Primeiro-Ministro, António Costa, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, na abertura da Hannover Messe, 29 de maio fr 2022. Foto: BMBF - Governo Federal da Alemanha.
António Costa, que discursava na cerimónia de abertura da feira de Hannover Messe, que decorre de 30 de maio a 2 de junho, e que escolheu este ano Portugal como país parceiro, que inaugurou com o chanceler alemão Olaf Scholz, disse que o futuro da indústria "depende da nossa capacidade para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades da dupla transição verde e digital".
A pandemia, primeiro, e a terrível guerra desencadeada pela Rússia contra a Ucrânia, agora, mostraram-nos que não há outra escolha a não ser acelerarmos esta dupla transição», disse.
O primeiro-ministro, que falava para milhares de empresários alemães, lembrou que o investimento português na transição verde "começou há muito tempo". "Por isso, não ficámos surpreendidos quando a Comissão Europeia posicionou Portugal como o país da União mais bem preparado para cumprir os objetivos climáticos de 2030", referiu.
“As energias renováveis representam já 58% da nossa produção de eletricidade e estamos comprometidos em atingir os 80% até 2026. Somos uma referência mundial em soluções de engenharia verde”, sublinhou.
António Costa referiu que “o pipeline de novos investimentos cresce todos os dias, em particular com o hidrogénio verde na linha da frente. Estamos a implementar novas soluções no porto de Sines, para assim contribuirmos para a segurança e diversificação das fontes de fornecimento de energia a toda a Europa”.
“E, a médio prazo, tendo em conta a nossa destacada posição de partida, as nossas excelentes condições naturais e as interconexões planeadas, Portugal será um grande exportador de hidrogénio verde”, acrescentou.
Quanto à transição digital, destacou que Portugal "ganhou uma nova centralidade" através do cabo submarino EllaLink, que "amarrou na costa portuguesa ligando a Europa à América do Sul", e do cabo Equiano que chegou há alguns dias a Portugal para ligar a Europa a vários países da África, e do cabo 2Africa que, no próximo ano, "assegurará, a partir de Portugal, a ligação da Europa à África".
"Numa palavra, Portugal está ligado através de cabos submarinos diretos a todos os continentes e ainda ao Reino Unido. Isto traduz-se em ligações de alta qualidade, rápidas, estáveis e seguras, que atraem centros de dados e outras empresas digitais", disse.
O primeiro-ministro referiu ainda que, para além de boas infraestruturas, Portugal tem a "terceira maior taxa de licenciados de engenharia da Europa", um "ecossistema dinâmico de inovação que atrai centros de investigação, de desenvolvimento e de serviços de todo o mundo", cujo número duplicou nos últimos seis anos.
“Em Portugal, dispomos de centros de inovação digital e de zonas livres tecnológicas para testes e demonstração de novas tecnologias. Produzimos componentes fundamentais para indústria de microchips e desenvolvemos tecnologias de produção inovadoras nos campos de fabrico inteligente, de inteligência artificial e da Internet das coisas”, apontou ainda.
António Costa disse aos empresários alemães que, na feira de Hanover, poderão conhecer o “dinâmico ecossistema digital“português, assim como as suas”tecnologias de produção mais inovadoras”.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou que, "nos últimos anos, Portugal tem escrito uma história de sucesso económico impressionante. Que recuperação depois dos anos difíceis de crise económica e financeira!", no seu discurso na cerimónia de abertura da feira de Hannover.
Olaf Scholz disse que Portugal "tem feito grandes progressos na tecnologia, digitalização e transição energética. Lisboa tornou-se num dos epicentros europeus para startups e para os nómadas digitais em todo o mundo», acrescentando que «smartphones e pranchas de surf, é uma combinação que funciona".
O chanceler alemão disse ainda que os Governos liderados por António Costa têm "investido de forma maciça na capacidade inovadora de Portugal, com institutos de investigação de ponta, como por exemplo, o Instituto Fraunhofer a ficarem atraídos por Portugal".
"Ao longo dos últimos anos, surgiram numerosas novas cooperações entre empresas: mais de 600 empresas alemãs estão ativas em Portugal. Não são apenas grandes empresas internacionais, como a Volkswagen, Siemens e Continental, mas também pequenas e médias empresas. Tal deve-se ao bom clima que encontram em Portugal, tanto para investir como para passar férias", acrescentou.
Num encontro com empresários portugueses presentes na feira de Hannover, onde estão, este ano, 109 empresas portuguesas, o primeiro-ministro afirmou que o Governo pretende que as exportações representem mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) português em 2030.
António Costa sublinhou que a escolha de Portugal como país parceiro do certame é uma enorme oportunidade para as empresas portuguesas, uma vez que se trata da "maior montra mundial de quem produz ou presta serviços para a indústria", e esta presença "irá, seguramente, alavancar o aumento e o crescimento das exportações portuguesas".
"Para o País é também da maior importância, porque temos todos uma meta, que é, nesta década, garantirmos que as exportações passam a representar mais de 50% do nosso Produto Interno Bruto, e isso só se faz tendo cada vez serviços e bens de maior valor acrescentado", sublinhou.
www.oinstalador.com
O Instalador - Informação profissional do setor das instalações em Portugal