Afirmando que as alterações climáticas tendem a «agravar-se no futuro, o que irá afectar a floresta em Portugal, especialmente no sul do país», o CNADS avisou que também «as ocorrências de pragas e de doenças vão aumentar devido ao stress ambiental acrescido».
Em comunicado, o CNADS defendeu ser necessário considerar os impactos e a adaptação às alterações climáticas porque, em Portugal, nos últimos 55 anos, a precipitação média anual «decresceu 37mm por década e a temperatura média anual subiu 0,25ºC por década».
Como consequência das alterações climáticas, o risco meteorológico de incêndio florestal tem aumentado nas últimas décadas e tornou-se significativo no final da Primavera e no princípio do Outono.
Nesse sentido, considerou ser preciso reforçar a estratégia que dá prioridade à prevenção face ao combate e defendeu a criação de uma estrutura integrada para dinamizar políticas públicas que incidam nas causas estruturais dos incêndios florestais, nomeadamente na inversão da tendência para o despovoamento.
A floresta «ocupa áreas onde existe privação de população, razão pelas quais as medidas a adoptar terão de atender aos novos contornos das realidades rurais (diminuição absoluta da população, redução relativa dos activos agrícolas, dissociação agricultura/floresta, crescimento de economia residencial) e ao papel determinante que as políticas públicas deverão assumir para superar essas fragilidades», lê-se no comunicado.
O problema da floresta é agravado por um desordenamento estrutural, em resultado da ausência de políticas públicas consistentes e continuadas, afirma.
«A dinamização da floresta portuguesa dificilmente poderá ser assegurada com medidas de âmbito administrativo. Deve reconhecer-se que se trata de um tecido produtivo frágil, com uma dinâmica de investimento privado muito limitada (apenas interessante nas áreas que se cruzam com a indústria), mas com um enorme potencial no plano dos benefícios ambientais que pode gerar», salientou a CNADS em comunicado.
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