Artigo excusivo para a Revista O Instalador no âmbito da parceria com a RNAE
Uma das vertentes desta estratégia assenta na descarbonização dos transportes, nomeadamente no que diz respeito à frota municipal de veículos ligeiros, mas também à frota de veículos pesados. Estrategicamente, a Câmara Municipal do Porto tem pretendido liderar pelo exemplo, pondo em prática a sua política de descarbonização e inspirando os demais, sejam os munícipes da cidade, sejam outras instituições de índole pública ou privada a fazerem o mesmo.
Em relação à frota de veículos ligeiros, o caminho delineado e seguido foi disruptivo, abandonando o paradigma de renting de carros com motores térmicos para instituir uma verdadeira transição para um paradigma assente na mobilidade elétrica, adotando o renting de veículos elétricos, apostando na crescente eletrificação e descarbonização da sua frota.
Durante esse período de teste foi fundamental perceber a real adaptação das equipas aos novos veículos, ao novo tipo de 'abastecimento', bem como vencer alguma desconfiança e resistência à mudança ainda existente face à novidade. Durante este período, foi analisado o histórico de dados de vários anos referentes à frota até então existente por forma a assegurar uma transição consistente e coerente que nunca pusesse em causa a eficiência dos serviços e que pudesse suportar devidamente a decisão sobre a quantidade e a tipologia dos veículos a selecionar, nomeadamente compreender quantos e quais poderiam ser 100% elétricos ou híbridos plug-in face às necessidades de utilização.
Um dos grandes desafios associados à mobilidade elétrica prendeu-se com a garantia da infraestrutura de carregamento elétrico de veículos: uma frota de ligeiros pioneira desta dimensão exigiu uma infraestrutura de grandes dimensões que se caraterizou por um elevado número de carregadores e uma forte concentração dos mesmos em determinados locais. Este exercício foi bem-sucedido, tendo sido garantido, nos pontos mais críticos, um sistema de balanceamento de carga robusto e capaz de fazer face às necessidades.
Destaca-se a existência de 315 pontos de carregamento distintos, dispersos por 19 locais no município do Porto. Pela sua maior concentração, destacam-se os 68 pontos de carregamento nas instalações da Águas do Porto, EM; os 60 nas Oficinas Gerais da CMP e ainda os 45 no Parque de Estacionamento da Trindade.
Desde 2020 que o município do Porto alterou a sua política de aquisição de energia, fazendo com que toda a energia consumida nos edifícios, escolas, museus, piscinas e mesmo na iluminação pública seja de origem renovável. Quer isto dizer que todos os veículos elétricos municipais circulam na cidade abastecidos com energia 100% renovável, reduzindo também assim o impacto que poderiam ter a montante. Adicionalmente, o Município tem em curso diversos projetos de instalação de painéis solares em edifícios municipais, tendo em vista a produção de energia para autoconsumo. Dentro desta visão, o futuro próximo reserva uma articulação ainda mais relevante de sinergias, produzindo localmente energia 100% limpa que servirá para carregar veículos elétricos e com isso dar mais um passo seguro rumo a uma maior sustentabilidade.
De momento, está já a ser trabalhada a renovação do contrato de renting que contempla uma análise sobre os dados coletados e reforça a importância da tomada de decisão baseada nos dados que o Porto tem vindo a defender. Desta forma, será possível ir mais longe em matéria de eletrificação e aproveitar as novas soluções do mercado que em 2016 ainda não existiam, propiciando um futuro mais verde e uma aposta ainda maior na qualidade de vida que o Porto quer propiciar aos seus cidadãos.
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