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APAL promove economia circular na construção

Alexandra Costa12/07/2023
Produzir alumínio reciclado exige muito menos energia e liberta uma quantidade substancialmente inferior de CO2. Com a vantagem (adicional) de ser um material que pode ser 100% reciclado e que mantém as suas características independentemente das vezes que seja reciclado.
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Sustentabilidade. Economia circular. Termos cada vez mais utilizados e que agora chegam (em força) ao setor da construção. Quer por a sociedade ter, hoje, maior consciência ambiental, mas, também, por pressão da Comissão Europeia, que quer diminuir o impacto dos edifícios nas emissões de carbono.

A APAL - Associação Portuguesa do Alumínio aproveitou o dia de hoje – 5 de junho, Dia Mundial do Ambiente – para chamar à atenção para o potencial do alumínio – que afirma, ser 100% reciclável, sem perder as suas qualidades, sendo que este pode ser usado em muito mais do que “apenas” janelas. O problema, refere Rui Abreu, presidente da associação, é que as pessoas não sabem o que já existe em matéria de alumínio. Sendo que a reciclagem deste material, em Portugal, é especialmente importante, dado que o país não produz alumínio primário. Em compensação o círculo de reciclagem – na construção – já está todo montado. “Temos na parte da construção e indústria, a recolha da sucata já praticamente efetiva, praticamente completa na altura da demolição ou renovação”, afirma Rui Abreu, acrescentando que as empresas que fazem a demolição ou a renovação sabem que a sucata de alumínio “é algo que tem um valor importante e então entregam-o às unidades de reciclagem”. Segue-se todo o processo de fundição e produção de matéria-prima para voltar a ser utilizado.

“Em Portugal todo este processo já é feito”, constata o presidente da APAL, que acrescenta que a sociedade conhece apenas parte de um ciclo que existe, de forma completa, e que funciona. Claro que os valores da reciclagem têm de aumentar. Um estudo da European Aluminium diz que a reciclagem do alumínio deverá ser 50% em 2050 para podermos atingir a neutralidade carbónica. “Nalgumas áreas a recuperação da sucata de alumínio é quase 100% - na parte da construção e indústria”, aponta Rui Abreu.

E Portugal? Os valores são muito semelhantes, assegura o presidente da APAL, que explica que as empresas que tratam da demolição ou renovação conseguem reduzir os seus custos porque vendem a sucata. “A única sucata que, neste momento, está muito atrasada em relação à recolha é a sucata do consumidor final”, constata. Quando se fala em consumidor final há que considerar duas situações: as pessoas que fazem renovações em casa e que não têm ideia do valor monetário do alumínio antigo (as janelas, por exemplo) – mas as empresas que tratam da obra sabem – e o outro alumínio que, esse sim, escapa quase por completo à reciclagem: as latas de refrigerantes.

Ao contrário de outros materiais o não aproveitamento do alumínio – diga-se ir parar a um aterro – não provoca danos no meio ambiente. O que pode acontecer, brinca Rui Abreu, é no futuro “andarmos a escavar os aterros para ir buscar o alumínio que lá se encontra”.

No processo de reciclagem e aproveitamento a indústria está mais avançada. Seja por controlo de custos ou porque a fiscalização – em termos ambientais – que lhe é feita obriga a dar destinos aos resíduos que produzem. “Não há indústria no país que pegue num quilo de alumínio e o deite fora”, afirma convicto Rui Abreu, que aponta que a indústria do alumínio soube manter o círculo, valorizando e tornando atrativa toda a recolha e toda a separação da sucata.

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Vantagens do alumínio reciclado

A grande vantagem do alumínio, face aos outros materiais, explica o presidente da APAL, é que é preciso menos energia “na hora de reciclar” para fazer novo alumínio. Para termos uma ideia “são necessários 14 quilowatts/hora para produzir uma tonelada de alumínio”, enquanto para produzir a mesma quantidade de alumínio reciclado apenas é preciso 1 quilowatt/hora. E em termos de produção de CO2? “A China, que tem a base da produção do alumínio usando o carvão – o que significa que para fazer um quilo de alumínio liberta 20 kgs de CO2”, aponta Rui Abreu, que esclarece que a média mundial ronda os 17 kgs. Já a Europa é “muito consciente e tenta encontrar alumínio com uma menor pegada de CO2”. A prova é que “segundo as estatísticas na União Europeia o metal que importamos tem uma pegada de 10”. Isto significa, explica Rui Abreu, que a Europa já tenta ir buscar (a matéria-prima, diga-se o alumínio) aos sítios mais próximos possível.

Há um outro dado interessante. A maioria do alumínio produzido na UE usa, na sua produção, energias renováveis. “A Islândia usa a energia geotérmica”, exemplifica o presidente da APAL, que acrescenta que à medida que a adesão às energias renováveis aumenta diminuem os valores de CO2 associados à produção do alumínio. A Islândia é um bom exemplo. Ao utilizar, a 100%, a energia geotérmica, o único CO2 que produz está associado ao transporte.

O recurso às energias renováveis permite que a média europeia baixe para os 6,7 (kgs de CO2). “O mais interessante é que a reciclagem consome 0,5 quilos de CO2 por cada quilo de alumínio produzido”, constata Rui Abreu, que acrescenta que a sustentabilidade da economia está no controle da energia. “Se produzirmos as mesmas coisas com menos energia estamos a ser mais sustentáveis do que no dia anterior”, aponta.

Os números são muito positivos, mas há ainda que diminuir de 0,5 para zero. E aí, afirma Rui Abreu, os governos não estão a ir com a mesma velocidade da indústria. “A legislação não está a seguir a mesma velocidade do movimento”, refere o presidente da APAL, que revela que já se estão a fazer testes no sentido de substituir, nos fornos, o gás natural por hidrogénio (verde). Conseguindo isso “o 0,5 desaparece completamente”. O problema do hidrogénio é que “ainda não está controlado”. Isto significa que ainda não há legislação sobre como se deve fazer o armazenamento, o transporte...

Alumínio com ciclo de vida 100%

O alumínio é dos poucos materiais (se não o único) que não só é 100% reciclável como não perde as suas características ao longo do tempo, por mais vezes que seja reciclado.

São vários os estágios de transformação que o ciclo de vida do produto do alumínio apresenta através da reciclagem desde a sucata ao produto final. O desenvolvimento do ciclo de vida totalmente fechado em Portugal permite às empresas do setor da construção avaliar o impacto ambiental dos produtos durante toda a sua vida útil e do seu investimento, desde a matéria-prima até à fase final.

As características do alumínio como material circular e permanente capaz de ser reciclado sem perder as suas propriedades originais tornam-no um recurso vital para uma economia circular e neutra para o ambiente, tornando-se no material do futuro para os setores da construção.

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