Em declarações à Lusa, o responsável pelo departamento de Microscopia Eletrónica Avançada, Imagem e Espectroscopia do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), que trabalhou com o Prémio Nobel da Química 2019 John Goodenough na Universidade de Austin, Texas, realçou o que a questão das baterias de lítio deve ser abordada de uma «forma interdisciplinar» e que o desafio que se vai colocar será o da sua reciclagem.
Segundo Pedro Ferreira, Portugal vai ter de ter «competências» para a transformação do minério: «a meu ver é a estratégia que deve ser seguida e já ouvi esforços nesse sentido. Ter o minério é importante, mas não basta só extraí-lo», salientou.
Quanto às questões levantadas sobre os perigos da extração de lítio, o investigador reforçou que «em termos de tecnologia é muito importante», mas deve ser feita «de forma consciente e terão que se fazer estudos ambientais».
«É importante fazer uma avaliação rigorosa do que significa a extração. Há também um efeito psicológico. Tem que ser devidamente estudada e acautelada em termos do que significa para as populações e para o ambiente», apontou.
Além da extração, em termos ambientais, as baterias de lítio colocam também a questão do que fazer com elas, depois de perderem a capacidade de serem recarregadas: «um dos aspetos importantes que estão a ser pensados no ciclo produtivo é a reciclagem. Podem ter uma segunda vida».
«Ainda não de forma muita vincada também porque ainda estamos numa fase muito inicial de extração e do processo produtivo, mas a União Europeia definiu já uma estratégia que engloba universidades, encontros tecnológicos e toda a indústria».
Pedro Ferreira reforçou que este «tipo de bateria é muito peculiar para um determinado tipo de aplicação, não se faz uma bateria universal, exige essa comunicação com a indústria».
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