Neste cenário, o Prémio APREN afirma-se como uma tentativa de aproximação entre a Academia e o tecido empresarial, promovendo o talento emergente e o conhecimento técnico-científico. Instituído, em 2015, pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), este galardão visa distinguir os melhores trabalhos académicos de mestrado (anualmente) e doutoramento (bienalmente) no domínio da eletricidade de origem renovável.
A sua missão vai muito além do reconhecimento de mérito individual, pois o Prémio APREN procura disseminar conhecimento, estimular a investigação, o desenvolvimento e a inovação aplicados e criar pontes concretas entre o meio académico e o setor renovável.
A 10.ª edição do Prémio APREN confirma o prestígio crescente desta iniciativa e a sua capacidade de mobilizar talento de várias regiões do país. O júri, presidido por Jorge Vasconcelos (NEWES), integra representantes de instituições académicas e entidades do setor energético como a FEUP, Universidade do Minho, Universidade de Aveiro, ISCTE, FCT-NOVA, R&D Nester, FCUL, Direção-Geral de Energia e Geologia, IST, Universidade de Évora e Laboratório Nacional de Energia e Geologia. Esta diversidade assegura uma abrangência de diferentes temas e uma avaliação rigorosa dos projetos submetidos, garantindo que os trabalhos distinguidos reúnem mérito técnico, relevância temática e aplicabilidade prática.
Esta ligação é fundamental para colmatar a atual necessidade de uma formação e capacitação especializada e adaptada às exigências atuais do setor energético, de forma a assegurar o cumprimento das metas ambiciosas estabelecidas ao nível europeu e nacional. A escassez de talento qualificado é um dos principais desafios identificados no setor e afeta transversalmente áreas técnicas e científicas, mas também áreas complementares como, por exemplo, a jurídica as económicas e de gestão. É igualmente essencial que existam políticas públicas que apoiem e estejam alinhadas com esta necessidade, por forma a promover a retenção de talento em Portugal.
Estima-se que, para cumprir as metas definidas pelo plano REPowerEU, sejam necessários mais de 3,5 milhões de empregos adicionais nas energias renováveis até 2030, em comparação com os cerca de 1,8 milhões registados em 2023. Este crescimento representa uma oportunidade extraordinária, mas exige também uma resposta eficaz por parte das instituições de ensino superior e formação técnica profissional. Cursos mais adaptados, programas multidisciplinares e estágios em contexto real de trabalho são apenas algumas das respostas necessárias para preparar os profissionais do futuro.
Complementarmente às suas iniciativas já consolidadas, a APREN integrou recentemente o projeto europeu Shorewinner, aprovado pela Comissão Europeia, que visa o desenvolvimento de competências para profissionais da energia renovável offshore. Com duração prevista de quatro anos (2024–2027), aposta numa abordagem inovadora de ensino e formação vocacional, focada no sul da Europa, promovendo a colaboração entre instituições de ensino e a indústria. Através da criação de ecossistemas locais com base nos Centros de Excelência Vocacional (CoVEs), pretende-se fomentar uma rede sólida de formação técnica de excelência, que inclua programas de estágio, intercâmbios, workshops e seminários alinhados com a dupla transição verde e digital.
Iniciativas como estas provam que é possível direcionar a formação e capacitação, tanto ao nível académico como do ensino profissional técnico, às necessidades da transição energética, criando valor não apenas para os profissionais envolvidos, mas para todo o país.
Só através de um diálogo constante entre a academia, centros profissionais de excelência e as empresas do setor, é possível consolidar uma boa base que permita identificar lacunas, antecipar tendências e alinhar currículos com as necessidades do mercado.
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