O autoconsumo nas habitações é sinónimo de produção e consumo de eletricidade com origem em painéis fotovoltaicos, uma opção 100% renovável. Os painéis, que são instalados nos telhados das moradias, nos estacionamentos exteriores e nos edifícios, permitem ter energia própria e traduzem-se numa 'via verde' para a produção de energia limpa.
A par de ser uma opção green, esta solução energética gera uma maior eficiência e, no caso de quem optou por ter sistemas com armazenamento, possibilita que os excedentes de produção sejam utilizados em qualquer momento posterior. O autoconsumo é assegurado pelas Unidades de Produção para Autoconsumo (UPAC) que, em maiores escalas, podem permitir a injeção do excedente elétrico na rede pública, promovendo a redução de perdas na rede elétrica, dada a proximidade entre a produção e o consumo. Conservar energia em baterias é uma das hipóteses viáveis, sendo muito útil para quem tem carros elétricos.
Neste caso, o consumidor-produtor ainda tem a oportunidade de vender a energia, rentabilizando o investimento inicial mas, para isso, as unidades UPAC devem ser registadas na Direção Geral da Energia e Geologia. Nos dias de hoje, quando falamos do cidadão comum, ainda é uma minoria que opta por autoconsumo nos seus lares, mas aqueles que já o utilizam dizem que, a par de ser uma opção eco-friendly, o maior benefício são os valores da fatura elétrica que, em alguns casos, já chegou a ser reduzida em 80%. Outro benefício é o facto de esta ser uma solução de fácil manutenção, facilitando o dia-a-dia de quem a tem. No entanto, quando se trata de propriedades horizontais as dificuldades práticas na aplicação de painéis solares ainda são uma realidade.
Cada vez mais os portugueses têm demostrado ter a intenção de mudar para autoconsumo a curto e médio prazo, como medida de poupança, mas também como uma forma de resposta às suas preocupações ambientais. No mercado existem múltiplas soluções, mas o ideal é que o consumidor opte por um kit de energia solar que contemple um sistema chave-na-mão, de fácil instalação e que possa ser adaptado a um local exterior que capte a energia solar.
No entanto, o que os impede são obstáculos como o investimento inicial e as burocracias, entre elas as licenças da DGEG, não obstante também existirem ajudas e subsídios para quem escolhe esta forma de ser green.
À escala do consumidor, tem sido visível nos últimos anos o esforço, a nível de apoios do Governo, para incentivar o autoconsumo energético. Neste âmbito está inserido o Fundo Ambiental e, concretamente, o 'Programa de Apoio a Edifícios mais Sustentáveis', que este ano ultrapassou as 106 mil candidaturas, sendo que uma das tipologias mais solicitadas de apoio foi a instalação de painéis fotovoltaicos. Podemos concluir que os portugueses estão a valorizar cada vez mais esta solução de autoconsumo e, em paralelo, que o benefício monetário para o 'autoconsumidor' alavanca e acelera a transição para as energias renováveis.
O melhor é que há boas notícias para quem pretende investir nos painéis fotovoltaicos: a elevada procura de apoio para edifícios mais sustentáveis fez com que o Ministério do Ambiente e da Ação Climática decidisse aumentar a verba para um total de 96 milhões de euros. Portanto, à partida, podemos concluir que a tendência será o aumento destes apoios, incentivando, por conseguinte, de forma exponencial, o autoconsumo energético em Portugal.
Poucas dúvidas haverão de que, se o autoconsumo energético existisse em todos os lares, bem como noutros tipos de edifícios, seria um passo ainda mais importante no rumo à descarbonização. Portugal já está a incentivar o consumidor a optar por esta solução, facto que, somado à nossa localização geográfica e ao nosso clima, nos leva a ter todas as condições necessárias para ocupar um lugar de destaque enquanto País de referência no que diz respeito à transição energética.
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