Entrevista com Pedro Soares, Diretor da Thermosite

Num momento crítico que afeta toda a economia transversalmente (devido à guerra na Ucrânia), o setor AVAC segue o seu caminho, embora “muito apreensivo e cauteloso”, refere Pedro Soares. Para o Diretor da Thermosite, o Fundo Ambiental tem ajudado, e muito, a impulsionar a renovação nos sistemas de climatização e águas quentes sanitárias. Quanto às apostas da marca para 2022, elas continuam a focar-se em gamas eficientes, estéticas, funcionais, competitivas e sempre com a eficiência energética como força motriz que garante a qualidade dos produtos e soluções com selo Thermosite.

“Continuar a apostar em produtos com as tecnologias mais recentes e mais eficientes” é a máxima da Thermosite, diz Pedro Soares.

Sentimos o mercado muito apreensivo e cauteloso. Muito marcado pela pandemia, pela guerra e por uma inflação que já não conhecíamos. Mas, ao mesmo tempo, apercebemo-nos que o Fundo Ambiental está a cumprir os seus propósitos. Por um lado, é o responsável por o mercado se manter ativo, por outro, está a motivar uma renovação dos sistemas de climatização e águas quentes sanitárias (AQS), promovendo sistemas mais eficientes e reduzindo o consumo de energias primárias. A consequência imediata é o crescente consumo de bombas de calor, o que afetou positivamente os primeiros meses do ano da Thermosite.

São várias as novidades. Para começar apresentamos a CORAL 100. Uma bomba de calor THERMWAY mural de 100 litros. Muito silenciosa e eficiente, classe A+, adequada aos incentivos do Fundo Ambiental. Outra novidade é o fancoil ultra slim THERMWAY. São ventiloconvetores de chão com apenas 13 cm de espessura. Teremos ainda as cortinas de ar quente THERMWAY, e para fechar o ano, o ar condicionado mural, com opções monosplit e multisplit THERMWAY.

Podemos começar pela GREE. É o maior fabricante do mundo de Ar Condicionado. É uma marca que começa a ser mais conhecida do cliente final, pela sua qualidade e eficiência. Já há muito que era uma marca conhecida pelos profissionais. Era reconhecida pelo seu baixo nível de incidências de assistência. Os profissionais gostavam muito de trabalhar com estas unidades e, quando experimentavam, ficavam fiéis. Era pouco conhecida do consumidor final, mas agora isso está a ser ultrapassado.

A SIME é a nossa grande referência. É um dos grandes fabricantes de caldeiras italiano. É mesmo o principal dos fabricantes de corpos de caldeiras em ferro fundido. As grandes marcas de caldeiras compram à SIME os seus corpos. E destacam-se pelo desenvolvimento. Tem a UNIQA, que é a única caldeira do mercado convencional forçada certificada. Permite encarar o mercado da reposição sem substituir as chaminés. Outra das referências da SIME são os seus coletores solares, os esquentadores e os termoelétricos.

A HONEYWELL HOME tem uma gama de válvulas e controlo de grande qualidade. E nós temos uma ligação umbilical à marca por termos começado como agentes para o mercado português. As válvulas estão a ser rebatizadas de BRAUKMANN, que é um nome de referência de válvulas na Alemanha. Enquanto no controlo a Honeywell Home tem cada vez mais soluções para controlo por wifi, como os tempos atuais exigem.

A THERMWAY é outra das nossas apostas. A gama de Bombas de Calor, VRF, Ar Condicionado e Ventilação tem vindo a crescer e a ser complementada com fancoils, cortinas de ar, desumidificadores e recuperadores de calor. A marca aposta em gamas eficientes, estéticas, funcionais e competitivas.

Por um lado, há o receio do embargo económico à Rússia. E a Rússia é a mina da Europa. É o principal fornecedor do aço e alumínio das nossas fábricas de bombas de calor. Isto vai provocar escassez de matérias primas, atrasos na fabricação de ar condicionado e bombas de calor e forte inflação. Em paralelo, a eventual falta de gás da mesma origem que possa ocorrer, também trará uma forte inflação. Eu diria que as consequências são imprevisíveis. A Europa necessita de diminuir a sua dependência das energias primárias, e isso só se consegue com sistemas mais eficientes.

O mercado não nos permite trabalhar com margem que garantam estabilidade de preços para um período alargado. Estamos todos a habituar-nos a viver com tabelas com períodos de vida curtos. É a única forma de mantermos preços competitivos. Mas com a gama alargada que temos, que inclui ar condicionado, VRF, bombas de calor, aquecimento, solar térmico, solar fotovoltaico, válvulas, controlo e ventilação somos surpreendidos semanalmente com aumentos numa ou noutra gama. Isto obriga a sucessivos ajustes da nossa tabela. Neste momento, os clientes já entenderam a nova ‘normalidade’.

A eficiência energética é um dos vértices do triângulo dos nossos produtos. Os outros são a qualidade do produto e o preço competitivos do mesmo. Entendemos que os produtos com estas caraterísticas, aliados à assistência no pós-venda que garantimos, são o segredo para o crescimento contínuo da Thermosite.

Mas o ponto que levantam da eficiência, sem dúvida, que é dos principais. E as políticas europeias vão incentivar cada vez mais, uma vez que sabemos que necessitamos de reduzir os consumos de energias primárias como o carvão, o gás e o petróleo, quer por questões ambientais, quer para diminuir a dependência de fornecedores extra-europeus.

Vemos um setor muito suportado nas medidas de incentivos, como o Fundo Ambiental. Tememos uma estagnação forte em breve, e uma inflação a impedir a renovação de sistemas mais antigos, mantendo Portugal na cauda da Europa, no que respeita ao conforto térmico e à eficiência energética. Apenas será possível reverter estes défices com um incremento e aceleração do funcionamento de medidas como o fundo ambiental.

No caso específico da Thermosite, o que entendemos que podemos fazer para nos ajustarmos às dificuldades que se avizinham, é continuar a apostar em produtos com as tecnologias mais recentes e mais eficientes.

Saiba mais aqui: www.thermosite.com

Vemos um setor muito suportado nas medidas de incentivos, como o Fundo Ambiental. Tememos uma estagnação forte em breve, e uma inflação a impedir a renovação de sistemas mais antigos, mantendo Portugal na cauda da Europa, no que respeita a conforto térmico e a eficiência energética