Nos EUA, com o apoio da Casa Branca, a EPA lançou o 'Clean Air in Buildings Challenge', que enfatiza a otimização do ar novo e a melhoria dos sistemas de filtragem do ar.
Em Espanha, iniciativas como a Aireamos sensibilizam a sociedade civil e entidades públicas para a mais valia da ventilação de espaços interiores, ou para monitorização do Monóxido de Carbono, como indicador básico dos níveis de ventilação.
A relação entre a propagação de agentes patogénicos e a qualidade do ar interior está patente em inúmeros artigos científicos publicados na primeira década dos anos 2000. Mas a ameaça não é apenas patogénica. Mais recentemente, a Aliança Europeia para a Saúde Pública, publicou um estudo onde prova que crianças que vivam em casas com sistemas de aquecimento a gás ou outro combustível fóssil têm mais 24% de probabilidade de sofrer doenças respiratórias crónicas não transmissíveis.
Considerando os custos socioeconómicos, o Observatório da Qualidade do Ar Interior francês estima que a influência de um conjunto de poluentes (benzeno, radão, monóxido de carbono, partículas PM2.5) chegaria a um total anual de 19 mil milhões de euros por ano, tendo em conta o impacto direto na saúde, perdas de produção por absentismo e investimento necessário para repor qualidade de vida.
A população europeia passa até 90% da sua vida dentro de edifícios, sejam residenciais ou de serviços. Ainda assim, e apesar de fortes evidências como as já referidas, são poucas ou nenhumas as ações concertadas para uma regulação definitiva da qualidade do ar interior. Ainda assim, em 2022, quando se fala de qualidade do ar interior, fala-se em 'abrir janelas'.
Por todo o mundo, as atenções começam a virar-se para a Qualidade do Ar Interior, muito graças aos indícios, entretanto comprovados pela OMS em dezembro de 2021, que o SARS-CoV-2 tem transmissão por via aérea
Em 2013, a Comissão Europeia encomendou o estudo 'Promoting actions for healthy indoor air', onde se media o impacto da qualidade do ar interior na saúde humana, e o impacto a dez anos das políticas existentes à data, fossem as recomendações da Organização Mundial de Saúde, legislação relacionada com construção de edifícios, ou sistemas de certificação voluntários. Uma conclusão interessante foi que ações como a correta implementação, operação e manutenção dos sistemas de ventilação, assim como a existência de um procedimento de validação da qualidade do ar interior teriam um impacto verdadeiramente significativo na melhoria da qualidade de vida dos ocupantes.
Apesar de a ênfase na eficiência energética dos últimos anos poder ter tido um impacto negativo na qualidade do ar interior, os esforços são agora para desenvolver diretivas transversais, uma aproximação holística ao problema, integrando soluções segurança, saúde, eficiência energética e sustentabilidade. O exemplo é a evolução da diretiva 'Energy Performance of Buildings', que já menciona a qualidade do ar interior, os níveis de conforto e a saúde do ocupante como fatores importantes a ter em conta. Grupos de trabalho por todo o mundo trabalham no desenvolvimento de standards e regulamentação nesta matéria. O futuro dos edifícios evolui para garantir conforto, térmico e acústico, iluminação e ar, promovendo a qualidade de todo o ambiente interior. Neste sentido, a influência do setor AVAC vai muito para além da ventilação, passando pelas soluções de climatização, de filtragem e de monitorização do ar, as oportunidades são inúmeras.
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