Trane - Portugal - Sociedade Unipessoal, Lda
Informação profissional do setor das instalações em Portugal

A eficiência nos sistemas solares térmicos: breves considerações

Filipe de Vasconcelos Fernandes

Assistente na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL)

Consultor Sénior na Vieira de Almeida & Associados (VdA)

Membro dos Future Energy Leaders Portugal/APE (FELPT)

05/04/2022
Imagen

I. Estrutura e funcionamento dos Sistemas Solares Térmicos

Em termos gerais, os Sistemas Solares Térmicos (SST) permitem a captação de energia solar e a sua transformação em energia térmica (calor), conhecendo atualmente várias aplicações.

Este tipo de sistemas conta com aplicações domésticas, em pequenas instalações industriais e, ainda, com relevo crescente, em edifícios públicos, tais como escolas ou piscinas municipais – justamente porque, em qualquer um destes destinos, tem subjacente o consumo e/ou utilização de elevadas quantidades de água quente1.

A principal vantagem dos SST incide no facto de estarem ancorados numa fonte renovável (a energia solar térmica), circunstância que, em países com os níveis de radiação solar de Portugal, adquire especial relevância.

A principal vantagem dos SST incide no facto de estarem ancorados numa fonte renovável (a energia solar térmica), circunstância que, em países com os níveis de radiação solar de Portugal, adquire especial relevância

Desta forma, o cálculo da radiação solar global (EG) obter-se-á pela seguinte equação:

EG = Edir + Edif

A radiação solar tem diversas componentes2:

(i) a radiação solar direta (Edir), que atinge a Terra sem qualquer mudança de direção;

(ii) e a radiação solar difusa (Edif), que chega ao observador indiretamente, resultante da ação da difração nas nuvens, nevoeiro, poeiras em suspensão e outros obstáculos existentes na atmosfera.

A energia total incidente no coletor solar3 é a soma de três componentes: radiação solar direta (Edir), radiação solar difusa (Edif) e ainda radiação refletida.

Em face do exposto, compreende-se que apenas uma parcela da radiação incidente no coletor solar seja efetivamente utilizável para aquecimento de água, sendo neste segmento que se têm verificado os mais expressivos incrementos de eficiência de todo o processo, ao nível das sucessivas gerações de SST.

Desconsiderando o efeito provocado pelas variações climáticas, a energia útil (Q) do sistema é determinada pelo ganho de calor que a água adquire, nos termos da sequente equação:

Q = mC (TAQ – TAF)

Onde, respetivamente:

(i) Q: Fluxo de energia que chega ao reservatório (W);

(ii) m: fluxo de massa de água (kg/s);

(iii) C: Calor específico da água (kJ/kg°C);

(iv) TAQ: Temperatura da água quente que sai do reservatório apara abastecimento (°C);

(v) TAF: Temperatura da água fria que abastece os reservatórios (°C).

II. Da eficiência ao contributo para a transição energética e descarbonização

Em termos amplos, poderá afirmar-se que a eficiência do SST4 no aproveitamento de energia solar é oferecida pela relação entre a referida energia útil (Q) e a energia solar disponível durante este mesmo intervalo de tempo, sendo maior a eficiência quanto maior for a utilização da energia disponível (no mesmo intervalo de tempo).

Sabendo de antemão que os SST têm conhecido incrementos de eficiência muito significativos – em especial, no domínio tecnológico – a sua relevância para o atual contexto de transição energética pode adquirir contornos ainda mais expressivos, não apenas porque os SST contribuem objetivamente para reduzir as emissões de CO2 como, de igual forma, porque podem ainda estar associados à produção de eletricidade5.

No atual contexto, em que se assiste a uma subida generalizada dos preços da energia, o recurso a este tipo de sistemas – sobretudo, na micro e média escalas – tem a particular vantagem de permitir uma redução muito significativa na componente da fatura relativa ao aquecimento de água, não sendo igualmente de menosprezar a relativa rapidez na recuperação desta tipologia de investimentos (em média, 5/6 anos), que poderá, inclusive, ser acelerada face à existência de apoios por parte do Fundo Ambiental (em especial, o Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis).

1Sendo que, para aplicações de produção de água quente sanitária, existem as soluções ancoradas em termossifão ou, em alternativa, em sistemas de circulação forçada. Ainda assim, existem já várias aplicações de larga escala, conforme se pode constatar ao nível da bibliografia existente. A título de exemplo, Cfr. Werner Vogel/Henry Kalb, 'Large-Scale Solar Thermal Power – Technologies, Costs and Development', Wiley-VCH Verlag 2010.

2Com relevo para a modelação desta análise e respetivos pressupostos, Cfr. GreenPro, 'Energia Solar Térmica – Manual sobre Tecnologias, Projeto e Instalação'', 2004 pp. 13 e ss.

3Ou seja, o próprio dispositivo capaz de transformar a radiação solar em energia térmica.

4Que, por razões de simplificação, não poderemos resumir à eficiência η do coletor, definida como a taxa de energia térmica utilizada para o total da irradiação de energia solar: K = QN/E, onde, respetivamente: (i) QN = Potência térmica disponível (W/m²); e (ii) E = Irradiação que atinge a cobertura de vidro (W/m²). Novamente, com relevo a este nível, Cfr. GreenPro, 'Energia Solar Térmica – Manual sobre Tecnologias, Projeto e Instalação', 2004 pp. 13 e ss.

5De que servem como exemplo as tecnologias de Concentração de Energia Solar (CES) que, por seu turno, tem como uma das suas áreas de aplicação as Centrais de Energia Solar Térmica (STE).

REVISTAS

SoliusProfei, S.L.Daikin - Ar CondicionadoSiga-nosPanasonic: a tua casa poupa. O planeta também.VulcanoBosch - Termotecnologia, S.A. (Bosch Junkers)

Media Partners

NEWSLETTERS

  • Newsletter O Instalador

    13/05/2024

  • Newsletter O Instalador

    06/05/2024

Subscrever gratuitamente a Newsletter semanal - Ver exemplo

Password

Marcar todos

Autorizo o envio de newsletters e informações de interempresas.net

Autorizo o envio de comunicações de terceiros via interempresas.net

Li e aceito as condições do Aviso legal e da Política de Proteção de Dados

Responsable: Interempresas Media, S.L.U. Finalidades: Assinatura da(s) nossa(s) newsletter(s). Gerenciamento de contas de usuários. Envio de e-mails relacionados a ele ou relacionados a interesses semelhantes ou associados.Conservação: durante o relacionamento com você, ou enquanto for necessário para realizar os propósitos especificados. Atribuição: Os dados podem ser transferidos para outras empresas do grupo por motivos de gestão interna. Derechos: Acceso, rectificación, oposición, supresión, portabilidad, limitación del tratatamiento y decisiones automatizadas: entre em contato com nosso DPO. Si considera que el tratamiento no se ajusta a la normativa vigente, puede presentar reclamación ante la AEPD. Mais informação: Política de Proteção de Dados

www.oinstalador.com

O Instalador - Informação profissional do setor das instalações em Portugal

Estatuto Editorial