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Artigo exclusivo da nossa cronista Carmen Lima, publicado na edição de março da revista O Instalador

Os restos de comida não são lixo, vem aí o contentor castanho

Carmen Lima | Coordenadora do Centro de Informação de Resíduos da Quercus

04/03/2021
Não é tarefa fácil separar os resíduos, a diversidade de materiais, embalagens e equipamentos que possuímos em casa, compostos por uma gama muito variada de componentes, dificulta quando temos que tomar uma decisão para quando estes se transformam em “lixo” e lhes queremos dar uma solução.
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A cada dia que passa, cada Português produz, em média, 1,32 kg de resíduos urbanos, lixo que é produzido em nossas casas e que contribuiu para uma produção anual de 4,75 milhões de toneladas, para os quais temos que dar um destino.

Nos tempos que enfrentamos, em pleno combate a uma pandemia, tem sido frequente recorrermos à aquisição dos produtos e alimentos embalados, através de compras online ou em takeaway, não promovendo a reutilização dos nossos resíduos.

Em contra-corrente, temos as metas futuras no que concerne à preparação para a reutilização e reciclagem, nomeadamente: 55% para 2025; 60% para 2030 e 65% para 2035.

No caso da deposição de resíduos urbanos em aterro, a meta está fixada nos 10% ou menos da quantidade total de resíduos urbanos produzidos, a atingir até 2035. Ora, o que nos espera, é um desafio sério na gestão destes resíduos, em conformidade com a hierarquia europeia de gestão de resíduos.

Com estes dados, é possível constatar que, atualmente, estamos perante uma evolução desfavorável no que respeita ao cumprimento da hierarquia de gestão dos resíduos, dado que se verifica um ligeiro aumento da deposição direta em aterro e, por outro lado, a estabilização da fração recolhida seletivamente para valorização material, face ao total de resíduos, o que contraria a estratégia comunitária e nacional para os resíduos urbanos.

Existem igualmente metas para a recolha seletiva de determinadas fileiras de resíduos urbanos, como os bioresíduos, através da implementação de um sistema de recolha de bioresíduos até 2023, uma tipologia de resíduos que requer muita atenção, dado que atualmente atingem os 46% do total depositado em aterros, muito aquém da meta de 35%, estabelecida para esta fileira de resíduos.

Os bioresíduos, os resíduos biodegradáveis como restos de comida, cascas de fruta, chá ou café, desperdícios da preparação e confeção de refeições, na realidade não são “lixo” e podem ser recuperados e encaminhados para compostagem – doméstica, comunitária ou industrial.

A compostagem é um processo biológico, através do qual microrganismos (como bactérias, fungos e leveduras) transformam matéria orgânica (restos de folhas, comida, etc.), num produto rico em nutrientes e com aspeto de terra, chamado composto, que pode ser utilizado para melhorara as caraterísticas físicas, físico-químicas e biológicas dos solos – agrícolas e/ou florestais.

Mesmo conhecendo os benefícios da recolha seletiva dos bioresíduos e da compostagem doméstica ou comunitária, realizá-las no dia-a-dia pode parecer desafiante para quem não está acostumado. Assim sendo, ter um bom conhecimento do processo e das suas utilidades, é fundamental para que exista incentivo em pô-la em prática.

Contudo, ainda que informadas, muitas pessoas criam barreiras à sua recolha e à compostagem doméstica e surgem preocupações relativamente aos odores, dúvidas sobre quais os resíduos que podem ou não colocar, a possibilidade de atrair insetos e outros animais, ou a perceção que a preparação e manutenção exigem um compromisso de tempo inviável.

A aposta em projetos que incentivem a compostagem é uma estratégia efetivamente interessante, visto que a compostagem traz inúmeras vantagens, tanto ambientais como financeiras

A aposta em projetos que incentivem a compostagem é uma estratégia efetivamente interessante, visto que a compostagem traz inúmeras vantagens, tanto ambientais como financeiras.

Por um lado, a diminuição do lixo orgânico a ser encaminhado para os aterros, os custos de transporte reduzem significativamente, o que pode ser um incentivo para empresas e câmaras municipais investirem em programas de compostagem.

Por outro lado, o próprio produto da compostagem pode ser uma fonte de rendimento ao ser vendido. Por fim, a compostagem pode potenciar o desenvolvimento social e comunitário, pois é uma atividade que reúne a comunidade em locais comuns (por exemplo: hortas comunitárias) e incentiva a sensibilização e educação ambiental.

É preciso assegurar um maior apoio às autarquias, orientando-as por forma a promoverem o aumento de respostas na recolha seletiva deste resíduo, através do contentor castanho, ou disponibilizando equipamentos para a compostagem doméstica ou comunitária, atendendo às caraterísticas do local, sociais e ambientais.

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