Um ano depois de ter sido criado, o Instituto de Formação da Vulcano (IFV) organizou mais de 90 cursos, o que equivale a 110 dias de formação e contou com 1100 formandos. Nesta entrevista exclusiva a O’Instalador, Ismael Leite, Responsável pelo Departamento de Formação Vulcano, faz um balanço desta iniciativa que conta com um portefólio de temáticas “muito abrangente”. Os instaladores são o principal público-alvo do IFV.
O Instalador: O Instituto de Formação da Vulcano celebra um ano de existência. Que balanço faz deste projeto?
Ismael Leite: O balanço é bastante positivo. No primeiro ano de existência do IFV, foram realizados cerca de 40 cursos diferentes, distribuídos pelas quatro áreas (Técnica, Produto, Certificação Legal e Comportamental). Foi, sem dúvida, um enorme desafio lançar esta quantidade de novos cursos em apenas um ano e com temáticas tão distintas. Organizámos também o primeiro seminário do IFV, intitulado 'Otimização de Sistemas de Climatização' e que culminaria com o seu primeiro ano de atividade, mas devido aos constrangimentos relacionados com a Covid-19, teve de ser adiado para uma data a definir posteriormente.
Os números são bastante reveladores da forte atividade do IFV. Até ao momento, ministrámos mais de 90 cursos, que equivaleram a 110 dias de formação e participaram, aproximadamente, 1100 formandos. A nossa matriz formativa assenta em percursos formativos pré-definidos e está segmentada em quatro áreas: Produto, Técnica, Comportamental e Legal, com uma distribuição em termos de alocação de dias na ordem dos 50%, 25%, 12,5% e 12,5% respetivamente.
A formação, como não podia deixar de ser, centra-se essencialmente nas áreas da climatização, água quente e energia solar térmica. Que tipo de conhecimentos os formandos obtiveram nestes setores do AVAC e que competências adquirem?
O portfólio de cursos do IFV é bastante abrangente e consegue satisfazer as necessidades formativas da maioria dos profissionais que operam nesta área. Conforme referi anteriormente, existem percursos pré-definidos e o nível de conhecimentos adquiridos vai evoluindo à medida que o formando vai efetuando o seu percurso. Existem quatro níveis de aprendizagem, que vão desde o nível de sensibilização até ao nível de especialista, passando pelo independente e autónomo. O formando desenvolve competências nas seguintes áreas: Produto (Esquentadores, Termoacumuladores, Bombas de Calor, Caldeiras, Solar Térmico e Ar condicionado), Dimensionamento e Seleção de equipamentos, Instalação e Comissionamento, Diagnóstico, Reparação e Manutenção, Serviço ao Cliente, Gestão de Conflitos, Negociação e Gestão de Stress, entre outras.
Ismael Leite.
Sim, sem dúvida que os instaladores são o principal público alvo do IFV. Normalmente os instaladores procuram-nos porque sabem que a nossa formação está customizada para os profissionais do setor e que por isso, todo o processo está pensado, para facilitar a sua aprendizagem. Os formadores especialistas e com experiência de campo, as metodologias utilizadas, a linguagem e a fortíssima componente prática, são alguns dos aspetos valorizados pelos instaladores e que fazem com que cada vez mais, nos procurem.
No que respeita à área Técnica, denota-se claramente a necessidade de os instaladores desenvolverem competências, fundamentalmente nas áreas de hidráulica, combustão, eletricidade e sistemas. Estas áreas, são os pilares para os instaladores se desenvolverem tecnicamente e tornarem-se verdadeiros especialistas. Ao nível comportamental, é importantíssimo cuidarem especialmente do tema do serviço ao cliente. Relativamente aos programas de certificação legal, os que existem estão muito incompletos. Vou dar dois exemplos: no caso do ar condicionado, atualmente, existe um exame de Manuseamento de Gases Fluorados com Efeito de Estufa para habilitar o técnico a executar as operações de instalação, manutenção e reparação, mas o respetivo curso de preparação para o exame, não ensina a selecionar, instalar ou a reparar um aparelho de ar condicionado. No solar térmico, o fim do CAP Solar deixou um vazio na certificação e na própria formação dos instaladores. O IFV veio preencher o vazio existente na formação, mas faz falta um programa de certificação, que valide as competências dos instaladores.
No IFV, privilegiamos a proximidade com o cliente e o facto de dispormos de dois centros de formação muito equiparados e em duas localizações distintas, Aveiro e Lisboa, encurta a distância que os formandos têm que percorrer para participar nas ações de formação. A oferta formativa é muito similar nos dois centros de formação e é ajustada de acordo com as solicitações dos clientes. O balanço do último ano revelou que, foram ministradas 56% das formações em Lisboa e 44% em Aveiro.
O setor do AVAC está intimamente ligado com o setor da construção e, como todos sabemos, nos últimos tempos, tem havido bastante dinâmica nesta atividade, impulsionada especialmente pela reabilitação de edifícios para o setor do turismo. Obviamente que se trata de um aspeto muito positivo, mas por outro lado, é mais difícil retirar os profissionais das obras, para participarem nas ações de formação. O abrandamento da atividade económica é algo que a todos nos preocupa, mas por outro lado, poderá ser uma excelente oportunidade para que os profissionais possam dedicar algum do seu tempo, no desenvolvimento das suas competências. É também importante que os responsáveis das empresas reconheçam que a formação não é um custo, mas um investimento e que é nestes períodos de maiores dificuldades que se prepara o futuro.
Nos períodos de maiores dificuldades, a formação tem um papel importantíssimo para as empresas, em dois vetores distintos:
No que respeita à área Técnica, denota-se claramente a necessidade de os instaladores desenvolverem competências, fundamentalmente nas áreas de hidráulica, combustão, eletricidade e sistemas
O IFV, apesar de muito jovem, tem uma identidade muito própria e as bases bastante sólidas. Surgiu como um fornecedor global de formação e desenvolvimento de competências no setor da Água Quente e Climatização, para todas as áreas da organização (Comportamentais, Organizacionais e Técnicas) e apresenta um modelo de formação diferenciador, assente num conceito de percurso formativo estruturado. Neste contexto e atendendo ao período em que nos encontramos, de fortes restrições impostas à formação presencial, o nosso principal desafio é continuar a proporcionar aos nossos clientes e parceiros de negócio, formação à distância com a mesma qualidade da formação presencial. Neste momento, já temos um programa bastante interessante de cursos online e já começamos a ministrar os cursos técnicos neste formato. Paralelamente, estamos a trabalhar nos cursos que têm um cariz mais prático, como é o caso dos cursos de produto, para os reconverter num formato online. Apesar das dificuldades e dos enormes desafios que este período representa para todos nós, queremos continuar a estar próximo e apoiar os profissionais do setor no desenvolvimento das suas competências.
Saiba mais sobre o IFV aqui.
www.oinstalador.com
O Instalador - Informação profissional do setor das instalações em Portugal