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Informação profissional do setor das instalações em Portugal
“Queremos ser líderes na Climatização Radiante em Portugal”

Entrevista com Vasco Silva, Diretor-Geral da Giacomini Portugal

Ana Clara | Jornalista e Diretora28/06/2021

Há 23 anos na Giacomini Portugal, Vasco Silva analisa em entrevista à Revista O Instalador, temas como a formação dos profissionais e a pobreza energética, e elenca os eixos estratégicos da empresa, nomeadamente a Climatização Radiante. Para o Diretor-Geral da Giacomini Portugal, aspetos como o conforto, a Qualidade do Ar Interior (QAI) e a eficiência energética conjugam a "harmonia" necessária para atingir os objetivos nacionais e europeus em matéria de neutralidade carbónica.

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Como é que a Giacomini lidou com a pandemia, em termos da sua atividade, e como enfrentou esta realidade a nível de gestão de equipas?

Quando tivemos a primeira fase da pandemia, no ano passado, não nego que foi um pouco assustador. A nossa empresa é italiana e todos nos recordamos das imagens que nos chegaram em 2020 daquele país, em referência aos acontecimentos daquela altura. Tudo isso criou alguma apreensão porque as medidas restritivas que o governo italiano aplicou tiveram, como imagina, implicações naquilo que era o tecido industrial no norte de Itália, onde está situada a nossa empresa. Foi com muito sacrifício e empenho de muitos colaboradores da nossa 'casa-mãe' que foi possível manter quase sempre a fábrica em funcionamento. Da nossa parte, fomos tentando reforçar stocks em Portugal, na eventualidade de termos rutura na cadeia de fornecimento, para que as consequências não fossem tão nefastas.

Felizmente, as coisas correram bem e conseguimos sempre proporcionar um serviço de excelência aos nossos clientes, pese embora todas estas limitações. Apesar de todas as dificuldades sanitárias, sob o ponto de vista do nosso setor, 2020 foi um ano bom e de crescimento. Este ano, fechamos já o primeiro quadrimestre e estamos com um grande crescimento.

No segmento da Climatização Radiante, a Giacomini continua a liderar de forma destacada?

Internamente, procuramos beber de um espírito muito particular, que nos permita aproximar da excelência. Não é possível liderar nada se não procurarmos a excelência em permanência e que começa logo nos recursos humanos. Podemos ter os melhores produtos, mas se as pessoas não contribuírem para a realização dos objetivos, nada se conseguirá. O que temos procurado fazer na Giacomini Portugal é admitir pessoas, que tenham bons valores e princípios e que estejam disponíveis para aprender. Por isso, apostamos nelas, na formação técnica, comportamental, nas competências transversais e, com isso, esperamos ser melhores profissionais e atingir a excelência no que respeita à operação do nosso negócio.

Como consequência de tudo isto, nos últimos anos, temos vindo a ganhar quota de mercado, queremos ser líderes na Climatização Radiante em Portugal - é esse o nosso objetivo - e somos pioneiros nesta área. Temos reforçado muito o prestígio da Giacomini, sempre foi uma marca associada a muita qualidade, e é uma empresa muito virada para as soluções mais técnicas, nomeadamente os pisos, paredes, tetos radiantes, mais recentemente as bombas de calor e os sistemas de ventilação mecânica controlada.

O nosso objetivo passa por sermos líderes de mercado a curto prazo neste conceito, ou seja, no pacote constituído pela Climatização Radiante com bombas de calor e ventilação mecânica controlada porque é possível trabalhar em harmonia todos estes equipamentos, rumo ao conforto e à eficiência dos equipamentos.

Vasco Silva
Vasco Silva.

E com a pandemia de Covid-19 todas estas questões são uma novidade para muitos cidadãos, nomeadamente com o despertar para a importância da QAI. Concorda?

Sem dúvida, há uma sensibilidade maior não só para a QAI, como para a questão do conforto e da eficiência dos produtos. E, neste sentido, se pudermos juntar todos estes equipamentos Giacomini em harmonia, temos a satisfação total do utilizador dos sistemas, que é o nosso objetivo. Recordo que no Plano de Energia e Clima 2030 de Portugal, já se fala bastante no documento desta questão do conforto, e isso é muito importante.

Gostava que destacasse algumas soluções da Giacomini para este segmento do tratamento do ar e da QAI?

Temos uma gama muito extensa e completa de máquinas para ventilação. Temos um catálogo de quase 200 páginas só para este segmento.

Do nosso portefólio, temos máquinas que, além de fazerem a renovação do ar, podem também dar apoio no arrefecimento ou aquecimento, a partir da ventilação, por zonas, nos edifícios. Estamos a falar de pequenas unidades de tratamento de ar, que também comercializamos. Onde sentimos que há mais procura por parte de clientes finais e instaladores, e neste mercado das moradias de luxo onde mais trabalhamos, é nas ventilações mecânicas controladas simples com recuperação de calor. São máquinas de duplo fluxo, onde aproveitamos a energia do ar que estamos a expelir para o exterior, trocando essa energia com o ar novo que introduzimos para a renovação. Isto é, portanto, o que o mercado mais procura. Nós, além dessas máquinas, estamos também a dar mais atenção a essas tais pequenas unidades de tratamento de ar, que além de fazerem a renovação do ar, podem também dar apoio em locais ou zonas da casa mais específicas.

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A Giacomini lançou recentemente também uma gama designada Clean Air, a unidade de ventilação mecânica controlada KH2R, que garante a salubridade do ar e, por consequência, minimiza o risco de contágio de Covid-19 - sem perder a eficiência energética. E funciona muito bem nas escolas. Além disso, falamos de um sistema que permite uma recuperação termodinâmica de forma autónoma, não sendo necessário qualquer equipamento adicional para o aquecimento ou arrefecimento da divisão — ou seja, a bomba de calor integrada recupera o calor do ar extraído e transfere-o para o ar insuflado. Desta forma, o ar insuflado terá sempre uma temperatura próxima, superior ou inferior à temperatura ambiente, garantindo um maior conforto térmico.

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Pobreza energética

Ainda estamos num patamar elevado de pobreza energética em Portugal, em que a incapacidade económica para apostar em sistemas de climatização e equipamentos mais eficientes por parte da população é grande. Como é que vocês, enquanto empresa, olham para esta realidade?

Sem dúvida, Portugal ainda tem muita pobreza energética. Contudo, antes de falarmos dos sistemas temos de falar dos edifícios. Para nós, fabricantes, só faz sentido a nossa existência quando a casa é capaz de permitir condições para que o nosso trabalho seja feito. O primeiro sistema de aquecimento e arrefecimento não somos nós que fazemos, são os engenheiros civis e os arquitetos, e que basicamente passa por conceber os nZEB's (nearly-zero energy building).

E está a ser cumprida a lei quanto aos nZEB's?

Creio que não. Isso só é possível tendo caixilharias eficientes, tendo a envolvente do edifício eficiente, como os isolamentos, etc. Admitindo que temos um edifício nZEB, as necessidades de maquinaria e sistemas não vão ser exageradas. Ou seja, as pessoas, neste ponto, vão poder passar a ter sistemas que são pagáveis e que podem manter. E aí sim, é possível combater a pobreza energética por intervenção direta dos novos edifícios e nas reabilitações é igual. Mas isto não funciona só com os fabricantes, projetistas e instaladores, é preciso que os políticos encontrem formas de exigirem que as leis sejam cumpridas.

Acha que o programa 'Edifícios + Sustentáveis', no âmbito do Fundo Ambiental, vai servir para alguma coisa, ou não passa de uma 'bandeira política'?

A única coisa que sabemos é que são 610 milhões para a transição energética a nível do edificado. Tudo depende onde é que esse valor vai ser aplicado. Deve haver uma distribuição correta das verbas, com conhecimento das reais necessidades do edificado português e não por pressão de lobbies. É essencial que se faça um levantamento isento das nossas necessidades em Portugal e o programa deve fazer uma distribuição equitativa em relação às reais necessidades.

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Quanto à formação e à importância que a Giacomini lhe dá, fale-me um pouco das vossas atividades e do trabalho que têm desenvolvido nesta matéria.

Sempre demos muita importância à formação, porque os nossos produtos são de facto muito técnicos. Os nossos sistemas também aumentaram muito a sua complexidade técnica e com mais necessidade de formação. Contudo, é importante dizer que há um fosso entre pequenos e grandes instaladores, grandes e pequenos fabricantes, e a pandemia não ajudou nada a combater este problema. Há que distinguir dois tipos de formação, a dita legal e que é imposta pela legislação, e a outra, provavelmente tão ou mais importante, que pela sua amplitude e robustez, é a formação dada pelas empresas fabricantes e faz muita diferença na formação dos instaladores. E o mesmo se aplica aos projetistas, que atualmente pouco tempo têm para fazer os projetos.

Voltando à importância da formação para a Giacomini. Em 20 anos, já formámos cerca de quatro mil profissionais. E, ao longo destes 20 anos, apostamos sobretudo na formação de milhares de profissionais, através de cursos de atualização ministrados no centro de formação nacional, em Vila do Conde, e de centenas de estudantes do ensino superior e do setor profissionalizante. Uma das coisas que procuramos muito passa por sensibilizar o instalador para o cumprimentos das regras de arte e da boa instalação, para o conhecimento da legislação em vigor e só depois é que aparece a informação sobre os nossos produtos e sistemas.

Qual é o perfil do formando nos centros de formação da Giacomini em Portugal?

É, sobretudo, o pequeno instalador. Depois temos também uma parte constituída por quadros técnicos de empresas instaladoras de média e grande dimensão, que muitas vezes, disponibilizam os seus engenheiros, orçamentistas e diretores de obra, para participar nas nossas ações de formação.

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Fale-me de alguns dos projetos de referência da Giacomini Portugal.

A Fundação Champalimaud é um deles, e temos muito orgulho em dizer que somos fornecedores de pavimento radiante ao novo centro de investigação daquela instituição, um serviço de excelência que prestam ao País e ao Mundo, como sabe. Temos também o mosteiro de Tibães, em Braga, o Centro de Alto Rendimento de Remo no Pocinho e estamos neste momento a fornecer o Museu Ibérico de Abrantes.

Por fim, que mensagem gostaria de deixar ao mercado para este ano de 2021.

Aparentemente, está tudo desenhado para que possamos ter um futuro melhor. As linhas orientadoras para o futuro e o apreço do mercado pelo conforto, eficiência e qualidade do ar interior, mostram que estamos a caminhar no bom sentido. Parece-me é que temos regulamentação excessiva, demasiado teórica, e nesse sentido, seria importante ir mais ao terreno e 'beber' da experiência dos técnicos, dos instaladores e de todos os profissionais que detêm experiência e o conhecimento da realidade. Tirando isto, creio que podemos antecipar um caminho positivo e, na área da Climatização, temos tudo para triunfar. Temos energia positiva para um futuro próximo!

Saiba mais aqui: pt.giacomini.com

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