O relatório indica que 95% dos resíduos que flutuam neste mar são compostos por plásticos.
Portugal não escapa ileso devido à proximidade geográfica com este mar.
De acordo com artigos científicos recentes, o país apresenta dados preocupantes ao longo da cadeia alimentar marinha, nomeadamente em espécies que servem de alimento a peixes e mamíferos, como o zoo plâncton.
Os artigos destacam as zonas de Lisboa e Costa Vicentina pela sua proximidade com os Estuários do Tejo e Sado, apresentando elevadas densidades de microplásticos.
De notar também que 20% dos peixes de consumo quotidiano revelam microplásticos nos seus estômagos, e que 80% das Tartarugas-Marinhas-Comuns (Caretta caretta), cujos juvenis gostam de se alimentar na zona dos Açores, comem lixo, na sua maioria plástico.
O relatório da WWF “Sair da Armadilha Plástica: Salvar o Mediterrâneo da poluição plástica” alerta para os efeitos dramáticos que o uso excessivo de plástico, a má gestão dos resíduos e o turismo em massa estão a ter sobre uma das regiões mais visitadas no mundo.
Portugal, dada a proximidade geográfica e o aumento exponencial do turismo, partilha destes problemas, embora a sua real dimensão não seja ainda conhecida, uma vez que não existem estudos específicos recentes sobre a temática.
Hoje, o plástico representa 95% dos resíduos que flutuam no Mediterrâneo e que dão à costa nas praias.
A maior parte desse plástico é proveniente da Turquia e Espanha, seguida pela Itália, Egipto e França. Os turistas que visitam a região a cada verão são responsáveis por um aumento de 40% no lixo marinho.
O relatório reúne provas científicas e os dados mais recentes sobre o uso de plástico na Europa e o impacto que estes têm na vida marinha, apresentando um roteiro detalhado das acções urgentes que as instituições, empresas e cidadãos têm de implementar para evitar que os resíduos plásticos cheguem ao mar europeu.
«Os impactos da poluição plástica no Mediterrâneo têm repercussões em todo o mundo, e Portugal, que está na rota de saída deste mar, é o primeiro a sofrer as consequências, com sérios danos tanto para a natureza quanto para a saúde humana. O agravamento da poluição do plástico ameaça o turismo e actividades de pesca não só no Mediterrâneo, mas também o nosso país, já que as nossas praias, o nosso pescado e as nossas fontes de água doce estão em risco. O problema dos plásticos é um sintoma do declínio geral da saúde do Planeta. Precisamos agir com urgência e em toda a cadeia para salvar os nossos oceanos da presença generalizada de plásticos», disse Ângela Morgado, Directora Executiva da ANP|WWF.
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