Texto: José Alex Gandum
Cientistas da Australian National University (ANU) fizeram parte da equipa de pesquisa internacional que descobriu que dois terços da vegetação global sofreu mudanças significativas desde 21.000 anos até a era pré-industrial, quando a Terra aqueceu entre 4 e 7 graus centígrados.
A relação entre a alteração de temperatura e o grau de mudança da vegetação permitiu que os investigadores determinassem como os ecossistemas poderiam ser transformados sob vários modelos de emissão de gases com efeito de estufa para este novo estudo, o qual foi publicado na revista 'Science'.
Um dos investigadores da ANU, o professor Simon Haberle, do Departamento de Arqueologia e História Natural do ANU, disse que a equipa usou os resultados das mudanças passadas na vegetação em 594 locais, incluindo todos os continentes, excepto a Antárctida, para avaliar o risco de alterações futuras nos ecossistemas em todo o mundo.
«Já estamos a começar a ver sinais de alerta de grandes mudanças na vegetação na Austrália, com declínios nas florestas de Mountain Ash em Victoria e as florestas de pinheiros na Tasmânia que estão a ocorrer, em grande parte, devido às alterações climáticas», frisou o Professor Haberle.
«É provável que as mudanças generalizadas e rápidas nos ecossistemas tenham um grande efeito a biodiversidade, o armazenamento de carbono e a recreação», salientou Janelle Stevenson, da Escola de Cultura, História e Língua da ANU, e co-autora do novo trabalho científico, liderado pela Universidade do Arizona e que envolveu uma equipa de 42 autores de todo o mundo.
A ANU analisou conjuntos de dados, baseados em registos de pólen, de um grande número de sites na Austrália e em todo o Pacífico e Sudeste Asiático, que foram compilados por décadas. «O pólen reflecte mudanças na paisagem e na cobertura vegetal, e a virtude desses antigos registos de pólen é que nos permitem ver essas mudanças por milhares ou milhões de anos. O nosso estudo fornece uma nova chamada de atenção, pois precisamos agir agora para avançar rapidamente para uma economia global livre de emissões», esclareceu Stevenson.
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