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A eficiência energética na Iluminação Pública

Texto: ENERAREA e S.ENERGIA16/02/2021
A iluminação artificial tem um papel fundamental nas nossas vidas. Seja em casa, no local de trabalho, em iluminação funcional ou decorativa, no espaço público, na sinalização ou na Iluminação Pública (IP), estima-se que a nível mundial toda a iluminação artificial consuma cerca de 15% da eletricidade produzida.
Município da Moita
Município da Moita.

A introdução da iluminação LED, à qual se adicionam sistemas de gestão que podem ser tão abrangentes que permitam a gestão da iluminação ponto-a-ponto, adequando a cada momento o serviço prestado às necessidades do local, potenciando não só a eficiência energética, mas também as condições de conforto visual, segurança de pessoas e de bens, permite ainda uma redução significativa nas necessidades de manutenção.

Além disso, o LED oferece aos projetistas capacidade de, jogando com a temperatura de cor, criar ambientes diversos, de acordo com a necessidade, seja por questões de segurança, saúde, ou meramente estéticas, assegurando uma restituição cromática adequada. Na IP, ao permitir um melhor direcionamento do fluxo luminoso, assegura ainda uma redução substancial da poluição luminosa, quando comparando com as tecnologias tradicionais. Perante estes factos, não é difícil descortinar que o LED permitiu uma verdadeira revolução no mercado e nos serviços de iluminação.

Em Portugal, a Iluminação Pública representa, em média, 3% dos consumos elétricos do país, pelo que a melhoria da eficiência energética na IP pode contribuir de forma relevante para os ambiciosos objetivos da política energética nacional, no que diz respeito ao aumento da eficiência energética no consumo.

Neste contexto, os municípios têm progressivamente realizado intervenções de melhoria da eficiência energética da IP, promovendo a redução do consumo de eletricidade e as emissões de CO2. Com este esforço, entre 2010 e 2019, verificou-se uma redução de aproximadamente 350 GWh/ano no consumo elétrico, significando uma diminuição de 21% no consumo em IP.

Se até agora esta mudança tem muitas vezes significado apenas a troca de luminárias, o que se prevê é que, gradualmente, se assista a uma ampliação dos serviços prestados pela rede de IP, onde cada luminária com a sua identificação única está integrada numa rede inteligente que gere a iluminação, permitindo a variação do fluxo luminoso ponto-a-ponto, deteção de avarias, manutenção preditiva, ou mesmo o controlo biodinâmico da temperatura de cor.

Esta reforma profunda nas redes de IP é fundamental para os municípios, porque simultaneamente permite uma redução da despesa e aumenta a qualidade do serviço público de iluminação, reforçando o sentimento de segurança e contribuindo de forma inegável para a promoção da sustentabilidade dos territórios.

Em Portugal, a Iluminação Pública representa, em média, 3% dos consumos elétricos do país

Neste âmbito, na área de atuação da S.ENERGIA - Agência Regional de Energia para os concelhos do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete, há mais de 10 anos que os municípios têm vindo a intervir na modernização da IP, primeiro com pequenos projetos piloto, e, atualmente, com intervenções de grande dimensão que permitem a alguns Municípios terem já todas as suas luminárias substituídas, com uma redução de consumo médio de 75%.
Na região da ENERAREA - Agência Regional de Energia e Ambiente do Interior são várias as medidas de melhoria da eficiência energética implementadas na área da IP, tendo para isso contribuído o trabalho desenvolvido por esta Agência de Energia no âmbito do Plano de Otimização Energético vocacionado para a Iluminação Pública, para os 13 Municípios pertencentes à Associação de Municípios da Cova da Beira (Almeida, Belmonte, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Fundão, Guarda, Manteigas, Mêda, Penamacor, Pinhel, Sabugal e Trancoso) e para os restantes municípios associados, onde se inclui a Covilhã, Gouveia e Seia, correspondendo desta forma aos 16 municípios representados pela ENERAREA.
Foi também com o apoio das Agências de Energia que os municípios avançaram para a elaboração de Contratos de Desempenho Energético através das ESE (Empresas de Serviços Energéticos), sendo esta considerada uma possível forma de financiamento dos investimentos mais volumosos na área da IP.

Na tabela complementar é possível analisar as estimativas dos resultados a serem alcançados anualmente nas intervenções realizadas após 2018, traduzindo-se numa redução média de 75% da energia consumida com a implementação das medidas de eficiência energética na IP nas áreas de atuação da S.ENERGIA e ENERAREA. A intervenção realizada num total de 75 348 luminárias, que representava
um custo anual de €4 606 031, gerou uma poupança de €3 253 014, passando para um custo atual de €1 353 018.

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Diz-nos a história que existe sempre espaço para inovar e a evolução das tecnologias de informação e comunicação permite o alargar de horizontes e incorporar também na estrutura física da rede de IP um novo conjunto de serviços, possibilitando assim aos Municípios ampliar e melhorar a gestão do seu território e dos seus serviços públicos em áreas tão díspares, como o ruído, a qualidade do ar, a segurança de pessoas e bens, a comunicação de dados, a gestão de tráfego e estacionamentos, a recolha de resíduos, o carregamento de veículos elétricos, entre outros. Com esta evolução, a rede de IP tende a tornar-se um elemento cada vez mais fundamental dos territórios enquanto elemento agregador de um conjunto de serviços partilhados e fundamentais para uma transição energética e ambiental justa, equilibrada, coesa e inclusiva.
Sabugal
Sabugal.

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