Informação profissional do setor das instalações em Portugal
"A Thermosite aposta muito na divulgação de equipamentos e soluções eficientes. Uma das grandes apostas são as bombas de calor."

Entrevista com Pedro Soares, diretor da Thermosite

Alexandra Costa10/07/2023
A pandemia foi muito dura no que concerne às relações interpessoais. Mas, por outro lado, permitiu a evolução dos equipamentos. Hoje, como refere Pedro Soares, diretor da Thermosite já é estranho comprar um aparelho de ar condicionado, ou uma bomba de calor que não comunique por WiFi. Em conversa com O Instalador, o executivo reflete sobre o que mudou no setor nos últimos anos, o impacto da guerra na Ucrânia e o que a marca está a fazer para se preparar para um futuro onde as metas de sustentabilidade definidas pela Comissão Europeia obrigam a uma nova abordagem ao mercado por parte dos fabricantes.
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Que avaliação faz dos últimos três anos, em que o setor se deparou com uma pandemia?

Entendo que a pandemia foi muito dura em termos de relações interpessoais. Todos saímos muito afetados pelo isolamento. O ser humano é social e necessita do convívio para manter a salubridade intelectual. No entanto, a nível global, enquanto sociedade, parece-me que houve uma evolução em diversas áreas, com grande destaque para o digital. Os equipamentos evoluíram, todos os fabricantes correram no mesmo sentido de apetrechar cada sistema com comunicação à distância. E isto acontece porque a sociedade passou a estar preparada para isto. Agora já é estranho comprar um aparelho de ar condicionado, ou uma bomba de calor que não comunique por WiFi. Também as reuniões não presenciais passaram a fazer parte do nosso dia a dia. E isto tudo são evoluções. Acabamos por constatar que apesar dos efeitos secundários, a pandemia teve como consequência um grande salto na evolução do nosso setor.

Como decorreu o negócio da Thermosite durante esse período?

A pandemia teve diversas fases. Na primeira obrigou ao isolamento em casa. Isto levou a muito investimento particular para aumentar a qualidade e o conforto da vida no lar. Todo o setor saiu beneficiado com isto. Numa segunda fase, a procura por equipamentos de última geração, para permitir a comunicação à distância e para melhorar a eficiência energética levou também a uma grande procura. Na fase final, notamos um retomar muito forte do turismo internacional, desejoso de recuperar o tempo perdido de viagens, aleado ao fato de terem poupado dinheiro durante a pandemia, levou à necessidade de retomar rapidamente o investimento em alojamentos locais, hotéis, restaurantes, etc. Do ponto de vista do negócio estas fases refletiram-se no crescimento que tivemos.

A guerra na Ucrânia e a inflação tiveram impacto no negócio da Thermosite? Em que sentido?

A guerra está a ter um grande impacto na vida de todos. Uma primeira consequência é a inflação. Inflação de fontes de energia primária e inflação de produtos alimentares de primeira necessidade. E é difícil entendermos todo o impacto que resulta desta inflação que foi descontrolada durante um grande período. Por outro, resulta uma grande desconfiança dos combustíveis fósseis, o que leva a uma procura de alternativas. Nesse sentido, até numa guerra conseguimos extrair algumas consequências paralelas positivas. A aposta europeia em equipamentos mais eficientes e menos dependentes de energias fósseis é um dado muito vantajoso para todos. A aposta no fotovoltaico reduz a importação de energia, ajudando à nossa balança comercial. A instalação de bombas de calor reduz os consumos energéticos, reduzindo também as importações. Pena é que o Fundo Ambiental não abra. Este fundo era um catalisador muito importante que acelerou este investimento. E é difícil encontrar um investimento com um retorno tão rápido como este.

Quais as principais apostas da Thermosite para este ano?

Este ano estamos a apostar em aumentar a equipa, crescer a gama de produtos, e fazer uma aposta forte na formação presencial. Estamos a preparar uma série de formações de norte a sul do país, para reforçar pormenores de instalação aos profissionais.
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Como antevê a prestação do setor em 2023?

É uma incógnita. É percetível a retração no investimento pelo estado elevado das taxas de juro. Mas, apesar de tudo, há muito movimento nas ruas, muita construção, muito turismo. Apesar de fevereiro e março terem sido meses mais calmos vemos que o ano tem tudo para ser positivo.

A eficiência energética é um tema cada vez mais importante para os clientes e fornecedores. O que a Thermosite está a fazer nesta matéria?

A Thermosite aposta muito na divulgação de equipamentos e soluções eficientes. Uma das grandes apostas são as bombas de calor. Temos uma gama muito completa: bombas de calor de climatização desde 8kW até 30 kW, bombas de calor de águas quentes sanitárias (AQS) de 100 litros murais, de 150, 200 e 300 litros vitrificadas, de 200, 300 e 500 litros em inox. Todas com eficiências de topo, quase todas com comunicação WiFi, e com estéticas modernas.

A Thermosite representa várias marcas em Portugal: GREE, a SIME, a HONEYWELL e a THERMWAY. Descreva-me, sucintamente, os produtos de cada uma, as suas mais-valias e o que podemos esperar de cada uma para este ano.

A GREE é a maior fábrica do mundo de ar condicionado. E é mesmo especializada nesta área. Isso nota-se na qualidade dos artigos. Se avaliarmos as máquinas de entrada de preço da marca, ficamos surpreendidos pela qualidade. São muito melhores que a maioria das máquinas de referência da maioria da concorrência. É a qualidade dos plásticos, dos compressores, dos ventiladores, que em conjunto resultam em unidades mais silenciosas, mais fiáveis, com menos avarias, mais eficientes, e com estéticas muito agradáveis.

A SIME é um dos principais fabricantes de caldeiras Italiano. Tem duas fábricas: uma fundição, onde fabrica os corpos das suas caldeiras de ferro fundido, mas também para outras das principais marcas do mercado. A outra fábrica é a de produção das caldeiras. Ambas as fábricas ficam em Verona. Uma das grandes apostas é a investigação e o desenvolvimento (I&D). É por isso que todos os anos lançam novas gamas de caldeiras, cada vez mais eficientes. Destacamos a Murelle Revolution, que incorpora uma bomba de calor, sendo das poucas caldeiras no mercado classe A++. Outro exemplo é a UNIQA, que é a única caldeira convencional ventilada do mercado.

A HONEYWELL HOME é uma marca da Resideo, multinacional americana que aparece do spin-off da Honeywell. Destacamos os novos termostatos D40, disponíveis em três cores: branco, preto e cinza. Tem ainda a possibilidade de serem interligados a um sistema central, controlado por WiFi. Pela estética moderna, facilidade de regulação, e intercomunicabilidade, estamos seguros do sucesso desta novidade.

A THERMWAY é a nossa grande aposta nas bombas de calor, mas também no ar condicionado, ventiloconevctores, cortinas de ar, VMC, solar térmico, etc. Equipamentos sempre muito eficientes e de última geração.
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Quais são as grandes apostas estratégicas da empresa para os próximos anos?

A nossa aposta são a divulgação junto dos gabinetes de projeto, as formações para instaladores, presenciais e por todo o país, a nossa rede de assistência técnica, com um grande investimento em peças e em formação dos nossos técnicos, bem como a continua aposta em produtos de eficiência energética e conectáveis. A resposta a nível de pré-venda e pós-venda é crítica, porque para nós o cliente está sempre em primeiro lugar.

Qual a importância da assistência técnica a nível de produtos, instalações e projeto?

É o mais importante. Sem uma boa assistência não se ganha confiança de clientes finais, instaladores, projetistas, etc. É por este motivo que a assistência sempre foi prioritário, e uma das nossas primeiras apostas. Os nossos clientes sabem disso, e é por isto que os temos fidelizados connosco.

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