Efcis - Comércio Internacional, S.A.
Informação profissional do setor das instalações em Portugal

Energia Azul: setor portuário e o caminho rumo à sustentabilidade

Artigo de Rebeca Marini | Engenheira de desenvolvimento do INEGI na área de tecnologias para o mar

27/05/2020

A Organização do Portos Marítimos Europeus (ESPO, do nome em inglês European Sea Ports Organisation) deu recentemente um importante passo em direção à sustentabilidade ambiental do setor, ao posicionar-se como um parceiro estratégico para a concretização das metas do Pacto Ecológico Europeu (PEE). A Europa ambiciona ser o primeiro continente do mundo a atingir zero emissões até 2050, e os Portos juntam-se à luta.

Imagen

Os Portos e a atividade marítimo-portuária têm um papel de relevo na economia portuguesa e europeia - na Europa, 74% dos produtos, 40% dos quais produtos energéticos como o petróleo, chegam às pessoas através de portos – e são clusters de transporte, energia, indústria e atividades da economia azul. Diminuir a pegada ambiental destas instalações terá, portanto, um grande impacto no planeta.

Agora surge então a questão – como alcançar as metas traçadas?

Os Portos têm uma importante vantagem nesta corrida. Localizados geralmente em zonas costeiras, têm à sua disposição um recurso energético com enorme potencial: a energia marinha. Potencial este que, em todo o mundo, se traduz na capacidade de produzir 1.2 a 83.000 TWh/ano (dependendo do recurso natural considerado).

Há diversas maneiras de extrair energia renovável do mar – através das marés, das ondas, das correntes, do gradiente salino, entre outras. É uma fonte inesgotável de energia, constante e previsível, e não poluente. Ao contrário da mais conhecida energia oceânica, o petróleo e o gás natural.

Falando da costa portuguesa, existem estudos que apontam a energia eólica offshore e a energia das ondas como as fontes de energia renovável marinha com o maior potencial técnico de aproveitamento energético.

No entanto, os sistemas de conversão de energia renovável marinha ainda são bastante “verdes”. O tempo de processo de maturação científica e industrial desde tipo de tecnologias é longo, e a energia oceânica não é exceção. Entre os obstáculos, destaca-se a (ainda) fraca eficiência da transformação energética. Quer isto dizer que, atualmente, a energia disponível no recurso marinho que chega à costa é muito superior à energia que se consegue produzir com os sistemas de conversão de energia renovável existentes.

Sendo a energia renovável marinha um leque de recursos, enumerados acima, existe também diversas maneiras de extrair energia do mesmo recurso. A energia das ondas, por exemplo, pode ser transformada em energia elétrica com equipamentos instalados offshore ou nearshore, fixos ou flutuantes, entre outras aplicações.

Ainda assim, o desenvolvimento deste setor emergente continua em desenvolvimento, impulsionado em grande parte, e bem, pela União Europeia e pelo setor privado.

Tecnologia INEGI contribui para tornar “energia azul” numa realidade

Também o INEGI, que conta já com uma década de atuação na economia azul com o desenvolvimento de tecnologias para o mar, tem apostado nesta área, procurando dar resposta aos vários desafios ligados ao desenvolvimento desta forma de energia e à necessidade de tornar os Portos mais sustentáveis.

A participação em projetos europeus – como o SE@PORTS, PORTOS e mais recentemente o Wec4Ports – tem impulsionado o conhecimento e a inovação, dando largos passos em direção a um nível tecnológico de produção.

Com os estudos realizados pelo INEGI a nível numérico e experimental em tanque de ondas, sabemos hoje, por exemplo, que a instalação de conversores de energia das ondas híbridos, integrados em quebra-mares portuários demonstram ter um elevado potencial de aproveitamento energético. Revela-se assim solução a considerar, em particular, na construção de novos quebra-mares, no prolongamento dos existentes, ou nos quebra-mares que necessitem de intervenções profundas de reforço estrutural.

À medida que alavancamos a engenharia para tornar a construção de conversores de energia das ondas (WECs ou wave energy converters, em inglês) mais viável, sabemos também que o futuro passará pela utilização combinada de múltiplos sistemas de aproveitamento de energia das ondas, instalados em diferentes locais com o objetivo de fornecer energia elétrica a diferentes tipos de atividade económica que utilizam o espaço marinho.

Portugal, em particular, com uma grande disponibilidade de infraestruturas de suporte ao longo da costa (infraestruturas portuárias, estaleiros e rede elétrica nacional), é um ecossistema propício para que os seus Portos se tornem laboratórios vivos desta tecnologia, permitindo assim analisar quais são os impactos sociais, ambientais e económicos da energia oceânica.

Acreditamos que a promessa da energia azul está cada vez mais perto de se concretizar. Os países mais ricos são aqueles que têm recursos naturais abundantes, e não há nada mais abundante – e marcante na identidade portuguesa - que o mar.

Transformar este cenário em realidade exige um esforço conjunto de vários atores, quer do lado da indústria quer do lado da inovação e desenvolvimento. A viagem ainda se afigura longa, mas vai de vento em popa.

REVISTAS

Daikin - Ar CondicionadoInduglobal - Encontros ProfissionaisProfei, S.L.Lisboa Feiras, Congressos e Eventos / Associação Empresarial (Smart Cities Summit - Fil - Tektónica)Bosch - Termotecnologia, S.A. (Bosch Junkers)Siga-nosSolius

Media Partners

NEWSLETTERS

  • Newsletter O Instalador

    22/04/2024

  • Newsletter O Instalador

    15/04/2024

Subscrever gratuitamente a Newsletter semanal - Ver exemplo

Password

Marcar todos

Autorizo o envio de newsletters e informações de interempresas.net

Autorizo o envio de comunicações de terceiros via interempresas.net

Li e aceito as condições do Aviso legal e da Política de Proteção de Dados

Responsable: Interempresas Media, S.L.U. Finalidades: Assinatura da(s) nossa(s) newsletter(s). Gerenciamento de contas de usuários. Envio de e-mails relacionados a ele ou relacionados a interesses semelhantes ou associados.Conservação: durante o relacionamento com você, ou enquanto for necessário para realizar os propósitos especificados. Atribuição: Os dados podem ser transferidos para outras empresas do grupo por motivos de gestão interna. Derechos: Acceso, rectificación, oposición, supresión, portabilidad, limitación del tratatamiento y decisiones automatizadas: entre em contato com nosso DPO. Si considera que el tratamiento no se ajusta a la normativa vigente, puede presentar reclamación ante la AEPD. Mais informação: Política de Proteção de Dados

www.oinstalador.com

O Instalador - Informação profissional do setor das instalações em Portugal

Estatuto Editorial