As projeções climáticas na Península Ibérica são muito pessimistas, segundo os especialistas. Precipitações mais escassas e aumento das temperaturas provocaram grandes alterações fluviais, sobretudo em rios que dependem de descargas de águas subterrâneas e do degelo.
Um exemplo foi o caso da cota alta do rio Tejo em terras espanholas, cujos excedentes de recursos hídricos são transferidos para o rio Segura, segundo regras acordadas entre Portugal e Espanha. Mas nos últimos anos os transvases para o rio Segura provenientes do rio Tejo estão a ser muito inferiores aos projetados. Em lugar dos teóricos 540 hm3/ano que deveriam chegar, estão a registar-se caudais de entrada na cota do rio Segura de apenas 365 hm3/ano em média, segundo um alerta do investigador Sinc Francisco Pellicer, da Universidade Católica de Murcia, Espanha.
Os cenários para 2040 não são famosos e para 2070 então está previsto que o rio Tejo não terá água para transvasar. As previsões indicam reduções de entre 68 a 90% do degelo, que se refletirá numa redução entre 70 e 79% nos fluxos que poderiam transferir-se para o Segura. Já em 2040, o caudal de transvase pode não ultrapassar os 11 hm3/ano.
As alterações climáticas, além das repercussões sobre o caudal dos rios, vão também ter um impacto muito grande na envolvente dos rios, atingindo de sobremaneira as florestas e os solos agrícolas.
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