Efcis - Comércio Internacional, S.A.
Informação profissional do setor das instalações em Portugal

"A transição energética é central para o crescimento económico", diz Duarte Cordeiro

21/07/2022
“O Governo tomou várias medidas de contingência para mitigar os efeitos da seca. Ainda em fevereiro, decidimos suspender ou limitar a produção de eletricidade num conjunto de barragens, para preservar outros usos, mais prioritários, da água”, afirmou o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, no debate sobre o estado da Nação, na Assembleia da República.
Imagen
“Esta situação, sendo estrutural, exige soluções de fundo e permanentes. Temos de nos adaptar, o que significa preservar e poupar. A água tem de ser usada com parcimónia, em casa, nos campos e nas fábricas. Tem de ser preservada nas suas fontes e tem de ser reutilizada, para finalidades que não exijam a sua potabilidade”, disse.
Duarte Cordeiro salientou que até 2030, o Governo pretende generalizar este princípio da reutilização, “usando 20% da capacidade das nossas 'fábricas de água'. Com a simplificação dos procedimentos ambientais, que consagraremos no Conselho de Ministros de amanhã (21 de julho), tornaremos mais fácil o licenciamento e o uso da água reciclada”.

Medidas de fundo para preservação da água

O ministro explicou ainda que nas zonas do País onde os desafios têm sido maiores e onde o stress hídrico é mais elevado, "estamos a adotar medidas de fundo".

No Algarve, uma das zonas mais atingidas pela seca, "estão em curso importantes investimentos ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Alguns dos projetos para evitar perdas no abastecimento urbano algarvio já estão em curso e outras candidaturas estão a ser avaliadas. A solução de tomada de água a partir do Guadiana para reforçar o sistema de Odeleite-Beliche está adjudicada e avançará para avaliação ambiental. Quanto à dessalinizadora, o Estudo de Impacto Ambiental já se encontra em procedimento de contratação pública".

O Plano de Eficiência Hídrica do Alentejo, por sua vez, aponta para "a necessidade de banalizar a reutilização de água, de construir ou reabilitar captações subterrâneas e de reforçar as interligações de barragens", referiu.

Por último, "em setembro avançaremos com a avaliação ambiental estratégica dos projetos de reforço do caudal na secção do médio Tejo. As soluções identificadas pela Agência Portuguesa do Ambiente consistem numa ligação em túnel ao Zêzere ou na construção de uma barragem no Ocreza", adiantou Duarte Cordeiro.

Investimento na floresta e na prevenção de fogos rurais

"Assumimos a prioridade de transformar a paisagem e os espaços rurais. E transformando-os, transformaremos a floresta. Mas este processo demorará uma geração. A escala da paisagem e da floresta não é a dos ciclos políticos, mas a da natureza", afirmou Duarte Cordeiro.

Desde 2018, o Governo robusteceu o investimento na floresta e na prevenção de fogos rurais, tanto em recursos materiais como em recursos humanos. "O reforço em 160 equipas de sapadores florestais, com um investimento de mais de 20 milhões de euros por ano, ou a compra de maquinaria pesada, com um investimento de mais de 22,5 milhões de euros, refletem-se em ações concretas de gestão de combustível, em mais de 85 000 hectares», disse Duarte Cordeiro, acrescentando que «a isto acresce o financiamento através do PRR de mais de 415 milhões de euros e através do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) de mais de 536 milhões de euros e a duplicação das verbas do Fundo Florestal Permanente", realçou o governante.

O ministro destacou algumas das reformas que estão em curso, como o Programa de Transformação da Paisagem, com 270 milhões de euros do PRR, o alargamento do Balcão Único do Prédio (BUPi), que já conta com 139 municípios aderentes, e a capacitação das Organizações de Produtores Florestais para a prestação de serviços de gestão florestal.

"Temos de proteger a floresta e atribuir-lhe valor económico para cumprir o compromisso de atingir a neutralidade carbónica até 2050, reduzir as emissões em mais de 85% e preservar a biodiversidade", salientou.

Transição energética

"As razões para a crise energética são conhecidas. Portugal estava e está mais protegido do que boa parte dos seus parceiros europeus, graças à aposta em energias renováveis", disse Duarte Cordeiro.

O ministro referiu que o mecanismo que passou a limitar os preços da eletricidade produzida a partir de gás natural proposto por Portugal e Espanha permitiu desligar a formação do preço da eletricidade na Península Ibérica do do gás natural. "Os resultados estão à vista. O mecanismo, no primeiro mês, permitiu uma poupança média diária de 52,4 euros por megawatt/hora, ou seja, 18% de redução e um benefício líquido de 76 milhões de euros".

"Num contexto europeu de sobressalto, conseguimos conter os preços da eletricidade", referiu, recorrendo a dados da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), que indicam que entre 2018 e 2022 registou-se uma redução acumulada de -115% nas tarifas de acesso às redes. Os consumidores domésticos de eletricidade também observaram uma redução de -3,7% no preço final no mercado regulado. Finalmente, desde 2018 que se regista uma trajetória de preços antes de impostos consistentemente abaixo dos da Área do Euro, da União Europeia e de Espanha.

Sobre a transição energética, Duarte Cordeiro destacou a inauguração da cascata de barragens do Tâmega, que aumenta em 1 158 megawatts a capacidade de energia renovável do País.

Por outro lado, "a forte aposta no solar permite-nos antecipar metas que só esperávamos alcançar em 2030. No último ano, entraram em funcionamento centrais solares que representam 700 megawatts de potência. Em 2022, além de termos quebrado a barreira dos 2000 megawatts já instalados, esperamos que entrem em funcionamento mais cerca de 1 200 megawatts", afirmou.

O ministro anunciou ainda que em 2023, o Governo irá lançar o grande leilão para produção de energia eólica em plataformas marítimas flutuantes. "Este é um projeto que alterará radicalmente a nossa capacidade de produção renovável. Queremos um leilão que acrescente pelo menos 10 gigawatts à nossa produção (são quase 10 vezes a potência instalada no Tâmega). O leilão de energia eólica no mar será o mais ambicioso projeto de energias renováveis de sempre, em Portugal".

Relativamente ao hidrogénio verde, Duarte Cordeiro afirmou que o País tem um grande potencial na produção de hidrogénio verde e de todas as matérias-primas associadas (metanol, amónia e combustíveis sintéticos). "Em diferentes fases de preparação, temos sinalizados mais de 70 projetos de hidrogénio verde, que redundam num investimento próximo dos 10 mil milhões de euros. São projetos com diferentes dimensões, localizados um pouco por todo o País. Temos a profunda convicção de que, durante este mandato, seremos capazes de começar a exportar hidrogénio verde".

"A transição energética é central para o crescimento económico. O aumento do investimento proporciona a criação de mais e melhor emprego. Além disso, criar-se-ão fileiras industriais e de serviços ligada à produção de equipamentos, em função da aposta que o País fez neste domínio. Crescimento e sustentabilidade – são estes os nossos objetivos", concluiu.

REVISTAS

Siga-nosInduglobal - Encontros ProfissionaisLisboa Feiras, Congressos e Eventos / Associação Empresarial (Smart Cities Summit - Fil - Tektónica)Profei, S.L.Daikin - Ar CondicionadoBosch - Termotecnologia, S.A. (Bosch Junkers)Solius

Media Partners

NEWSLETTERS

  • Newsletter O Instalador

    22/04/2024

  • Newsletter O Instalador

    15/04/2024

Subscrever gratuitamente a Newsletter semanal - Ver exemplo

Password

Marcar todos

Autorizo o envio de newsletters e informações de interempresas.net

Autorizo o envio de comunicações de terceiros via interempresas.net

Li e aceito as condições do Aviso legal e da Política de Proteção de Dados

Responsable: Interempresas Media, S.L.U. Finalidades: Assinatura da(s) nossa(s) newsletter(s). Gerenciamento de contas de usuários. Envio de e-mails relacionados a ele ou relacionados a interesses semelhantes ou associados.Conservação: durante o relacionamento com você, ou enquanto for necessário para realizar os propósitos especificados. Atribuição: Os dados podem ser transferidos para outras empresas do grupo por motivos de gestão interna. Derechos: Acceso, rectificación, oposición, supresión, portabilidad, limitación del tratatamiento y decisiones automatizadas: entre em contato com nosso DPO. Si considera que el tratamiento no se ajusta a la normativa vigente, puede presentar reclamación ante la AEPD. Mais informação: Política de Proteção de Dados

www.oinstalador.com

O Instalador - Informação profissional do setor das instalações em Portugal

Estatuto Editorial