Contudo, um quarto dos executivos, principalmente nos setores de energia e consumo, confirma que as suas organizações planeiam acelerar os esforços conducentes à sustentabilidade ambiental no próximo ano.
Esta aparente contradição é uma das principais conclusões de um novo estudo da Deloitte, o Climate Pulse Survey 2021, que consultou 750 líderes empresariais globais em 13 países no início deste ano.
O estudo conclui que a sustentabilidade ambiental não é apenas um pedido, mas uma exigência de um conjunto alargado de stakeholders das empresas. É, igualmente, um imperativo de negócio que se tem mostrado benéfico na retenção de talento e na melhoria do desempenho financeiro.
De acordo com o Climate Pulse Survey 2021 da Deloitte, as alterações climáticas já não representam apenas uma ameaça distante e afetam a vida diária em muitas partes do mundo, com as empresas a começar a sentir os seus efeitos. Mais de 30% dos executivos consultados afirmam que as suas organizações já sentem impactos operacionais dos desastres relacionados com o clima e mais de um quarto está a enfrentar escassez de recursos devido às alterações climáticas. Os impactos operacionais dos eventos climáticos estão a afetar, neste momento, mais de 1 em cada 4 organizações em todos o mundo.
A pesquisa conclui também que cerca de 81% dos líderes empresariais acreditam que as empresas deveriam fazer mais pela preservação do meio ambiente e 72% querem, inclusivamente, que os respetivos governos assumam um maior papel no controlo da crise climática.
Segundo o Climate Pulse Survey 2021, os executivos estão preocupados, mas otimistas, com o potencial de mitigação dos piores efeitos das alterações climáticas e veem a educação, o suporte a iniciativas de políticas públicas e a colaboração na procura de soluções holísticas como aspetos fundamentais no caminho da sustentabilidade ambiental.
Cerca de metade dos entrevistados indicaram que viram iniciativas de sustentabilidade ambiental impactar positivamente um conjunto alargado de stakeholders, incluindo na satisfação e expetativas de clientes, retenção e atratividade de talento, reputação e, incluindo, ao nível das métricas financeiras das suas empresas. Além disso, quase metade dos executivos também reconhece impactos mensuráveis no meio ambiente, tais como a redução das emissões de carbono. As organizações estão a aumentar as suas ações, incluindo o incentivo ao teletrabalho (38%) e a compra direta de energia renovável (36%).
Carlos Cruz, Partner da Deloitte, lembra que “o combate às alterações climáticas é um tema fundamental à escala global e prova disso é o grande destaque que lhe é dado nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Este é, por isso, um momento importante para as empresas lançarem novas bases para o crescimento e fazer transformações estruturais na forma de pensar o negócio, de forma a contribuir para um futuro mais verde e para uma sociedade mais preparada para enfrentar os desafios dos novos tempos e de um desenvolvimento sustentável, no qual se inclui o combate às alterações climáticas”.
Aceda aqui ao estudo Global Climate Pulse Survey 2021.
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