Em concreto, a empresa recebeu um direito de ligação à Rede Elétrica de Serviço Público (RESP) de 224 MVA para instalar 365 MWp de energia solar, 264 MW de energia eólica com armazenamento integrado de 168,6 MW e um eletrolisador de 500 kW para a produção de hidrogénio verde. A hibridização destas tecnologias permitirá otimizar a produção e obter um elevado fator de carga, colocando Portugal na vanguarda da Europa relativamente ao desenvolvimento e utilização destas energias.
Para além do desenvolvimento de fontes de energias renováveis, a Endesa apresentou um plano no qual envolveu todos os agentes locais: partindo do estudo e da análise das suas necessidades elaborou um plano específico para o crescimento económico e social da região que inclui a criação de 75 postos de trabalho, 12.000 horas de formação e o apoio às PME para que integrem os seus projetos na região, criando novas oportunidades de crescimento e riqueza para a Região de Abrantes.
“A Endesa não só continua a apostar em Portugal, como sempre fez, mas estamos a fazê-lo com um projeto ao qual dedicámos muito esforço e afeto, trabalhando para desenvolver um modelo de desenvolvimento renovável inovador em que as comunidades locais tenham um papel importante", afirmou o Diretor Geral de Geração da Endesa, Rafael González, que se referiu ao projeto vencedor como “o modelo renovável do futuro, não temos dúvidas de que esta proposta marcará um antes e um depois no setor”.
“Com esta adjudicação, a Endesa reforça o seu compromisso com Portugal, com a Transição Justa e, fundamentalmente, com as comunidades com as quais trabalhamos há 3 décadas na Região de Abrantes e com as quais vamos agora construir o futuro para as próximas três ou mais décadas", explicou Nuno Ribeiro da Silva, Diretor Geral da Endesa em Portugal, que lembrou "o compromisso da empresa com os ODS (Objetivos das Nações Unidas). Internamente, desenvolvemos planos e ações concretas de sustentabilidade no terreno para os locais onde estamos a desmantelar as centrais elétricas. Planos para mitigar impactos, mudar e transformar as economias locais e tornar a transição o mais limpa e justa possível”.
O projeto apresentado pela Endesa representa um investimento total de 600 milhões de euros, não estando sujeito a ajuda externa por se tratar de uma iniciativa economicamente sustentável.
Este investimento destina-se à construção de nova capacidade solar (365 MWp) e eólica (264 MW) num regime de hibridização apoiado por um sistema de armazenamento com baterias com uma capacidade total de 168,6 MW. Este sistema de baterias visa aproveitar ao máximo a produção renovável através da injeção da energia armazenada na RESP de forma dinâmica e otimizada, reduzindo as perdas de energia e otimizando a sua utilização. Além disso, será instalado um eletrolisador de 500 kW que entra em funcionamento em simultâneo para aproveitar os excedentes que não podem ser geridos pelo sistema de armazenamento.
Este modelo inovador, possível graças à avançada legislação portuguesa em matéria de hibridização e armazenamento de energia elétrica, vai permitir a obtenção de quase 6.000 horas de produção, superior ao funcionamento de qualquer central térmica convencional.
O projeto da Endesa foi concebido desde o início como uma colaboração com a Região de Abrantes e com os trabalhadores envolvidos no encerramento da central a carvão do Pego, pelo que a proposta apresentada inclui um projeto de formação e de desenvolvimento social e económico para a Região.
A Endesa elaborou um plano de formação de mais de 12.000 horas, que permitirá a reciclagem profissional de mais de 2.000 pessoas, abrindo também a possibilidade de futuros empregos para os desempregados da região. Este plano de formação inclui cursos que vão desde a construção e instalação de centrais solares, à operação e manutenção de centrais renováveis. Adicionalmente, inclui atividades do setor primário, uma vez que estas vão passar a fazer parte da atividade de todas as instalações da Endesa, que vão integrar agricultura, pecuária ou apicultura entre os painéis. Por último, estão ainda incluídos cursos de competências transversais, em funções administrativas e ferramentas digitais. Estas iniciativas destinam-se sobretudo aos habitantes da Região de Abrantes que se encontram em situação de desemprego, sendo dada prioridade de acesso a estes cursos aos trabalhadores da central.
Esta formação é essencial na abordagem aos novos projetos de energias renováveis da Endesa no Pego, pois será necessária mão-de-obra qualificada. A Endesa compromete-se a criar 75 postos de trabalho diretos permanentes, recorrendo prioritariamente a mão-de-obra de antigos trabalhadores da Central do Pego.
Por outro lado, a Região de Abrantes será convertida num espaço para a biodiversidade, onde os projetos tecnológicos serão hibridizados com os setores primário e secundário, uma aposta da Endesa na qual a empresa tem trabalhado há vários anos noutras instalações e que têm demonstrado a sua viabilidade.
Esta Criação de Valor Partilhado ou CSV (Creating Shared Value) com que a Endesa trabalha em todos os seus projetos, visa maximizar o seu valor para a comunidade envolvente através de um conjunto de iniciativas que são construídas através de um processo participativo com os agentes locais. O que torna o projeto da Endesa no Pego único é precisamente o envolvimento das PME locais que vão desenvolver o seu modelo de negócio na região, com projetos específicos. A Endesa conta já com cartas de interesse de 8 parceiros locais para o desenvolvimento da sua atividade na zona.
Tejo Energia está convicta de que apresentou o melhor projeto
A Tejo Energia, Produção e Distribuição de Energia Eléctrica, S.A. (“Tejo Energia”) tomou conhecimento da decisão do júri do procedimento concorrencial para atribuição de reserva de capacidade de injeção na Rede Elétrica de Serviço Público (RESP), no Pego, que a classificou em segundo lugar, atribuindo esta capacidade de injeção a outro concorrente.
A Tejo Energia está convicta de que o melhor projeto que se apresentou a concurso não venceu, pelo que não pode estar de acordo com a decisão anunciada. Recorde-se que a Tejo Energia apresentou um projeto que assenta numa solução integrada, que passa pela conversão da Central do Pego, flexível, com várias componentes, a introduzir faseadamente, nomeadamente, utilização sustentável de biomassa de origem residual para produção de eletricidade renovável firme (245 MW), energia eólica (159 MW) e energia solar (350 MWp).
Este projeto, diz a empresa, é o único que permitiria dar uma resposta célere às necessidades prementes de energia do País, podendo oferecer já este ano potência firme e despachável ao sistema, tão necessária com a intermitência provocada pela crescente penetração de energia renovável no mix energético nacional.
"Possibilitaria ainda começar a injetar eletricidade de origem renovável no Sistema Eléctrico Nacional (SEN), reduzindo as necessidades de importação de energia e de combustíveis fósseis para produção elétrica, numa altura em que Portugal enfrenta uma seca extrema e preços crescentes de energia por causa do conflito russo-ucraniano", acrescenta.
Adicionalmente, o projeto da Tejo Energia previa a capacidade de armazenagem de várias semanas de energia, o que se verifica ser crucial para a segurança de abastecimento.
"O projeto apresentado pela Tejo Energia, tecnologicamente inovador, assumia, igualmente, um contributo decisivo do ponto de vista da economia florestal da região, assim como no que diz respeito à prevenção de incêndios florestais, bem como permitiria a manutenção dos postos de emprego na Central do Pego. Apesar do desfecho deste concurso, a Tejo Energia mantém o seu entendimento de que o lançamento deste procedimento não respeitou os direitos que a empresa detém sobre o ponto de injeção na RESP", conclui a Tejo Energia, em comunicado enviado às redações.
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