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Mobilidade

Qual o impacto da Covid-19 nos padrões de mobilidade nas nossas cidades?

Texto: Jorge Rodrigues de Almeida | Managing Director, RdA - Climate Solutions12/05/2020
Se há algo que mudou radicalmente com a pandemia foi, sem dúvida, a mobilidade.
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Nos últimos anos assistimos a um aumento da procura dos transportes públicos alicerçado num conjunto de medidas e estímulos à sua utilização como o Programa de Redução Tarifária nos Transportes.

Segundo os dados disponibilizados em abril pelo Ministério do Ambiente e da Ação Climática, no ano passado, o número total de passageiros na Área Metropolitana de Lisboa registou, em termos homólogos, um aumento superior a 18% sendo que o número de passageiros que passou a utilizar os transportes públicos com maior regularidade aumentou cerca de 32%. Já na Área Metropolitana do Porto destaca-se um aumento de 22% no número de passageiros transportados em fevereiro passado, face ao mesmo mês de 2019.

Este aumento da procura levou à necessidade de reforço de investimento nos transportes públicos e à implementação de medidas como a redução do número de lugares sentados nas carruagens do metro por forma a aumentar a lotação das mesmas.

No entanto, tendo apenas por base os dados disponibilizados pela Google nos seus relatórios de mobilidade, facilmente verificamos uma redução superior a 70% na mobilidade dos Portugueses durante o estado de emergência, o que era expectável com o confinamento.

No entanto, a nível global e mesmo com a retoma gradual da economia, verifica-se uma alteração dos padrões de mobilidade associados a um conjunto de fatores tão distintos como os receios naturais na utilização de transportes públicos, a inexistência de aulas ou a opção pelo teletrabalho por muitas das organizações.

Impacto

A grande questão é, qual o impacto da Covid-19 nos padrões de mobilidade nas nossas cidades a médio ou longo prazo?

Com o distanciamento social, algumas cidades poderão vir a reduzir certas restrições à utilização dos veículos privados, pois é um facto que a população se sente menos vulnerável ao contágio com a utilização do seu veículo. Por outro lado, algumas cidades já estão a assegurar o espaçamento necessário através do encerramento ao trânsito de determinadas vias e o incentivo à utilização das mesmas pelos pedestres e ciclistas garantindo o necessário distanciamento social.
Podemos presumir que, se as medidas tiverem aceitação da população e, por outro lado, diminuírem a poluição ou reduzirem o número de acidentes, as mesmas devem ser mantidas mesmo após o final da pandemia.
Por outro lado, parece certo que o distanciamento social e o receio de contágio levarão a alterações no mix modal. Na China verifica-se um aumento da utilização do veículo privado e dos modos suaves, como o pedonal, a bicicleta ou trotinetes, em detrimento do autocarro e metro. Esta alteração depende muito da opção modal individual, antes da pandemia, bem como da capacidade financeira e disponibilidade de veículo próprio.
Em termos tecnológicos, com a diminuição do volume de negócios dos fabricantes automóveis, é previsível uma redução do investimento em investigação e desenvolvimento podendo levar a um atraso na introdução de novas tecnologias, como a condução autónoma. No entanto, a maior utilização de modos suaves pode promover novos negócios e tecnologias nomeadamente relacionados com a utilização de bicicletas elétricas.
O retrocesso económico cuja dimensão ainda é desconhecida, ou o recurso a “novas” ferramentas como o teletrabalho irão diminuir a necessidade de deslocação, não sendo ainda possível determinar a magnitude desta redução.
Assim, as decisões de investimento em infraestruturas e meios de transporte público podem ser condicionadas face à quebra de receitas da utilização das mesmas ou à necessidade de investimento em outras áreas da economia.
Neste momento só há uma certeza: estes fatores influenciarão as nossas decisões na opção modal individual e isso terá impacto no consumo energético e nas emissões associadas à mobilidade.

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