A EDP apresentou o seu novo Plano Estratégico 2023-26 no passado dia 2, em Londres. Plano que, segundo a empresa, reforça ainda mais a sua ambição de liderar a transição energética. Isto porque o plano apresenta um aumento quer do investimento como das metas já definidas.
O grupo português anunciou que vai aumentar o investimento global para 25 mil milhões de euros, acelerando as renováveis, fortalecendo a posição nas redes de eletricidade e apoiando os seus clientes na transformação para um mundo mais sustentável.
O Plano Estratégico 2023-26 aloca 85% do investimento a renováveis, clientes e gestão de energia e 15% a redes de eletricidade em mercados de elevado crescimento e baixo risco, em quatro hubs regionais: Europa (40% do investimento), América do Norte (40%), América do Sul (15%) e Ásia-Pacífico (5%). A empresa refere quando que a taxa de investimento anual da EDP irá aumentar em 30% face ao anterior plano para 6,2 mil milhões de euros, mantendo um crescimento sustentável e excelência ESG numa organização à prova de futuro.
Miguel Stilwell d'Andrade, presidente executivo da EDP, sobre o Plano afirmou que “hoje ampliamos a nossa ambição de liderar a transição energética apoiada por uma carteira competitiva e resiliente, finanças sólidas, uma equipa empoderada e a vontade de contribuir para um mundo climático positivo para as futuras gerações. Este Plano Estratégico reforça a nossa ambição de crescimento, ao mesmo tempo que impulsiona ainda mais o nosso compromisso com o planeta e cria valor superior para todos".
Plano de investimento combina tecnologias convencionais e emergentes
A eólica onshore e o solar de grande escala vão representar, respetivamente, 40% do plano de investimento de 21 mil milhões de euros no segmento das renováveis, complementados por tecnologias emergentes como o solar distribuído (12%), armazenamento e hidrogénio (3%). A eólica offshore vai representar 5% do investimento total, através da joint venture Ocean Winds e com uma forte expetativa de crescimento para os próximos 10 a 15 anos. Um mix tecnológico diversificado de energias renováveis é apoiado e reforçado por uma carteira hídrica com um forte perfil de geração de fluxos de caixa, proporcionando ao mesmo tempo flexibilidade e capacidades de armazenamento.
No que concerne às redes de eletricidade a EDP anunciou que vai alocar 4 mil milhões de euros do plano de investimento, com a empresa a pretender diversificar o seu portefólio. O Plano Estratégico prevê ainda a expansão das linhas de distribuição para 400 mil quilómetros, 9 milhões de contadores inteligentes (mais 500 mil face a 2022) e 12 milhões de pontos de acesso (mais 2,5 milhões do que em 2022).
Para crescer no segmento de clientes a EDP irá apostar numa estratégia de oferta cruzada que combina diferentes soluções como o solar distribuído, os PPA, mobilidade elétrica, serviços, eficiência energética e armazenamento.
Já no que se refere à transição energética a EDP vai avançar com um investimento reforçado de 3 mil milhões de euros até 2026.
Metas de neutralidade carbónica validadas e 3.000 novas contratações
A EDP reforçou o seu objetivo de alcançar a neutralidade carbónica em 2040 em todos os âmbitos e envolvendo toda a cadeia de valor, desde clientes a parceiros.
Quanto aos recursos humanos o Plano prevê a 3.000 novas contratações até 2026 para um total líquido de 14.000 colaboradores e a meta de ter 31% de mulheres em posições de liderança, assentando a sua estratégia de gestão de talentos na atração, experiência e desenvolvimento e renovando o seu reconhecimento como um empregador de topo em todos os mercados onde está presente.
Aumento de capital para suportar ambição de crescimento
Com o objetivo de simplificar a estrutura empresarial, a EDP anunciou hoje o lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) de 100% sobre a sua subsidiária cotada EDP Brasil, detida a 56,05% (posição consolidada de 57,55%), visando a sua retirada de bolsa numa transação que gera valor. Centrada nas redes renováveis e elétricas, esta operação visa também simplificar a organização empresarial. A oferta será financiada por um aumento de capital de mil milhões de euros na EDP, colocado junto de investidores institucionais, e proporcionará uma maior flexibilidade para gerir a presença integrada do grupo neste mercado.
A EDP já tem o compromisso de CTG, ADIA e GIC num montante agregado de até 600 milhões de euros, sujeito às condições finais de mercado. A retirada bolsista da EDP Brasil deverá estar concluída no segundo semestre de 2023.
O Brasil é um mercado de grande dimensão com bases sólidas e várias oportunidades na transição energética, onde a EDP continuará a apostar em redes e energias renováveis através de uma remodelação da sua carteira. Desde 1995, a EDP Brasil cresceu com mais duas concessões de distribuição de eletricidade com 3,8 milhões de clientes, linhas de transmissão com mais de 2 mil quilómetros e 2GW de capacidade hidroelétrica. A EDP Renováveis Brasil, fundada em 2009, tem 1,1 GW de renováveis em atividade. Esta operação irá reforçar o foco nos segmentos de energias renováveis e redes, ao mesmo tempo que reduz a exposição à geração hídrica e prevê saída da produção termoelétrica.
Simultaneamente, e a fim de financiar parcialmente o seu plano de negócios, a EDP Renováveis pretende angariar capital e celebrar um acordo de investimento com a Lisson Grove Investment Pte Ltd, uma filial da GIC Pte Ltd., o fundo soberano de Singapura e um dos principais investidores mundiais a longo prazo, no qual esta última se comprometeu a subscrever c.1.0 mil milhões de euros de novas ações num aumento de capital. O compromisso da GIC de subscrever ações da EDPR está sujeito à decisão da EDPR de lançar a transação num momento apropriado, face às condições de mercado.
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