências graves.
Apesar dos avanços tecnológicos, o setor enfrenta um desafio estrutural: a falta de técnicos qualificados. A complexidade crescente dos sistemas, que conjugam engenharia mecânica, eletrónica e software, exige competências multidisciplinares. A atratividade limitada da profissão entre os jovens e a saída de profissionais experientes por reforma agravam o problema.
A aposta na formação técnica, em parcerias entre empresas e instituições de ensino, é fundamental para garantir a sustentabilidade do setor a médio prazo. Sem profissionais qualificados, mesmo as soluções mais avançadas correm o risco de falhar na prática.
Em 2025, o frio industrial não pode ser visto como um sistema isolado. A tendência é para a integração com outras infraestruturas energéticas e de climatização, promovendo uma abordagem holística aos edifícios e às unidades industriais. A utilização de bombas de calor, o acoplamento com sistemas fotovoltaicos ou a partilha de energia térmica entre diferentes processos são exemplos de soluções integradas que ganham relevância.
A exigência é clara: responder à crescente procura por sistemas de refrigeração mais eficientes, ecológicos e inteligentes, sem comprometer a segurança e a fiabilidade. As empresas que souberem adaptar-se a este novo paradigma, com inovação, visão estratégica e investimento em competências, vão estar melhor posicionadas para liderar o futuro do frio industrial.
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