O projeto da UE Scarlet ('Superconducting cables for sustainable energy transition') une 15 parceiros de 7 países diferentes em torno do objetivo de desenvolver e industrializar cabos supercondutores para permitir uma transmissão de energia mais eficiente e menos dispendiosa a partir de centrais de produção de eletricidade renovável.
A supercondutividade é um fenómeno que ocorre quando determinados materiais são arrefecidos para temperaturas muito baixas, permitindo a transmissão de eletricidade sem quaisquer perdas resistivas. O valor acrescentado dos cabos supercondutores reside na sua elevada eficiência, dimensões compactas e impacto ambiental reduzido. O projeto SCARLET utilizará estas vantagens para desenvolver cabos que irão permitir a transferência de potências muito elevadas através de condutores muito pequenos. O objetivo é levar a tecnologia à última etapa de qualificação antes da comercialização.
O projeto SCARLET assegurou financiamento através do programa de investigação e inovação Horizon Europe da União Europeia para quatro anos e meio de desenvolvimento. “Estamos muito satisfeitos que a Comissão Europeia reconheça o potencial do uso de cabos supercondutores na futura rede elétrica. É uma oportunidade para, e a partir de agora também uma responsabilidade nossa, trazer esta nova tecnologia de cabos eléctricos para níveis de desempenho comercial. No fim, iremos permitir o fornecimento de energia renovável para a Europa a um custo significativamente menor do que é possível hoje”, diz o coordenador do projeto Niklas Magnusson da SINTEF Energy Research na Noruega.
Objetivos de pesquisa ambiciosos
Nos dias 28 e 29 de setembro, os parceiros reuniram-se no Institute for Advanced Sustainability Studies em Potsdam, Alemanha, para a reunião de arranque do projeto. Durante este primeiro encontro, os participantes planearam detalhadamente as tarefas e os desenvolvimentos do projeto. Analisaram todo o leque de possíveis impactos dos cabos supercondutores, uma vez que as suas propriedades abrem a porta para uma redução de custos que vai além dos próprios cabos. Por exemplo, a sua capacidade de conduzir correntes elétricas elevadas permite reduzir a tensão de funcionamento, o que resulta em equipamentos menores e significativamente mais baratos para parques eólicos offshore.
Outra novidade a ser desenvolvida é o transporte de eletricidade e hidrogénio pelo mesmo pipeline. As ambiciosas metas exigem investigação intensiva nos próximos anos pelos parceiros industriais Absolut System, ASG Superconductors, Nexans, RINA Consulting, SuperGrid Institute, SuperNode e Vision Electric Super Conductors, e pelos institutos de investigação e universidades ESPCI, IASS, RSE, SINTEF, Academia de Ciências Eslovaca IEE, Universidade de Bolonha e WavEC.
O gestor do projeto no WavEC, José Cândido, , destacou a importância dos cabos HTS: “É com grande entusiasmo que o WavEC encara a sua participação no projeto SCARLET. Apesar dos relevantes desenvolvimentos recentes em energia renovável offshore, ainda existem vários desafios que precisam de ser enfrentados a fim de garantir a transição para um sistema de energia fiável e sustentável. Os cabos supercondutores de média tensão HTS são um potencial game changer no setor. Poderão fornecer energia renovável segura e sustentável ao longo de maiores distâncias, com perdas mínimas e a um custo reduzido. Estamos entusiasmados por poder partilhar a nossa experiência de longa data em energias renováveis offshore neste novo projeto eletrizante”.
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