Comecemos pela Secção de Municípios Cidades Inteligentes, da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), que apresentou a 6 de novembro 2018, na sua reunião plenária realizada na sede da associação, em Coimbra, a plataforma “Smart Portugal - Rede Social de Inteligência Urbana”.
A plataforma pretende apoiar a gestão do conhecimento da inteligência urbana no nosso país e constituir-se como uma rede de pessoas e projetos que suporte a partilha de boas práticas e os ensinamentos recolhidos no processo, facilitando o acesso a projetos e seus responsáveis, visando a criação de uma comunidade no contexto das Cidades Inteligentes em Portugal.
Nesta reunião, a Secção, presidida pelo presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida Henriques, apresentou também as suas novas ações, como a Smart Cities Tour 2019 e a Cimeira dos Autarcas, que se realiza no âmbito do Portugal Smart Cities Summit, que decorrerá nos dias 21 a 23 de maio de 2019, em Lisboa, e ainda o projeto de “Estudo de boas práticas e condições de construção da plataforma de gestão de informação necessária à geração de inteligência na gestão do território nacional”, financiado pelo SAMA.
Municípios que levam vantagem
Há um lado em muitas cidades portuguesas que os próprios habitantes desconhecem: como a tecnologia está a funcionar para melhorar as suas vidas.
São cada vez mais os municípios a apostar no conceito de cidade inteligente (smart city) para garantirem a cidadãos e turísticas uma qualidade de vida muito maior.
Estes projetos de cidades inteligentes são muito variados: tanto pode ser um sistema automático que controla os sistemas de rega e evita desperdícios de água, como pode ser uma boa política de mobilidade urbana e que torna muito simples chegar do Ponto A ao Ponto B.
Seixal e Águeda
Águeda e Seixal são dois exemplos que espelham bem a vontade dos municípios em dotar as suas populações de tecnologia que tornem as suas cidades mais inteligentes, mais autónomas e mais conectadas.
O Seixal vai investir um total de 2,5 milhões de euros - entre dinheiro público e de privados - para apetrechar de tecnologia e infraestruturas o percurso ribeirinho de quatro quilómetros.
De acordo com estimativas da autarquia, até ao final de março deste ano haverá ecopontos que vão dar benefícios a quem fizer a separação do lixo, bicicletas elétricas e segways para quem quiser passear de forma mais rápida, um comboio elétrico e até contadores de água inteligentes para acabar com os problemas das faturações desajustadas.
Além disso, o Seixal vai ser um dos dez Laboratórios Vivos para a Descarbonização, projetos que vão arrancar em igual número de municípios para reduzir o impacto que a rotina das cidades tem no meio ambiente.
No caso do concelho do Seixal, todos os projetos que vão arrancar deverão ajudar a reduzir o consumo energético em 680 mil Kwh por ano e a reduzir em 353 toneladas as emissões de CO2.
Em Águeda o cenário não é muito diferente. Há contadores inteligentes nos edifícios públicos, há plataformas de dados abertas para quem quiser explorar, há bicicletas partilhadas, há 700 alunos no concelho que trocaram os livros por tablets na sala de aula e há um laboratório vivo (situado em plena rua dos guarda-chuvas coloridos, tem impressoras 3D, máquinas de corte e kits de eletrónica para fazer robôs) com utilização gratuita.
Estes são apenas dois exemplos mas há muitos mais, como Aveiro, Setúbal, Matosinhos, Beja, Coimbra, Évora, Castelo Branco, Boticas ou Bragança. E a comprová-lo está um estudo feito pela Universidade Nova de Lisboa que concluiu que quase 60% dos municípios portugueses dizem ter estratégia de smart city. Contudo, o mesmo estudo também indica que 80% dos municípios portugueses dedicam menos de 500 mil euros por ano à concretização das suas iniciativas nesta área.
Nota: Artigo publicado no Dossier Smart Cities, na edição de Janeiro/Fevereiro de 2019.
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