Conjuntura da Construção relativa ao mês de maio de 2020 revela que o setor ainda que atravesse, à semelhança da generalidade dos setores económicos, um período difícil e incerto, susteve o primeiro impacto da pandemia de Covid-19 no setor, tornando-se agora imperiosa a retoma do investimento público.
O impacto em termos económicos do estado de emergência imposto no nosso País na sequência do surto de Covid-19 é ainda de difícil mensuração, mas reflete-se já nos mais recentes valores dos indicadores disponíveis, tanto os relativos à economia em geral, como os referentes ao setor da Construção em particular.
Assim, a estimativa rápida do PIB elaborada pelo INE para o primeiro trimestre de 2020 aponta para uma queda homóloga de 2,4% e uma redução de 3,9%, face ao último trimestre de 2019, ambas em termos reais.
Segundo o INE, “a contração da atividade económica reflete o impacto da pandemia Covid-19 que já se fez sentir significativamente no último mês do trimestre". De salientar que não se registava uma variação homóloga negativa do PIB desde o 3º trimestre de 2013.
Já no que concerne ao setor da Construção em particular, de acordo com o Inquérito Rápido e Excecional às Empresas - Covid-19, promovido pelo INE, e analisando os resultados apurados na semana de 20 a 24 de abril (em pleno estado de emergência), 8,5% das empresas de construção declararam ter suspendido temporariamente a atividade ou encerrado definitivamente.
Do total das empresas, 62,9% registaram uma redução no volume de negócios, e num terço dessas essa diminuição foi superior a 50%. Ainda de referir que 45,0% das empresas viram reduzido o número de pessoas efetivamente a trabalhar, sendo que 24,1% dessas apontaram para uma diminuição superior a 50% no número de trabalhadores.
Em termos quantitativos o Índice de produção da Construção, também da responsabilidade do INE, registou, no primeiro trimestre do ano, uma variação homóloga acumulada de -0.6%. Ainda que esta queda não seja muito expressiva, este índice, que mede a produção da construção em termos mensais, não apresentava uma variação homóloga negativa desde o final de 2016, mostrando, desde então, uma recuperação sustentada, que se verificou até fevereiro de 2020.
Em termos da procura dirigida ao setor da Construção, é de assinalar que, em termos acumulados até ao último mês para o qual existe informação disponível, mantêm-se níveis positivos de intenção de investimento, quer público quer privado.
No entanto, quando analisados os números mensais:
"Assim, ainda que a Construção atravesse, à semelhança da generalidade dos setores económicos, um período difícil e incerto, regista um menor impacto imediato sobre a sua atividade, uma vez que a declaração de Estado de Emergência não determinou a suspensão das obras, a exemplo do que se passou na generalidade dos países. A sua evolução dependerá, em absoluto, das medidas de recuperação económica que vierem a ser adotadas que, no caso da Construção, tem de passar por um aumento significativo do investimento público", refere a AICCOPN e a AECOPS, em comunicado.
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