As metas definidas pela Comissão Europeia estão a transformar a indústria da climatização. Em conversa com a revista O Instalador João Ramos, diretor comercial e José Carlos Denis, diretor técnico da Disterm, referem que os objetivos definidos têm promovido a transição para o uso de sistemas de aquecimento e arrefecimento baseados em fontes de energia renovável, como a energia solar, energia geotérmica e a biomassa. O que obriga a empresa a apostar quer, na formação dos profissionais, quer a ter gama de produtos e soluções capazes de dar respostas de qualidade às solicitações mais atuais.
Da esquerda para a direita: João Ramos, diretor comercial e José Carlos Denis, diretor técnico da Disterm
A evolução do negócio nos últimos três anos foi surpreendentemente positiva no que diz respeito ao volume de vendas. Muito inflacionado pelo aumento de preços teve crescimentos anuais a ultrapassarem os 30%. Crescemos nos últimos três anos cerca de 76%.
Ar condicionado, bombas de calor para climatização e produção de AQS e energias renováveis, quer o solar térmico, quer o solar fotovoltaico, este último com particular destaque e crescimento.
Além disso, as metas da Comissão Europeia, em conjunto com o PNEC 2030, que pretende que Portugal até lá emita entre -45% a -55% de CO² e utilize 47% de energias renováveis, têm promovido a transição para o uso de sistemas de aquecimento e arrefecimento baseados em fontes de energia renovável, como a energia solar, energia geotérmica e a biomassa. A indústria tem se vindo a adaptar e oferecendo cada vez mais opções de sistemas de climatização que utilizam essas fontes de energia limpa, reduzindo assim a dependência dos combustíveis fósseis.
Todas estas alterações e metas em relação à eficiência energética e à diminuição da pegada de carbono têm vindo a impulsionar transformações na indústria da climatização, que será progressiva e irreversível. Estas mudanças são fundamentais para enfrentar os desafios das alterações climáticas e promover uma indústria mais sustentável. Não fosse a lentidão das nossas entidades públicas poderíamos estar mais avançados, mas, à semelhança de tantas outras coisas, iremos a “reboque” e a um ritmo tradicionalmente mais lento que outros países europeus.
Preocupados com esta transição e em transmitir estas transformações aos nossos clientes realizamos, em maio, uma convenção com o Tema “CLIMATIZAÇÃO E TRANSIÇÃO ENERGÉTICA” onde demos particular enfoque a todas estas questões e preocupações. Esta convenção foi um marco e assumiu uma grande importância para a transmissão de conhecimentos e de soluções mais eficientes, onde trouxemos como oradora principal Carolina do Carmo que é uma investigadora portuguesa nesta área, porque na nossa opinião, uma transformação consciente e equilibrada não acontece sem unirmos conhecimentos académicos e profissionais.
A energia consumida pelos sistemas de climatização, ventilação e produção de águas quentes sanitárias representa uma grande fatia da fatura mensal de energia a pagar, quer pelas famílias, quer pelas empresas que gerem o mais variados tipo de edifícios.
O nosso papel neste aspeto é muito importante, desde logo pelo correto dimensionamento dos sistemas de climatização que, quando bem dimensionados, diminuem os custos de aquisição, e instalação e utilização, face a outas soluções desajustadas ou inadequadas à correta utilização dos mesmos. Depois com a preocupação de ter na gama equipamentos com elevadas performance e eficiência, como é o caso das bombas de calor.
Vivemos tempos de grande instabilidade económica, não só em Portugal como a nível mundial.
O nosso sector em particular já teve piores dias. Penso que as preocupações que temos vindo a aqui a falar, bem como todo o caminho que temos para percorrer nestas matérias da eficiência energética e de descarbonização, deixa-nos numa posição mais confortável e não tão dependentes do mercado da construção civil como estivemos noutros tempos.
Para moradias novas de construção de raiz, ou mesmo remodelações mais profundas, as bombas de calor com instalação de pavimentos radiantes, na grande maioria para aquecimento, mas também para arrefecimento e ainda com a produção de AQS integrada.
A Disterm mantém-se fiel aos seus princípios e dedica toda a sua atividade à representação de marcas, assentando o seu funcionamento numa base técnica e profissional, desenvolvendo todos os esforços no sentido de proporcionar aos seus clientes, instaladores AVAC, serviços de pré e pós venda da melhor qualidade e ao melhor nível possível.
Temos uma série de marcas que representamos em exclusividade em Portugal e marcas em que somos um mero distribuidor. Dedicamo-nos única e exclusivamente à climatização, produção de águas quentes sanitárias e, agora mais recentemente, às energias renováveis, com o solar térmico e fotovoltaico. Comercializamos desde os equipamentos aos acessórios necessários a este tipo de instalações.
A THK thinktech, como é sabido, dedica-se às energias renováveis, tendo uma ampla gama no solar térmico e fotovoltaico.
A Nipon disponibiliza uma ampla gama de ar condicionado, bombas de calor monobloco e split para climatização, bombas de calor para AQS, bombas de calor para piscinas, VMC e ventiloconvectores. O próximo ano será um ano de novidades na marca, pois vai arrancar com os sistemas de VRF em Portugal e vai lançar uma série de novos modelos gama residencial e comercial. Adivinha-se, por isso, um ano bastante ativo e interessante.
No ramo da climatização é precisamente o mesmo. Muitos passos foram já dados nesse sentido, mas muitos mais há ainda para dar. Há que formar, certificar e fiscalizar. Isto traz alguma normalidade ao sector e fortes benefícios para o cliente final.
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O Instalador - Informação profissional do setor das instalações em Portugal