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«A Baía do Seixal será um laboratório de inovação e contará com iluminação pública inteligente»

Revista O Instalador20/06/2019
Joaquim Tavares, Vereador do Ambiente, Serviços Urbanos, Energia e Espaço Público da Câmara do Seixal, fala nesta grande entrevista das boas práticas municipais que fazem do município um dos bons exemplos em matéria de smart cities. Segundo o governante a autarquia «tem feito um investimento significativo nos últimos anos» na área da mobilidade urbana e sustentabilidade. Foi isso mesmo que comprovámos na Portugal Smart Cities Summit, que decorreu em maio, na FIL, em Lisboa, e onde a Câmara do Seixal participou com stand próprio.
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Entrevista: Ana Clara

O Instalador: O município do Seixal marcou presença no Portugal Smart Cities Summit 2019. Quais foram os objetivos desta participação e que importância teve para o município esta presença?

Joaquim Tavares: Omunicípio, tendo como referência a sua experiência na edição anterior, não poderia deixar de estar presente neste evento, uma vez que esta área de intervenção se destaca na gestão sustentável das cidades e dos seus recursos, focando-se na inovação, aliada às tecnologias de informação e comunicação, garantindo sempre a qualidade de vida dos seus cidadãos. No quadro da política ambiental e da visão estratégica, o município do Seixal assegura, no mandato 2017-2021, a vice-presidência da Mesa da Secção de Municípios “Cidades Inteligentes” da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP). O município do Seixal apresentou-se com um stand organizado em cinco espaços, com as temáticas “Água, Energia e Agricultura Urbana, a “Descarbonização da Baía”, a “Mobilidade Urbana”, “Ambiente e Limpeza Urbana” e “Património de Abril”. Cada um destes espaços contou com peças multimédia representativas do que está a ser desenvolvido no concelho e dos projetos futuros nestas áreas, tendo permitido também aos visitantes um contacto próximo com alguns equipamentos que se encontram atualmente ao serviço da autarquia, bem como ferramentas que têm permitido aumentar os níveis de eficiência, em prol de um ambiente mais sustentável.

Que impacto considera que pode ter um evento destes à escala nacional e que frutos daqui podem resultar para o futuro?

O impacto da participação do nosso município considera-se positivo, pois permitiu a troca de experiências com outros municípios e startups presentes, que mostraram as suas soluções smart em diversas áreas de intervenção, com a possibilidade de replicação noutros territórios.

Em Portugal as cidades estão a ficar inteligentes: mais autónomas, mais conectadas e tecnológicas. Fale-me do caso do Seixal em concreto e dos exemplos que colocam o concelho com um dos mais “smart” do país.

O Seixal encontra-se focado em encontrar soluções inovadoras, tendo assinado um contrato de financiamento com o Fundo Ambiental (FA), fruto da aprovação da candidatura aos Laboratórios Vivos para a Descarbonização, entre a Praça 1.º de Maio, no Seixal, e a Rua dos Operários, em Amora, numa extensão de cerca de 4 km, e a via que circunda a Baía do Seixal (incluindo o edificado que confina com esta via). A Baía do Seixal será um laboratório de inovação e contará com iluminação pública inteligente, a instalação de contadores de água inteligentes, a instalação de ecopontos inteligentes e pontos de carregamento elétrico. Será ainda implementado um ecorrestaurante e um edifício de emissões zero e novas soluções de mobilidade sustentável, como um comboio elétrico com aproveitamento da energia solar e equipamentos elétricos de mobilidade individual. Em termos de gestão municipal, tem existido um forte investimento na aquisição de veículos mais eficientes, e de veículos elétricos para a área de intervenção da higiene urbana. A limpeza urbana e a recolha de resíduos sólidos no município do Seixal impõem uma reflexão e a ponderação de soluções que são enquadradas nos seguintes objetivos estratégicos: valorização dos trabalhadores, mecanização da limpeza e consequente melhoria do serviço prestado a todos os nossos munícipes. Neste sentido, a autarquia adquiriu 20 triciclos elétricos e duas motas elétricas, com o objetivo de adaptar facilmente o planeamento existente, uma vez que este sofre ajustamentos contínuos que resultam na construção de novas escolas, abrigos de passageiros, espaços de jogos e recreio, entre outras obras, e responder rapidamente a uma série de situações ao nível da higiene urbana, como por exemplo: o despejo de papeleiras, limpeza na envolvente de contentores de RSU e ecopontos e limpeza de ruas onde existe muito comércio, principalmente nas zonas unifamiliares. Para além do referido, e tendo em conta a distância dos contentores de RSU, ecopontos e papeleiras nas zonas unifamiliares, houve, para além das questões ambientais, a preocupação de adquirir este tipo de equipamento, para que as deslocações não fossem demasiado penosas para os trabalhadores, evitando desta forma que o trabalho se tornasse demasiado exigente e demorado .

Em termos de investimento - público e privado - que valores me pode dar, em matéria de smart cities, mobilidade urbana, estratégias sustentáveis lançadas nos últimos anos no Seixal?

O município do Seixal tem feito um investimento significativo nos últimos anos em matéria de mobilidade urbana e sustentabilidade, como há pouco se referiu. Em concreto, em relação ao projeto de descarbonização da Baía do Seixal, está contemplado um investimento de 2,6 milhões de euros, em que o Fundo Ambiental (FA) comparticipará apenas com 500 mil euros. Estava previsto, até março de 2019, o concelho estar munido de ecopontos que oferecem benefícios a quem fizer a separação do lixo, bicicletas elétricas e segways, um comboio elétrico e contadores de água inteligentes para acabar com os problemas das faturações desajustadas. Tudo isto já existe no concelho? Fale-me um pouco destas apostas. O Ecossistema Vivo de Tecnologias e Cidadania para a Descarbonização da Baía do Seixal (EVTCDBS), ao abrigo do programa do Fundo Ambiental, pretende responder aos objetivos gerais e específicos, definidos no aviso. São apresentadas operações tangíveis e intangíveis que se enquadram nas quatro áreas temáticas definidas no aviso: mobilidade; energia; economia circular e ambiente; edifícios, descritas em 20 Work Packages (WP), que se interligam e comunicam entre si e com todas as operações, equipamentos, cidadãos e parceiros que de alguma forma se integrem e/ou interajam com o ecossistema do LVpD. Todo o processo de implementação do projeto foi retardado no tempo, mas estamos agora em condições de avançar com o mesmo e finalizar a sua implementação no final deste ano.

Iluminação

Em termos de iluminação, que tipo de medidas estão implementadas e que ajudam a reduzir consumos e estão também integradas nesta estratégia municipal?

No que se refere ao Plano Municipal de Iluminação Pública, em 30 275 pontos de luz e 445 postos de transformação foi efetuada a redução de consumos e de emissões de gases de efeito de estufa; a reprogramação dos relógios astronómicos; a substituição de 6300 lâmpadas de vapor de mercúrio por vapor de sódio e a instalação de cerca de 2 000 luminárias LED. No que respeita aos edifícios municipais, todos têm tecnologia que garante a eficiência energética e nas escolas do 1.º ciclo está em curso uma operação de substituição de lâmpadas fluorescentes por 4 403 lâmpadas LED.

A sustentabilidade que resulta deste quadro de smart city é essencial e um dos objetivos finais. Que objetivos e metas que estabeleceram já foram alcançados e que exemplos me pode dar?

Como exemplo, destacamos: implementámos um novo modelo de higiene urbana, com mais recursos humanos e mais equipamentos, com destaque para os veículos elétricos com zero emissões de CO2. Desenvolvemos um aplicativo móvel, Seixal APP é, para promoção dos trilhos de interpretação ambiental, promovendo o seu conhecimento e a preservação da biodiversidade. Uma das metas a que o Município do Seixal se tinha comprometido, no plano da sua adesão ao Pacto de Autarcas, consistia na redução de 20 % das emissões de gases com efeito estufa até 2020, o que corresponde a uma emissão de 353 500 toneladas de CO2 em 2020 (tendo 2007 como ano de referência). Esta meta já foi alcançada e largamente ultrapassada, desde 2011 (ano de implementação do plano), registando-se em 2015 uma redução na ordem dos 45,06 %.

O conceito de smart city é também um conceito que visa oferecer aos cidadãos e aos utilizadores finais conforto, mobilidade, uma vida mais ajustada às suas necessidades. No caso do Seixal, sei que isso é também uma meta importante. De que forma os munícipes têm consciência disso? E que feedback tem a autarquia desse nível de conhecimento de políticas e de satisfação também?

O município articula a sua ação nesta matéria com a AMESEIXAL - Agência Municipal de Energia do Seixal e são desenvolvidos um conjunto de projetos junto da comunidade estudantil, com a atribuição de prémios, bem como diversas ações de apoio e sensibilização junto das instituições particulares de solidariedade social e associações de cultura e desporto, visando a eficiência energética adequada às suas necessidades, designadamente pela instalação de painéis fotovoltaicos e solares térmicos. O feedback tem sido muito positivo, o que nos incentiva a prosseguir este caminho.

(continua)

Nota Editorial: Entrevista publicada na edição impressa de Junho da revista O Instalador.

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