As instalações que fazemos de sistemas fotovoltaicos estão preparadas para o futuro?

Tiago Antunes, sales manager da Esdec para Portugal, identifica os principais pontos onde devemos focar a nossa atenção aquando da instalação.

“Em relação ao custo global de uma solução fotovoltaica, a subestrutura representa normalmente cerca de 10%, variando, claro, o sistema de que estamos a falar. Nem todos os instaladores e empresas do setor dão a atenção necessária e cuidada a este aspeto do sistema. Afinal de contas estamos a falar da estrutura que vai suportar o sistema fotovoltaico por 25 anos ou mais, e nem sempre este facto é reconhecido ou, até mesmo, pensado. A importância de usar uma estrutura com qualidade, garantia e certificações internacionais pode fazer toda a diferença no resultado”, salienta.

Recorde-se que a Esdec desenvolve e fornece sistemas universais de fixação para coberturas planas e telhados inclinados em todo o mundo.

É importante que as estruturas de fixação obedeçam a critérios de qualidade. Alguém que desenvolve, desenha e fabrica ou fornece estruturas é, ou devia ser, obrigado a uma série de cálculos precisos e a desenvolver uma bateria de testes que sustente esses mesmos cálculos, revestindo-os da segurança e confiança que o mercado merece e precisa.

As empresas que querem ser consideradas, de uma forma séria, como fornecedores de estruturas de fixação para fotovoltaico, não podem apenas testar um sistema em túnel de vento, mas toda e qualquer alteração, inovação ou novo desenvolvimento, assim como executar uma série de outros testes, como por exemplo o teste de acoplamento, por forma a que o lastro possa ser otimizado, algo que já se começa a verificar obrigatório em alguns países como, por exemplo, os Estados Unidos da América.

Estas técnicas e testes permitem-nos blindar as nossas estruturas com o fator segurança, fiabilidade, confiança e inovação, sendo o nosso objetivo dotar o mercado de conhecimento para que possamos, em conjunto, atingir novos patamares de qualidade e segurança.

Existe uma enorme variabilidade de qualidade no mercado. Os melhores instaladores e empresas do setor estão sempre em busca de soluções que lhes possam transmitir a confiança e segurança, assim como executarão a sua instalação com a qualidade e fiabilidade que o seu cliente merece, e esta necessidade tem sido cada vez mais crescente, o que eleva o nível de exigência às empresas como a Esdec.

As equipas de instalação devem ser treinadas para atingir um patamar de conhecimento nivelado para saberem os fatores importantes e decisivos na conceção e instalação de um sistema fotovoltaico fiável. Uma cobertura plana a 6 metros de altura ou a mesma cobertura a 8 metros de altura apresenta resultados bastante diferentes nos cálculos, já que o efeito do vento nestas alturas distintas é muito diferente. Ter a capacidade de calcular tudo no papel de um instalador, não é essencial, mas saber o que realmente é importante é absolutamente crítico e fundamental: se pensarmos na altura a que está o telhado, na localização e zona de vento (altura do nível do mar, distância à costa, categoria do terrenos, etc.), no tipo de membrana ou material que reveste o telhado para saber o coeficiente de fricção, orografia do terreno (edifício e obstáculos que rodeiam a instalação), etc.

Quanto mais precisa for a informação, mais fiável pode ser o plano de instalação e mais otimizado pode ser o sistema fotovoltaico ao longo do seu ciclo de produção. Para telhados inclinados as preocupações mantêm-se. Qual o efeito do vento naquele edifício e estrutura? Vibração do módulo? Resistência dos materiais à radiação UV e aos efeitos climatéricos e químicos (indústria por exemplo)? Ligações terra e equipotencial são naturalmente importantes para prevenir riscos de dano físico pela voltagem ou incêndio por curto-circuito. Outros fatores deverão ser tidos em consideração como por exemplo a distância de segurança a manter das extremidades, e outros menos relevantes, mas que em conjunto com estes fazer a nossa instalação ter uma qualidade acima da média.

Dados fiáveis são necessários, mas também a instalação o deve ser! Não é necessário dizer que todos os componentes devem ser estudados e usados como conjunto, já que os testes efetuados foram feitos para analisar em exaustão o comportamento dos vários componentes como um todo. Se a estrutura de fixação não estiver instalada corretamente, poderemos encontrar problemas futuros ao nível elétrico e impactos negativos nas coberturas, como infiltrações ou forças desnecessárias com dilatações e contrações ao nível da cobertura. Apesar de parecer lógico, muitos são os casos em Portugal que correram mal. Uma grande parte das vezes isto deve-se ao facto de a realidade que encontramos na instalação ser totalmente diferente do que estava planeado inicialmente.

Equipamentos de ar condicionado deslocalizados, uma nova saída de ar ou uma simples alteração de localização, fazem com que o plano não possa ser executado como inicialmente previsto e é necessário uma revisão cuidada ao layout final da instalação, que pode implicar uma revisão ao lastro aplicado ou pontos de ancoragem, sendo infelizmente muitas vezes, ignorado este facto, levando à deteção de problemas no futuro, que ocorrem a maior parte das vezes exatamente nestes locais.

A inspeção antes, durante e após a obra é muito importante. Caso o sistema não esteja devidamente ligado, ele pode mover-se durante um temporal ou deslizamento por dilatação na cobertura, originando tensões em materiais e equipamentos desnecessárias.

A manutenção não é menos importante. Na minha opinião ainda pouco se fala neste tópico, o que corresponde à pouca manutenção a ser feita às instalações efetuadas. Estamos a subvalorizar este aspeto, em especial, quando somos alertados para algum efeito climatérico forte ou inesperado. Deveríamos sempre validar a instalação regularmente, quer visual quer fisicamente, para que as necessárias correções e intervenções fossem feitas sem que danos ou prejuízos fossem causados. Isto torna-se mais fundamental já que mais do que um destes fenómenos pode ocorrer em épocas distintas, aliás, como vimos num passado recente em Portugal, com ventos a atingir os 150 km por hora, e se formos céleres nesta intervenção podemos evitar problemas maiores, caso ocorra um segundo evento desta natureza. Aconselhamos sempre a que haja um acordo de manutenção preventiva com o cliente final, que pode mesmo incluir a limpeza e otimização do sistema (painéis mais eficientes, etc.).

Para se ter o sistema fotovoltaico mais fiável, é crucial determinar com precisão a posição efetiva e quantidade de lastro a usar. O uso por excesso ou por defeito de lastro pode causar danos irreparáveis na cobertura e arriscar a vida de pessoas. E isto, claro está, está diretamente interligado à força do vento. É por termos estas preocupações bem presentes na Esdec que pensamos que os nossos parceiros precisam constantemente de entender quais os efeitos que o vento causa num sistema fotovoltaico e como uma casa, edifício ou armazém reagem e enfrentam o vento que os envolve.

É a combinação destas variáveis que testamos à exaustão na Esdec. Todos os nossos sistemas são constantemente testados, entre muitas outras ferramentas, com simulações computacionais minuciosas. Com a modelação CFD (Computational Fluid Dynamics) conseguimos similar a cadência e comportamento do vento nos sistemas fotovoltaicos e nos edifícios. Para além desta bateria de testes, também efetuamos testes em túnel de vento, com o olhar atento dos nossos especialistas e entidades. Finalmente, fazemos testes mecânicos no nosso centro de inovação em Deventer, para determinar o efeito de acoplamento em diversos painéis de módulos em coberturas planas: testes de levantamento para determinar a resistência e solidariedade das nossas estruturas. Os resultados de todos estes testes permitem conceber os sistemas mais eficientes, com a máxima otimização da estrutura, permitindo aos nossos parceiros oferecer ao seu cliente final e a si mesmo segurança, confiança e fiabilidade.

Finalmente, Tiago Antunes explica que a estrutura de fixação também desempenha um papel importante em caso de incêndio. Felizmente, um incêndio no telhado não ocorre frequentemente.

No entanto, é importante conceber e instalar a estrutura para que os corredores de ar existentes não ajudem na propagação do incêndio. Este facto é preponderante em telhados inclinados, onde se verifica um efeito de sucção. Como exemplo, os Estados Unidos da América têm muito mais rigor nesta área e na aerodinâmica do sistema, para que o impacto do fogo, em caso de incêndio, seja o menor possível. Os nossos sistemas foram submetidos a testes nos EUA para que pudessem cumprir os mais rigorosos padrões de qualidade, prevendo que esta exigência cresça na Europa nos próximos meses.

Para estruturas de fixação são sempre feitos cálculos cuidados e minuciosos. É importante que o plano de instalação seja seguido com rigor e atenção durante a instalação. Na prática, contudo, dificilmente os manuais de instalação estão em obra ou foram lidos previamente. A instalação é feita normalmente de forma intuitiva e os nossos sistemas foram concebidos com isso em mente, aumentando drasticamente a simplicidade de instalação. Infelizmente nem sempre as coisas são assim, sendo a própria interpretação do instalador a ser elaborada, o que pode causar constrangimentos futuros. O nosso apoio em obra, antes, no arranque e durante a obra é fundamental para ter um resultado otimizado.

Saiba mais aqui: www.esdec.com