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Entrevista a José Carlos Denis e João Ramos, administradores da Disterm

"A venda exclusiva a profissionais, com forte apoio técnico, continuará a ser o nosso fator distintivo"

Joana Peres15/12/2025

Em entrevista aos administradores João Ramos e José Carlos Denis, a Disterm reafirma o seu posicionamento assente na especialização técnica e no suporte ao instalador. Os responsáveis analisam os desafios do setor, as oportunidades emergentes e as prioridades que irão guiar a evolução da empresa nos próximos anos.

Da esquerda para a direita: José Carlos Denis e João Ramos, administradores da Disterm
Da esquerda para a direita: José Carlos Denis e João Ramos, administradores da Disterm.

A Disterm trabalha com um portefólio bastante diversificado, que abrange bombas de calor, sistemas de ar condicionado (AC), ventilação, biomassa, entre outras soluções. Em termos práticos, qual é hoje o valor acrescentado mais relevante que a empresa oferece aos instaladores, projetistas e gabinetes de engenharia?

A Disterm distingue-se no mercado pela capacidade de oferecer um serviço integrado que combina soluções de vanguarda com apoio técnico altamente especializado.

O nosso valor acrescentado assenta essencialmente em dois pilares:

  • Apoio técnico pré e pós-venda de elevada qualidade, que acompanha o cliente desde a fase de conceção do projeto até à assistência no terreno;
  • Gama de equipamentos tecnologicamente avançados, que garante soluções atualizadas, eficientes e adequadas aos desafios atuais da climatização, ventilação e Água Quente Sanitária (AQS).

A pressão para melhorar a eficiência energética dos edifícios está a aumentar, nomeadamente em projetos novos e de reabilitação. Que tendências tecnológicas estão a observar no mercado e que soluções têm ganho maior destaque dentro da vossa oferta?

A crescente exigência de eficiência energética e a necessidade de redução da dependência de combustíveis fósseis têm impulsionado a adoção de soluções baseadas em ciclos frigoríficos de elevada performance. Tecnologias como ar condicionado, bombas de calor e ventilação mecânica controlada (VMC) com recuperação de calor destacam-se pela eficiência, fiabilidade e contributo direto para a descarbonização dos edifícios, assumindo um papel central na nossa gama de soluções.

Na Nipon encontramos sistemas integrados de AC + AQS, desenvolvidos para combinar climatização e produção de águas quentes sanitárias num único sistema otimizado. Estes sistemas, aliados a soluções de VMC e bombas de calor, permitem uma recuperação térmica eficiente, reduzindo significativamente as necessidades de aquecimento e arrefecimento; integração inteligente entre climatização e produção de AQS, maximizando o aproveitamento energético e simplificando a instalação; redução dos custos operacionais e cumprimento das exigências regulamentares em matéria de eficiência energética e sustentabilidade.

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A gestão centralizada e o controlo inteligente tornaram-se essenciais, tanto em edifícios residenciais como em grandes infraestruturas. De que forma a Disterm está a integrar sistemas de monitorização remota, IoT ou plataformas de gestão centralizada (BMS) no seu portefólio?

A Disterm tem reforçado significativamente a integração de tecnologias inteligentes no seu portefólio. Atualmente, a maioria dos equipamentos que disponibilizamos incorpora conectividade Wi-Fi e protocolos de comunicação compatíveis com plataformas de gestão centralizada (BMS), permitindo monitorização remota, otimização de consumos e maior fiabilidade operacional. Este caminho tem sido prioritário para responder às exigências crescentes dos edifícios modernos.

Neste sentido, destacamos os sistemas fotovoltaicos da THKThinktech, que incluem controladores inteligentes e módulos de comunicação que asseguram integração plug-and-play com plataformas de gestão e monitorização.

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No contexto da transição energética, as bombas de calor ganharam uma importância estratégica na climatização e na produção de AQS. Que papel assumem hoje na vossa estratégia e como se perspetiva a sua evolução nos próximos anos?

As bombas de calor têm sido uma excelente alternativa às caldeiras convencionais, e desde o seu aparecimento que a Disterm tem apostado nesse tipo de solução. Inicialmente, as temperaturas de produção de água quente eram relativamente baixas, o que limitava bastante a sua utilização em soluções de AQS, mas com a introdução dos ciclos de R410A e R32 foi sendo generalizada a sua utilização para esse fim, muitas vezes com a ajuda do apoio elétrico. Hoje em dia, e com a entrada do novo gás R290, vamos sem dúvida assistir à consolidação das bombas de calor como uma alternativa às caldeiras para a produção de AQS, pois neste momento a temperatura produzida na água já atinge valores muito próximos dos 75 °C.

A cadeia de abastecimento mundial tem enfrentado volatilidade, quer em tempos de entrega, quer em custos. Como foi esse impacto para a Disterm e que medidas têm sido adotadas para garantir continuidade de fornecimento e previsibilidade para instaladores e clientes finais?

A procura gerada pela transição energética, fortemente acelerada pela guerra na Ucrânia e pelos incentivos europeus, originou uma rutura significativa no mercado das bombas de calor. A Disterm também sentiu esse impacto. No entanto, graças à nossa estratégia de abastecimento e ao trabalho próximo com marcas parceiras, recuperámos rapidamente um nível de stock estável, capaz de garantir fornecimentos imediatos e previsíveis aos instaladores e clientes.

A formação técnica é cada vez mais um fator crítico para garantir boas práticas de instalação e manutenção. Que tipo de ações de formação, academias ou suporte no terreno estão atualmente disponíveis para parceiros profissionais?

Desde o nosso começo, em 2001, que a formação técnica é um pilar estruturante da Disterm. Compreendemos desde cedo que não basta disponibilizar tecnologia avançada, é essencial garantir instalações corretas e duradouras.

Hoje dispomos de uma oferta formativa contínua, suportada pelo nosso Centro de Formação e complementada por apoio técnico especializado no terreno, assegurando que os instaladores estão sempre atualizados e preparados para implementar soluções de última geração.

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Com as políticas nacionais de incentivo à eficiência energética e ao uso de tecnologias renováveis, surgem novas oportunidades de mercado. Que oportunidades se destacam neste momento para o setor e como podem beneficiar as empresas e instaladores?

Atualmente, os incentivos à eficiência energética são bastante reduzidos face aos anos anteriores, o que fragiliza a continuidade das políticas de descarbonização. Consideramos que medidas consistentes, como a aplicação de IVA reduzido, têm maior impacto e estabilidade do que subsídios pontuais que, no passado, criaram desequilíbrios no mercado. Ainda assim, o setor continua a apresentar oportunidades, sobretudo no reforço da eficiência e na substituição de sistemas obsoletos.

Olhando para o mercado português, quais são os principais desafios que o setor AVAC-R enfrentará nos próximos três anos? E qual o contributo que a Disterm pretende assumidamente prestar para apoiar essa evolução?

O grande desafio dos próximos anos será a falta de técnicos especializados para instalação, manutenção e reparação de sistemas AVAC-R. Esta escassez já limita o crescimento de muitas empresas.

A Disterm contribui ativamente para mitigar este problema através da formação técnica contínua e do suporte direto no terreno, prestado por equipas especializadas distribuídas pelo país. Apesar disso, é uma questão estrutural que requer uma resposta conjunta do setor.

Que áreas do vosso portefólio acredita que irão ganhar maior relevância no curto prazo? Prevê-se uma maior aposta em bombas de calor, unidades de ventilação mecânica, soluções híbridas ou integração inteligente?

As soluções de ar condicionado continuarão a afirmar-se pelo equilíbrio entre facilidade de instalação e excelente relação custo-benefício. No segmento residencial, a ventilação mecânica controlada (VMC) ganha cada vez mais relevância devido ao elevado nível de isolamento das construções modernas.

Além disso, a crescente eletrificação da climatização impulsiona a procura por soluções complementares, como sistemas fotovoltaicos, promovendo integrações cada vez mais eficientes e inteligentes.

Enquanto distribuidor com forte apoio técnico, como pode a Disterm otimizar ainda mais a cadeia de valor para quem projeta e instala? Existem novas formas de acompanhamento de obra, pré-dimensionamento ou apoio pós-instalação a ganhar espaço?

O apoio técnico é parte integrante do ADN da Disterm. Dispomos de um Gabinete Técnico de pré-venda, composto por uma equipa de engenharia especializada, e de um Serviço de Assistência Técnica pós-venda, com cobertura nacional.

Estes serviços, juntamente com o nosso Centro de Formação, permitem acompanhar projetos desde o pré-dimensionamento até ao comissionamento e manutenção, assegurando um suporte eficaz tanto à distância como no terreno.

Finalmente: olhando para o futuro, que perfis de produto ou serviço pensa que serão prioritários para a Disterm e como antecipam que mudará o modelo de negócio da empresa para se adaptar a essa nova realidade?

O mercado tem assistido ao surgimento de distribuidores focados no preço e em estruturas minimalistas, sem qualquer serviço associado.

A Disterm, contudo, mantém-se fiel ao seu modelo de negócio: venda exclusiva a profissionais, sustentada por forte suporte técnico, formação e serviço especializado.

Acreditamos que este posicionamento continuará a ser distintivo e valorizado num mercado que exige cada vez mais equipamentos e soluções de vanguarda associados a um apoio técnico de qualidade.

“O grande desafio dos próximos anos será a falta de técnicos especializados para instalação, manutenção e reparação de sistemas AVAC-R”
“Atualmente, os incentivos à eficiência energética são bastante reduzidos face aos anos anteriores, o que fragiliza a continuidade das políticas de descarbonização. Consideramos que medidas consistentes, como a aplicação de IVA reduzido, têm maior impacto e estabilidade do que subsídios pontuais que, no passado, criaram desequilíbrios no mercado”.
“A Disterm, contudo, mantém-se fiel ao seu modelo de negócio: venda exclusiva a profissionais, sustentada por forte suporte técnico, formação e serviço especializado. Acreditamos que este posicionamento continuará a ser distintivo e valorizado num mercado que exige cada vez mais equipamentos e soluções de vanguarda associados a um apoio técnico de qualidade”

Para mais informações, visite o website da Disterm

www.disterm.pt

Empresas ou entidades relacionadas

Disterm - Distribuição de Equipamentos de Climatização, S.A

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