Grupo Midea SGT
Informação profissional do setor das instalações em Portugal

O Impacto das Alterações Climáticas no Setor da Construção

Manuel Joaquim Reis Campos, Presidente da AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas08/05/2023
A necessidade de definição e implementação de estratégias de digitalização, de descarbonização e de práticas de sustentabilidade pelas empresas, é, cada vez mais premente. E o “combate às alterações climáticas” deve ser encarado como mais uma oportunidade para acelerar a implementação de “novas” práticas e investir em “princípios” como a “Economia Circular” e a “Construção 4.0”.
Imagen
O impacto das alterações climáticas é, cada dia que passa, mais evidente e incontornável, e, mais recentemente, com a eclosão da guerra na Ucrânia e a consequente escalada dos preços da energia, que veio agravar o problema da anómala subida generalizada dos preços, a própria Europa teve de rever o seu posicionamento e acelerar os esforços para diminuir a sua dependência energética.
Esta emergência ambiental, e a consequente necessidade de preservar o planeta, obrigam a uma mudança global e profunda no funcionamento do setor da Construção, e do Imobiliário, pelo que, o desafio associado à adoção de medidas de combate às alterações climáticas, para além de urgente, é atualmente um dos fatores mais impactantes para a fileira da construção e do imobiliário, determinando o envolvimento ativo de todos os participantes da cadeia de valor da construção, dos projetistas aos utilizadores finais dos produtos da construção, os decisores políticos, os donos de obra públicos e particulares, as empresas de construção, os fornecedores de materiais e, ainda, a academia, quer no âmbito da investigação, quer da formação.
Estamos, por isso, perante uma necessidade de atuação transversal em toda a fileira, ao nível dos projetos, dos processos produtivos e construtivos, dos materiais incorporados, da organização e gestão dos estaleiros, da logística, dos modelos de negócio e ainda da qualificação dos profissionais deste setor.
Assim, a necessidade de definição e implementação de estratégias de digitalização, de descarbonização e de práticas de sustentabilidade pelas empresas, é, cada vez mais premente. E o “combate às alterações climáticas” deve ser encarado como mais uma oportunidade para acelerar a implementação de “novas” práticas e investir em “princípios” como a “Economia Circular” e a “Construção 4.0”.
A “Economia Circular”, porque promove a eliminação de resíduos e poluentes, a circularidade de produtos e materiais e a regeneração da natureza, determinando a implementação de sistemas regenerativos, em que a entrada de recursos, a produção de resíduos e emissões e as perdas de energia, são minimizadas pela desaceleração, redução e fecho dos ciclos de materiais e energia. Isto é, os produtos são sustentados em materiais reprocessados, reutilizando materiais e outros produtos, ao mesmo tempo que se estende o seu período de vida útil e restituindo-se os mesmos no final.
A “Construção 4.0”, por sua vez, porque assenta na evolução efetiva de sistemas produtivos tradicionais, permitindo que as empresas sejam mais flexíveis, dinâmicas e operacionais, com melhorias significativas nas distintas cadeias de valor, designadamente na “oferta” em grande escala de produtos personalizados e individualizados, mas produzidos como se de uma produção em série se tratasse, promovendo o desenvolvimento de dez vertentes de cariz tecnológico, nomeadamente: a pré-fabricação e construção modular; os materiais de construção avançados; a impressão 3D e manufatura aditiva; a construção autónoma; a realidade aumentada e virtualização; a Big data e análise preditiva; a monitorização wireless e equipamento conectado; a Cloud e colaboração em tempo real; a Fotogranometria e scanarização 3d; o Building Information Modeling (BIM).
Estes são “princípios” que têm vindo gradualmente a ser aplicados pelas empresas Portuguesas, destacando-se em especial, o maior uso de ferramentas tecnológicas em tarefas como cálculos estruturais, a georreferenciação, a gestão integrada de projetos, a pré-fabricação, a construção modular, a utilização de novos materiais e processos construtivos e o uso regenerativo de recursos. Em suma, o tecido empresarial tem promovido o investimento na transição digital e tecnológica e na implementação de práticas, em que, a eficiência no uso de recursos e a transição para modelos de crescimento mais sustentáveis, são prioritários.

Assim, considera-se que o desafio associado ao “combate às alterações climáticas” é mais uma oportunidade para que o Setor da Construção e do Imobiliário demonstre a sua resiliência e qualidade, exemplos como a cultura empresarial de inovação e sustentabilidade, a aplicação de novos produtos e processos construtivos, a formação e capacitação de “novos” profissionais, a participação e colaboração em projetos de I&D – Investigação e Desenvolvimento, a cooperação com a Academia, a otimização da gestão de recursos, entre outros, são já realidades para muitas das empresas deste setor, que demonstram assim a sua capacidade para disseminar e concretizar os desafios associados a esta nova emergência.

No entanto, este esforço das empresas deve ser potenciado, pelo que é urgente uma atuação conjunta, designadamente na criação de normas e regulamentos de simples implementação, na valorização, no âmbito dos concursos públicos, das propostas com soluções ambientalmente mais eficientes, na definição de políticas de financiamento e contratação pública, na investigação e desenvolvimento, na disponibilização de plataformas e ferramentas tecnológicas, bem como na definição de novas competências e capacitação dos profissionais do setor, através dos centros de excelência do setor (o CICCOPN e o CENFIC), investindo na reorientação dos cursos de formação para as novas valências no âmbito das matérias ambientais.
Manuel Joaquim Reis Campos, Presidente da AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas
Manuel Joaquim Reis Campos, Presidente da AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas

REVISTAS

Válvulas Arco, S.L.Bosch - Termotecnologia, S.A. (Bosch Junkers)

Media Partners

NEWSLETTERS

  • Newsletter O Instalador

    23/06/2025

  • Newsletter O Instalador

    16/06/2025

Subscrever gratuitamente a Newsletter semanal - Ver exemplo

Password

Marcar todos

Autorizo o envio de newsletters e informações de interempresas.net

Autorizo o envio de comunicações de terceiros via interempresas.net

Li e aceito as condições do Aviso legal e da Política de Proteção de Dados

Responsable: Interempresas Media, S.L.U. Finalidades: Assinatura da(s) nossa(s) newsletter(s). Gerenciamento de contas de usuários. Envio de e-mails relacionados a ele ou relacionados a interesses semelhantes ou associados.Conservação: durante o relacionamento com você, ou enquanto for necessário para realizar os propósitos especificados. Atribuição: Os dados podem ser transferidos para outras empresas do grupo por motivos de gestão interna. Derechos: Acceso, rectificación, oposición, supresión, portabilidad, limitación del tratatamiento y decisiones automatizadas: entre em contato com nosso DPO. Si considera que el tratamiento no se ajusta a la normativa vigente, puede presentar reclamación ante la AEPD. Mais informação: Política de Proteção de Dados

www.oinstalador.com

O Instalador - Informação profissional do setor das instalações em Portugal

Estatuto Editorial