Efcis - Comércio Internacional, S.A.
Informação profissional do setor das instalações em Portugal

O ano do Coronavírus, do SarsCov2, da Covid-19, da pandemia e da mobilidade elétrica

Texto: Henrique Sánchez | Presidente da UVE - Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos09/10/2020
O ano de 2020 ficará, indelevelmente, marcado pelo vírus SarsCov2 e pela doença Covid-19 responsável pela pandemia que assola todo o mundo como nunca se tinha verificado anteriormente.

Pela primeira vez, centenas de milhões de pessoas, tendo chegado a ser ultrapassado o número de mais de 2.000 milhões de seres humanos, foram obrigados a ficar nas suas casas, impossibilitados de se deslocar, quer fosse para trabalhar, ou simplesmente para visitar parentes e amigos.

Centenas e centenas de fábricas pararam e entraram em lockdown. Foram afetados setores inteiros da economia de diversos países, e mais de 180 países entraram em colapso, provocando quedas gigantescas nas vendas de produtos e serviços, estando os prejuízos ainda longe de ser totalmente contabilizados.

As ruas de Lisboa ficaram desertas
As ruas de Lisboa ficaram desertas.
A aviação comercial parou durante vários meses, milhares e milhares de aviões ficaram em terra, os navios de cruzeiro ficaram atracados nos respetivos portos devido ao cancelamento de milhares de viagens turísticas, os grandes cargueiros e petroleiros ficaram imobilizados em portos e muitas vezes em pleno alto mar. O preço do petróleo chegou a estar cotado a preços negativos, as grandes empresas petrolíferas pagavam para “vender” o petróleo, pois devido à queda abrupta das atividades económicas, a procura tinha desaparecido e a capacidade de armazenagem tinha sido grandemente ultrapassada.
Em todo o mundo, mais de 16.000 aviões ficaram em terra
Em todo o mundo, mais de 16.000 aviões ficaram em terra.
Os seres humanos viram-se repentinamente limitados nas suas atividades, quer fossem profissionais, familiares, de lazer ou simplesmente de amizade. A brutalidade e a rapidez com que fomos confinados às nossas casas, deixou-nos a muitos de nós, perplexos, no entanto rendidos à gravidade da situação que vivíamos.

Mas afinal o que é que isto tudo tem a ver com a Mobilidade Elétrica?

Tem muito, mesmo muito! Esta paragem gigantesca das atividades económicas, de parte das indústrias altamente poluidoras, ou dos serviços baseados em transportes também fortemente poluidores, como sejam os aviões, os navios de cruzeiro, os cargueiros, os petroleiros, os grandes camiões de transporte rodoviário, os diversos transportes públicos (autocarros a gasóleo) e particulares (carros a gasóleo e a gasolina), fizeram cair os níveis de poluição das grandes cidades e das áreas metropolitanas rapidamente para valores que chegaram a ser metade dos que existiam antes da pandemia ser declarada. Todos fomos testemunhas de cidades mais silenciosas, com o ar muito menos poluído, as cores passaram a estar mais vivas, o chilrear dos pássaros passou a fazer parte do nosso quotidiano citadino, e, em muitas cidades assistimos a inúmeras espécies animais, mais ou menos selvagens, a aventurarem-se pelas ruas, parques e avenidas das nossas cidades. Vimos alces, javalis, veados, macacos, cangurus, coiotes e pumas, conforme o país e a região.
Em Lisboa, foi notícia a chegada ao estuário do Tejo de dezenas de golfinhos que fizeram questão de se mostrar e aqui permanecer durante vários dias.
Esta travagem abrupta das atividades económicas e das deslocações dos humanos, com milhares de conferências, seminários, debates e reuniões de organismos públicos ou de empresas privadas a serem substituídos por videoconferências ou tele-reuniões, ou, o teletrabalho e o tele-ensino, a invadirem o nosso quotidiano. Permitiu-nos ter mais tempo, aquele que “desperdiçávamos” em viagens de avião ou de carro, deixando assim de poluir o ambiente e de ter mais tempo para a família, para a leitura, para um conjunto de atividades para as quais “normalmente” não tínhamos tempo - pequenos arranjos em casa, hortas caseiras, brincadeiras com os filhos, passeios a pé, etc.

Toneladas de CO2 e de diversos outros gases tóxicos e altamente nocivos para a nossa saúde não foram emitidos. Pudemos constatar, pela observação, in loco, como seriam as nossas cidades só com Veículos Elétricos, com mais ciclovias, com mais parques, mais zonas verdes e passeios. As bicicletas esgotaram nas grandes superfícies, e estes meses permitiram a milhares de cidadãos constatarem pela própria realidade que viam, quão importante será a implementação de medidas restritivas à circulação de veículos com motores de combustão interna, não só nos centros das grandes cidades, como em todas as grandes áreas metropolitanas e a substituição dos transportes públicos coletivos realizados por veículos poluidores por Veículos Elétricos.

Mais marcas e mais modelos, maior oferta com maior autonomia

Paralelamente, este ano de 2020 vários fabricantes que ainda não tinham aderido à Mobilidade Elétrica lançaram os seus primeiros modelos 100% elétricos e híbridos plug-in, outros alargaram a sua oferta eletrificada, alguns já foram anunciados durante a realização do ENVE Online no passado dia 25 de julho: Honda e, Audi e-tron, Peugeot e-208 e Peugeot e-2008, Opel Corsa-e, outros tiveram a sua apresentação nacional no Encontro Nacional de Veículos Elétricos – ENVE 2020 que se realizou nos passados dias 19 e 20 de setembro: Mazda MX-30, Volkswagen ID.3, Renault Captur E-TECH Plug-in Hybrid, Renault Mégane E-Tech Plug-in Hybrid, Volvo XC40 PHEV, Citroen C5 Aircross PHEV, KIA XCeed PHEV, Opel Grandland X Hybrid4 Plug-in.
Esta oferta cada vez mais alargada e diversificada de modelos 100% elétricos, consistiu em modelos com mais autonomia, com a possibilidade de carregamento rápido a maiores potências, contemplando todos os segmentos de mercado, viaturas ligeiramente mais económicas, sendo esta ainda a maior barreira para muitos dos potenciais interessados darem o passo na aquisição da sua primeira viatura elétrica.

As vendas de Veículos Elétricos resistiram ao colapso das vendas automóveis que no setor dos combustíveis fósseis chegaram a ser superiores a 95%, obrigando ao fecho de muitas linhas de montagem e ao lay-off de várias fábricas em todo o mundo.

Enquanto as vendas dos VCI (Veículos com motor de Combustão Interna) afundavam, as vendas dos VE (Veículos Elétricos) mostravam uma grande resiliência regressando rapidamente a crescimentos significativos:

Imagen
Interessante verificar que mesmo numa conjuntura recessiva, os Veículos Elétricos, que já tinham mostrado uma grande resiliência durante os meses mais críticos (abril e maio), mostram agora uma grande pujança retomando crescimentos significativos:
Imagen
Em termos europeus, Portugal ocupa o 4.º lugar nas vendas de Veículos Elétricos na União Europeia, logo atrás da Suécia, Finlândia e Holanda, e se considerarmos somente os híbridos plug-in, Portugal está em terceiro lugar na UE, só ultrapassado pela Suécia e Finlândia:
Imagen
Este registo de vendas dos Veículos Elétricos em Portugal colocou a quota de mercado dos veículos elétricos (BEV e PHEV) acima dos 11%! A Mobilidade Elétrica não tirou férias em Portugal.

Rede pública de Carregamento em franca expansão por todo o país

Também no que respeita às Redes de Carregamento para Veículos Elétricos, quer a Rede Pública de Carregamento, sob gestão da EGME (Entidade Gestora da Rede de Mobilidade Elétrica), atualmente a MOBI.E, quer as Redes Privadas de Carregamento que a complementam, têm registado um aumento significativo no número de Postos de Carregamento Rápido (PCR), de Postos de Carregamento Normal (PCN) e até na instalação dos primeiros Postos de Carregamento Ultrarrápido (PCUR), bem como uma muito maior dispersão dos mesmos por todo o território nacional, incluindo os Açores e a Madeira.

Atualmente, o número de Postos de Carregamento Rápido (50 kW) existentes em Portugal atingiu os 342 PCR, estando 314 no continente, 18 nos Açores e 10 na Madeira, dos quais 301 pertencem à Rede Pública e 41 pertencem a Redes Privadas. Dos 301 PCR da Rede Pública, 222 estão ligados e em pleno funcionamento, 15 estão instalados mas ainda não ligados, e 64 estão em instalação.

Imagen
Já está instalado, em Algés, o primeiro Posto de Carregamento Ultrarrápido (PCUR) da Rede Pública que permite carregamentos a 160 kW, de um conjunto de 20 PCUR que serão instalados só no concelho de Oeiras, além de mais 22 PCR (50 kW) também já atribuídos por concurso, a instalar também no concelho de Oeiras.
Posto de Carregamento Ultrarrápido (PCUR), em Algés
Posto de Carregamento Ultrarrápido (PCUR), em Algés.

Temos ainda os 78 SuperCarregadores (SuC) da Tesla, 70 com potência de 150 kW e distribuídos por sete diferentes localizações, e 8 com possibilidade de carregar a 250 kW recentemente inaugurados em Loulé, sendo o primeiro SuC da Tesla a permitir carregamentos a 250 kW na Península Ibérica.

PCR no Lidl de Álcacer do Sal, operado pela KLC
PCR no Lidl de Álcacer do Sal, operado pela KLC.
Foi também inaugurada a primeira Estação de Carregamento para Veículos Elétricos fruto da total conversão de uma antiga “bomba de gasolina” em Vila Nova de Gaia, o prenúncio de toda uma mudança que se afigura cada vez mais rápida e generalizada.
Estação de Carregamento para VE em Vila Nova de Gaia, operada pela Power Dot
Estação de Carregamento para VE em Vila Nova de Gaia, operada pela Power Dot.
Já estão também em funcionamento os primeiros PCR e PCN da Rede Privada para clientes da superfície comercial Continente. Esta primeira área de carregamento, exclusiva para clientes Cartão Continente, em Matosinhos, possui 2 PCR e 8 PCN, com 16 tomadas de 22 kW. Esta Rede Privada para os clientes do Continente com o respetivo Cartão Continente, vem complementar a atual oferta da Rede Pública de Carregamento.

As vendas de Veículos Elétricos resistiram ao colapso das vendas automóveis que no setor dos combustíveis fósseis chegaram a ser superiores a 95%, obrigando ao fecho de muitas linhas de montagem e ao lay-off de várias fábricas em todo o mundo

No que respeita à Rede da Carregamento Normal, todos os 663 postos pertencentes à Rede Piloto foram já concessionados aos vencedores do concurso público: os operadores EDP Comercial, Galp Electric, KLC e Power Dot. Estes carregadores com a atribuição de um OPC passaram a ter um tarifário próprio e estão a ser integrados e identificados pelos respetivos operadores.
Os PCN concessionados distribuídos pelos OPC vencedores
Os PCN concessionados distribuídos pelos OPC vencedores.
Num balanço ainda que parcial deste ano de 2020, podemos constatar que as consequências da pandemia da Covid-19, o aumento da oferta dos modelos e a expansão da Rede de Carregamento, vieram acelerar todo o atual processo de expansão da Mobilidade Elétrica em Portugal.

Existe um número cada vez maior de aderentes aos Veículos Elétricos, de novos proprietários e Utilizadores que na prática do dia-a-dia já utilizam Veículos Elétricos, sejam de quatro rodas, de duas rodas, ou integrantes dos transportes públicos coletivos, que também atravessam um período de acelerada eletrificação das suas frotas.

Não sejas fóssil, conduz elétrico!

Não existe Planeta B!

REVISTAS

Daikin - Ar CondicionadoBosch - Termotecnologia, S.A. (Bosch Junkers)Lisboa Feiras, Congressos e Eventos / Associação Empresarial (Smart Cities Summit - Fil - Tektónica)SoliusProfei, S.L.Induglobal - Encontros ProfissionaisSiga-nos

Media Partners

NEWSLETTERS

  • Newsletter O Instalador

    22/04/2024

  • Newsletter O Instalador

    15/04/2024

Subscrever gratuitamente a Newsletter semanal - Ver exemplo

Password

Marcar todos

Autorizo o envio de newsletters e informações de interempresas.net

Autorizo o envio de comunicações de terceiros via interempresas.net

Li e aceito as condições do Aviso legal e da Política de Proteção de Dados

Responsable: Interempresas Media, S.L.U. Finalidades: Assinatura da(s) nossa(s) newsletter(s). Gerenciamento de contas de usuários. Envio de e-mails relacionados a ele ou relacionados a interesses semelhantes ou associados.Conservação: durante o relacionamento com você, ou enquanto for necessário para realizar os propósitos especificados. Atribuição: Os dados podem ser transferidos para outras empresas do grupo por motivos de gestão interna. Derechos: Acceso, rectificación, oposición, supresión, portabilidad, limitación del tratatamiento y decisiones automatizadas: entre em contato com nosso DPO. Si considera que el tratamiento no se ajusta a la normativa vigente, puede presentar reclamación ante la AEPD. Mais informação: Política de Proteção de Dados

www.oinstalador.com

O Instalador - Informação profissional do setor das instalações em Portugal

Estatuto Editorial