Artigo exclusivo: dossier QAI na edição n.º 297 da Revista O Instalador
Os materiais de construção são os mais habitualmente associados a este risco, desde logo porque representam uma maior área emissora, levando a que tenham já sido objeto de regulação em muitos países europeus, embora não em Portugal.
No entanto, já podemos encontrar no nosso país materiais de construção com rótulos que atestam a sua baixa emissão. O rótulo ecológico europeu ou o rótulo A+, decorrente de legislação francesa, são os mais conhecidos. O Laboratório da Qualidade do Ar Interior do INEGI (www.inegi.pt/pt/servicos-laboratoriais/qualidade-do-ar-interior/) tem ao longo dos anos colaborado com várias indústrias nacionais e europeias na caraterização de materiais de construção, sendo testemunha de um interesse cada vez maior por parte da indústria nesta temática.
A proteção da saúde envolve a implementação de estratégias como a ventilação e o controlo das fontes, que devem ser aplicadas em conjunto. Evitar o uso de produtos ou materiais poluentes e substituí-los por congéneres de mais baixa emissão é uma opção que deve ser posta em prática. Educar e sensibilizar as pessoas para este tema é fundamental. Mas não basta deixar ao consumidor a responsabilidade de fazer essa seleção, numa sociedade em que habitualmente um material mais poluente é também mais barato.
A grande dificuldade na identificação dos produtos menos poluentes através da leitura dos rótulos é outro dos principais entraves ao consumo consciente por parte da população em geral. Nesse sentido, a influência dos Estados seria determinante para aumentar a literacia nesta área.
No período excecional que atravessamos, é imperativo reforçar a importância da Qualidade do Ar Interior, envolvendo todos os intervenientes com um papel ativo no rumo da saúde das populações
Em Portugal, assistiu-se ainda a um retrocesso legislativo no que respeita à Qualidade do Ar Interior (QAI). Se em 2006 com a legislação SCE (Sistema de Certificação Energética dos Edifícios) foi um exemplo, elogiado a nível internacional, ao juntar a QAI à Diretiva EPBD (Diretiva Europeia relativa ao Desempenho Energético dos Edifícios), em 2013, deixou cair a obrigatoriedade das auditorias de QAI, desresponsabilizando-se sobre o que acontece dentro dos edifícios.
www.oinstalador.com
O Instalador - Informação profissional do setor das instalações em Portugal