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Informação profissional do setor das instalações em Portugal

“Um dos principais problemas do setor da Iluminação é a falta de escala das empresas”

Texto: Ana Clara24/01/2020
Silva Macieira, presidente da Associação dos Industriais Portugueses de Iluminação (AIPI), fala a’O Instalador sobre o panorama atual do setor da Iluminação em Portugal.
Silva Macieira

Silva Macieira.

Para o responsável, “um dos principais problemas do setor da iluminação é a falta de escala das empresas”. “A esmagadora maioria das empresas são micro ou pequenas empresas pelo que o caminho que deve ser percorrido por estas terá que passar forçosamente pelo estabelecimento de parcerias que permitam gerar sinergias, particularmente a nível de promoção e comunicação e foi em parte para fazer essa ponte que foi criada a AIPI”, lembra.

Silva Macieira realça que “o setor leva já um longo caminho desde a crise internacional de 2009, que nos anos seguintes fez desaparecer muitas empresas e obrigou que as que quisessem permanecer abrissem os seus horizontes à internacionalização. Foi pois, desde 2009, o caminho da internacionalização que trilhámos e em que, apesar de todas as dificuldades, tivemos sucesso. Algumas marcas nacionais apresentam-se atualmente como referência nos mercados mundiais e arrastam consigo outras empresas nacionais, quer beneficiando por fornecer as primeiras quer pelo prestígio que a iluminação Made In Portugal alcançou nestes 10 anos”.

Nesta medida, explica que “foi assim que conseguimos duplicar as exportações do setor que, em 2009, rondavam os 60 milhões de euros, para os atuais 120 milhões, sendo que contudo o ano transato terá trazido uma queda ligeira das exportações”.

Silva Macieira acrescenta: “esperemos que seja um ganhar fôlego para retomar os ritmos de crescimento dos últimos anos e que a instabilidade do comércio mundial do ano passado (guerra comercial EUA/China, Brexit, etc.) possa de certa forma acalmar de forma a permitir perspetivas otimistas para este ano”.

“O mundo continua, contudo, em mudança. Em termos de internacionalização, as feiras, que eram até agora (e continuam ainda apesar de tudo a ser!), o principal lugar para promover o encontro entre compradores e vendedores, têm vindo a perder fulgor e cada vez mais negócios são feitos em plataformas electrónicas B2B e através de redes de networking mais ou menos informais pelo que as empresas devem adaptar-se a estes novos modelos de negócio. A aposta na comunicação e marketing tem de ser uma constante e os projetos conjuntos de promoção do setor devem ajudar as empresas de menor dimensão a adquirir o know how necessário nesta área”, refere o presidente da direção da AIPI.

“Por outro lado, em termos de máquinas e equipamentos de produção, algumas das máquinas antigas foram substituídas por máquinas mais modernas como CNC’s, polidoras, fresadoras, furadoras, câmaras de pintura, impressoras 3D, entre outras, tornando muitos dos processos produtivos mais rápidos e eficazes, sem descurar, por outro lado, o que tão bem caracteriza a nossa produção nacional, o «feito à mão» por mestres e artesãos. Poderíamos definir os nossos fabricantes como um equilíbrio entre o clássico e o moderno, a mão dos artesãos e as máquinas facilitadoras de certos aspectos da produção”, vinca.

Silva Macieira explica que “a introdução desta tecnologia moderna nas empresas permitiu que novas matérias-primas fossem trabalhadas, como é o caso da cortiça, e fossem desenvolvidos designs mais arrojados, alguns deles com software Wi-Fi e Bluetooth que permite um candeeiro ligar sozinho, ser controlado através do telemóvel, do tablet ou do movimento”.

“A luz artificial pode agora ser controlada conforme a luminosidade do espaço ou da estação do ano, para dar destaque a algum objecto ou até para ajudar a adormecer. A iluminação nacional, cada vez mais em consonância entre técnica e decorativa, tem-se reinventado e acompanhado as tendências, o que lhe permitiu alcançar novos mercados e apresentar internacionalmente produtos mais competitivos”, salienta o responsável.

Contudo, adianta, estas novas ferramentas “implicam um investimento de capital que não está ao alcance de todas as empresas e a falta de escala das unidades do nosso setor é também um handicap à aquisição destas tecnologias facilitadoras do negócio”.

Para o presidente da AIPI, “outras áreas a que as empresas têm de começar rapidamente a prestar atenção são por exemplo os desafios colocados pela Indústria 4.0, pela Produção Lean, etc. A adoção destas metodologias será, a breve prazo, condição essencial para o sucesso nos mercados mundiais e uma barreira cada vez mais insustentável irá formar-se entre as empresas que adoptem aqueles métodos e as outras, que irão perder consistentemente competitividade”.

“As empresas continuam com graves carências de mão-de-obra especializada. Os poderes públicos têm de reformular por completo as políticas de formação profissional passando a apoiar sobretudo as formações técnicas requeridas pela indústria e deixar de dar prioridade a formações de carácter generalista que poucas competências reais acrescentam aos colaboradores”, sublinha.

Silva Macieira refere que “o setor enfrenta também um pesado quadro regulatório: em 2019 começou a aplicar-se também à iluminação doméstica o regime da reciclagem de resíduos elétricos pelo que as empresas tiveram de estabelecer contratos com empresas de gestão deste tipo de resíduos trazendo custos acrescidos de contexto tanto em termos monetários como em termos de burocracia associada ao cálculo e preenchimento dos mapas de produção no site da APA – Agência Portuguesa do Ambiente”.

Por outro lado, “as luminárias para serem colocadas no espaço europeu têm ainda de cumprir com todas as normas europeias de segurança eléctrica pelo que outro tipo de custos consiste na adaptação da produção ao cumprimento destas normas e ao teste das luminárias em laboratórios especializados”.

Por fim, o líder da AIPI, diz que, em termos de associação, “a AIPI irá continuar a apoiar os seus Associados na vertente de informar sobre o Quadro Regulatório do setor, promovendo workshops e seminários sobre matérias relevantes bem como ajudar os nossos associados a terem acesso a ações de formação adequadas aos seus funcionários”.

Por outro lado, “continuaremos a apoiar a presença de empresas nas maiores feiras de iluminação mundiais: em 2020 iremos organizar presenças nas feiras Light & Building em Frankfurt, na feira Habitat Valência e na feira Lighting Fair Hong Kong. Iremos ainda continuar o projecto da marca do sector português de iluminação – a LUZZA – em que implementamos em vários palcos mundiais uma série de acções de promoção e divulgação da Iluminação Made In Portugal”, conclui.

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