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Para maior resiliência do abastecimento de eletricidade

GEOTA exige reforço da aposta na eficiência energética e na produção descentralizada de energias renováveis

30/04/2025
Face ao apagão geral de 28 de abril que deixou dezenas de milhões de consumidores sem acesso a eletricidade, o Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA) reconhece que a análise rigorosa das causas pode demorar, mas urge esclarecer rapidamente a população sobre um episódio único na história recente.
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“Em momentos críticos como este, serão encontrados bodes expiatórios e falsas soluções. Opiniões avulsas não se podem sobrepor a uma análise transparente, técnica e ponderada dos acontecimentos”, alertou em comunicado Miguel Macias Sequeira, vice-presidente do GEOTA e investigador na Universidade NOVA de Lisboa.

De acordo com o comunicado, "o sistema elétrico ibérico já operou inúmeras vezes com percentagens elevadas de energias renováveis sem qualquer constrangimento. A importação-exportação de eletricidade entre Portugal e Espanha é um processo permanente com benefícios para ambas as partes. Sendo certo que, nos últimos tempos, Portugal tem tido um saldo importador, o nosso País continua a ter capacidade de produção despachável nas centrais termoelétricas a gás natural e em centrais hidroelétricas de albufeira, que lhe permite ser auto-suficiente".

A importação dentro do mercado ibérico dá-se por motivos meramente económicos, sendo que, no dia 28, durante algumas horas, Portugal estaria a ser pago para consumir eletricidade de Espanha. "Ao contrário do que algumas vozes vêm a defender, a solução não é nem a reabertura das centrais a carvão (na prática substituídas pelas centrais a gás) nem a energia nuclear (extremamente cara, de construção demorada, com riscos conhecidos, pouco resiliente face a perturbações, e perpetuadora do modelo de rede assente em mega-centrais)".

Em alternativa, o GEOTA destaca soluções que reúnem consenso entre especialistas: "desde logo e em primeira prioridade, reduzir significativamente as necessidades através da eficiência energética (algo inscrito há muito nos planos energéticos nacionais, mas na realidade ainda pouco apoiado); promover a flexibilidade da produção e consumo como parte de uma moderna rede inteligente; aumentar de forma racional a capacidade de armazenamento através de baterias; modernizar as redes de transporte; melhorar os sistemas de alerta e de resposta para estabilização da rede".

Reconhece-se ainda "a necessidade de manter operacionais as centrais de ciclo combinado a gás natural, com utilização decrescente, mas ainda relevantes para o equilíbrio do sistema. Esta mudança de paradigma do sistema elétrico obriga a uma reestruturação do funcionamento do mercado de eletricidade".

Neste contexto, o GEOTA reivindica uma maior aposta na eficiência energética, e na produção de energia renovável descentralizada, em autoconsumo e comunidades de energia. Além de todas as outras vantagens ambientais, sociais e económicas, esta abordagem promove a resiliência e segurança do abastecimento de eletricidade em situações de crise.

Ainda assim, Miguel Macias Sequeira avisa que “no modelo atual, a grande maioria dos sistemas fotovoltaicos estão acoplados à rede elétrica e desligam-se em caso de apagão”, recomendando que “se pondere a instalação de energia solar com capacidade para operar desconectada da rede elétrica, em algumas localizações críticas, para resposta a estes eventos muito raros, mesmo que tal comporte custos superiores”.

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