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Os sistemas de Gestão Técnica Centralizada de Edifícios

Revista O Instalador03/12/2018
Por António Vieira: Director Geral da Geoterme | Foto: Geoterme
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Actualmente os Sistemas de Gestão Técnica (SGT) atravessam uma fase de grande dinâmica e interesse por parte de todos os agentes envolvidos na engenharia de edifícios, ganhou uma importância que não tinha nas especialidades técnicas e, já ninguém dúvida que os SGT terão um papel central na construção e reabilitação de edifícios.

A legislação, a necessidade de reduzir os consumos de energia, e a familiarização com as novas tecnologias são os três principais factores que mais contribuem para este crescimento da visibilidade dos SGT nos edifícios.

A legislação actual através do RECS clarificou os requisitos que já existiam anteriormente no RSECE. A instalação de Sistemas de Gestão Técnica (SGT) é obrigatória acima dos 100kW de Potência Térmica e a adopção de sistemas de Gestão Técnica Centralizada (SGTC) a partir de 250kW em novos edifícios ou edifícios sujeitos a grandes remodelações.

Incorporou a Norma Europeia EN15232 relativa ao impacto dos sistemas de gestão técnica nos edifícios o que significou a introdução por via da legislação, do impacto que os SGT têm no consumo de energia e a respectiva afectação na classificação energética geral edifico.

Por exemplo para um edifício de escritórios com um sistema de GTC de classe A, deve ser considerada uma redução de 30% no consumo de energia com o AVAC, face a um edifício com um sistema de GTC standard.

A necessidade de reduzir os consumos de energia e atingir a neutralidade carbónica nos edifícios é também um dos factores para a importância crescente dos SGT. Nenhum outro sistema tem o impacto na redução dos consumos de energia quando comparamos o custo do investimento com os benefícios obtidos.

Apesar de atrasados na sua implementação a definição dos edifícios NZEB e a sua obrigatoriedade são incortornáveis e os SGT são uma ferramenta imprescindível para se conseguir obter o desempenho energético necessário.

A área da distribuição de energia está a passar por uma fase de transformação com a implementação de redes inteligentes e, mais uma vez, serão os SGT que, nos edifícios, farão a gestão do consumo inteligente em função das tarifas dos fornecedores, disponibilidades de renováveis, acumulação ou geração própria, utilização de baterias de carros eléctricos, etc..

Um outro factor para o crescimento actual dos SGT é a cada vez maior familiaridade de todos com as novas tecnologias e a digitalização em geral. Longe vai o tempo em que os SGT eram vistos como instalações futuristas, que enviavam mensagens para os telemóveis.

Agora é o mercado que o exige e já ninguém considera futurista que, por exemplo, um cliente de um Hotel ligue os equipamentos do seu quarto (climatização, iluminação, etc.) através do seu smartphone ou que um utilizador de um openspace num edifício de escritórios encontre automaticamente as condições ambientais que habitualmente prefere quando chega ao seu posto de trabalho.

Hoje ninguém pode admitir inaugurar um edifício que vai estar activo por décadas e que não tenha instalados SGT de alta eficiência ou outra tecnologia que se revele a mais adequada no tempo actual. Também a segurança e saúde são factores que colocam os SGT no radar de quem promove e projecta edifícios. O controlo da Qualidade do Ar interior e da Legionella são questões associadas aos SGT e da maior importância nos edifícios.

Mas nem tudo está bem e ainda há muito trabalho pela frente por arte de todos aqueles que trabalhando ou não na área dos SGT querem ter melhores edifícios no futuro.

Continuam a ser executados projectos que não cumprem a legislação, continuam a ser executadas na fase de obra “optimizações” aos SGT que deitam por terra a possibilidade de trazerem a eficiência pretendida aos edifícios na fase de exploração. Não é admissível que um promotor aceite reduzir uns “tostões” na fase de construção dos edifícios para depois gastar “milhões” adicionais na fase de utilização.

Para melhorar estes aspectos, é necessário divulgar a legislação em vigor e as vantagens que resultam da correcta implementação dos SGT a cada vez mais profissionais: projectistas, peritos qualificados, empresas instaladoras e de manutenção, promotores, etc. A Comissão das Empresas de Gestão Técnica de Edifícios da APIRAC tem tido um papel muito importante nesse trabalho, através de acções de divulgação e da publicação do Guia Técnico para as instalações de Gestão Técnica.

Nos próximos anos será ainda maior a necessidade de integrar os SGT nos edifícios. A automação e a digitalização dos processos são realidades que cada vez mais se vão impor no nosso quotidiano e, nos edifícios, são os SGT que têm a capacidade de integrar essas tecnologias colocadas ao serviço da operação, segurança e eficiência das instalações.

Um sinal disso é a nova directiva europeia 2018/844 para o desempenho energético dos edifícios - a EPDB, que assume os SGT como uma especialidade técnica e deixa a possibilidade dos estados membros se apoiarem nestes sistemas para substituir as inspecções físicas aos equipamentos produtores. Outra novidade é a introdução de um novo conceito de classificar a aptidão dos edifícios para tecnologias inteligentes.

A classificação baseia-se na avaliação das capacidades de um edifício ou de uma fracção autónoma para adaptar o seu funcionamento às necessidades dos ocupantes e à rede e para melhorar a sua eficiência energética e o seu desempenho global.

São muitos os desafios que já temos hoje e muitos mais os que ai vêem nos próximos anos. Para lidar com estes novos desafios existe uma realidade que tem que ser diferente a partir daqui - a operacionalidade dos SGT.

Não basta instalar estes sistemas, é necessário garantir que eles funcionam correctamente e que são sujeitos a melhorias e optimizações constantes. Os SGT devem começar desde já a fazer parte dos Planos de Manutenção.

Saiba mais aqui: http://www.geoterme.com.

Nota Editorial

Artigo publicado na edição de Novembro de 2018 da nossa revista, no âmbito do Dossier Gestão Técnica Centralizada.

Caso queira aceder ao artigo e à edição, na íntegra, contacte-nos através dos seguintes meios:

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