Mais do que a simples poupança de energia, a intenção do município era melhorar a qualidade de iluminação, conforto visual, a atratividade, a integração dos novos modelos no entorno atual do parque, redução da poluição luminosa, proteção da biodiversidade e, finalmente, a redução do consumo.
O cenário antes da requalificação configurava a existência de 155 luminárias de 3 tipos (75 luminárias com lâmpadas de vapor de sódio e 80 com iodetos metálicos), um consumo de energia final da ordem dos 122,6 MWh/ano (energia elétrica), equivalente a 26,4 tep/ano em energia primária, associado a uma fatura energética anual da ordem dos 18,4 mil euros (incluindo IVA) e emissões de CO2 da ordem das 44 ton/ano.
O plano de requalificação configuraria a instalação de 155 luminárias com tecnologia Led, mantendo-se os apoios existentes e as suas localizações, com uma redução de consumo nunca inferior a 60%.
Com base no levantamento do parque de luminárias e medições realizadas no local, foi realizado o diagnóstico e traçado um plano de ações tendo como ponto de partida que mais luz não significaria melhor luz.
No entanto, sabendo que um sistema de iluminação pública é um projeto multidisciplinar, mas essencialmente político, a equipa do município e da AMEAL – Agência Municipal de Energia e Ambiente de Loures, envolvidas no projeto, decidiu ter numa primeira fase uma aproximação mais cautelosa, eficiente, mas conservadora, tendo presente que os níveis medidos eram excessivos para o plano de ações desenvolvido.
As luminárias seriam equipadas com sistema de telegestão remota, através de tomada Nema 7 Pins e protocolo LoraWan, exceto 28 luminárias do tipo globo, em que se optou pela reconversão para tecnologia Led com a instalação de um motor vertical de 40 W e distribuição fotométrica 360º.
A opção pelo protocolo LoraWan justifica-se pelo seu baixo custo em comunicações, baixa latência, longo alcance e porque o município já tinha em testes um sistema de rega inteligente noutro local, com o mesmo protocolo e com bons resultados.
As luminárias seriam geridas remotamente pelo município/AMEAL através de plataforma horizontal a fornecer pelo fornecedor, permitindo através de comando remoto adaptar cenários de fluxos luminosos variáveis.
O plano avançou numa primeira fase a 100%, portanto, sem nenhum dimming (regulação) e numa segunda fase foi-se introduzindo programações de níveis ao longo da noite.
Após cada programação, realizou-se uma avaliação sobre a qualidade de iluminação nos diversos períodos e auscultada a opinião dos utilizadores.
Deste modo, o município/AMEAL foi 'afinando' a eficiência energética daquela instalação, melhorando a qualidade de iluminação, o conforto visual e nunca comprometendo a perceção de segurança.
Para melhorar o conforto visual e reduzir o encandeamento, as luminárias instaladas em apoios de 4 metros, passeios pedonais, foram equipadas com escudo translúcido, semi opalino, que além de diminuir o impacto da visualização dos leds, aumenta o reconhecimento facial.
Todas as luminárias têm emissões de luz para hemisfério superior, <1%.
Os resultados, ao dia de hoje, são extraordinários e ultrapassaram em muito as expectativas do município de Loures e sem uma única queixa dos utilizadores.
Durante todo o processo o município/AMEAL foi sugerindo à empresa responsável pelo desenvolvimento da plataforma, a mesma que forneceu as luminárias, melhorias a diversos níveis, entre as quais destacamos, tipos de alarmes, tipos de reports, programação de níveis, etc.
Deste modo, a plataforma foi sendo formatada às exigências do projeto.
Outra das conclusões retiradas até agora é a taxa de avarias reduzidíssima até ao momento, as poucas que houve deveram-se a problemas da rede elétrica, prontamente corrigidas pelo distribuidor, o que também contribui para a qualidade de serviço e melhoria da eficiência energética.
Como se referiu, não registamos nenhuma queixa da população, a frequência noturna é cada vez maior, a temperatura de cor 300k cria um ambiente luminoso agradável e sem efeito de ‘prison light’, como é apelidado, quando se trabalha com temperaturas de cor iguais ou superior aos 4000K.
Terminada esta fase com uma taxa de poupança acima das expectativas, o município pretende alargar o projeto ao controlo remoto de rega, já que a rede LoraWan está instalada e disponível na zona.
Importante referir que o projeto inclui a monitorização de algumas árvores, ao nível da sua estabilidade e uma delas já está a ser monitorizada também pelo protocolo LoraWan.
Foi colocado ao fornecedor a hipótese de usar os restantes 2 pins livres do controlador Nema e associar a alguns apoios outros verticais como meteorologia, sensor de ruído ou qualidade de ar, sugestão essa que foi aceite e, portanto, contamos em 2022 evoluir o projeto com mais estes verticais.
1 - Gateway LoraWan instalado no Pavilhão de Macau
Luminárias:
Temperatura de cor da fonte led: 3000K
1 – Sensor de árvore que reporta uma vez por dia o ângulo de inclinação da mesma, lançando um alerta no caso desse angulo ultrapassar um desvio de 5º por um tempo programado.
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