BI301 - O Instalador

14 GESTÃO TÉCNICA CENTRALIZADA Edifícios 4.0: digitalização e gestão técnica centralizada na eficiência energética do edificado “A Europa tenciona capacitar as empresas e as pessoas num futuro digital centrado no ser humano, sustentável e mais próspero”. Esta é a visão apresentada, em março de 2021, pela Comissão Europeia para a transformação digital da União Europeia (UE) até 2030, que aponta quatro pontos fundamentais: competências, infraestruturas digitais seguras e sustentáveis, transformação digital das empresas e digitalização dos serviços públicos. Paulo Santos Diretor de Sistemas de Gestão e Certificação da ADENE Esta aposta da UE na transição digital é suportada pelo mecanismo europeu de recuperação e resiliência e pelos respetivos planos nacionais. No caso português, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) prevê a dimensão de transição digital, com apoios muito relevantes: 650 milhões de euros para a componente '16 – Empresas 4.0', destinados a reforçar a digitalização das empresas através de soluções que promovam, entre outros aspetos, a modernização do trabalho e dos pro- cessos de produção e a incorporação de tecnologias disruptivas. Conjugando este apoio à digitaliza- ção com os previstos na dimensão de transição climática do PRR para as componentes '13 - Eficiência ener- gética em edifícios' (610 milhões de euros) e '11 – Descarbonização da indús- tria' (715 milhões de euros), temos um amplo leque de oportunidades para a implementação de soluções de gestão técnica centralizada (GTC). Os sistemas de GTC são um instrumento cada vez mais utilizado para a monitorização de instalações, sua condução eficiente e otimização do uso de recursos, espe- cialmente em edifícios. À semelhança do que se passou com a Indústria 4.0, a chegada do digital está a promover uma transformação profunda nos setores da construção e da gestão dos edifícios. Combinando vários fatores como a Modelação da Informação da Construção (BIM), as tecnologias de automação, a Internet das Coisas (IoT) ou o uso de grandes volumes de informação (Big Data), é hoje mais fácil assegurar edifícios energeticamente mais eficientes, quer na fase de construção, quer na fase de uso. Ao integrar estes e outros fatores, os GTC desempenham um papel funda- mental no caminho para um conceito que se pode designar de 'Edifícios 4.0', com potenciais de poupança ener- gética que facilmente atingem os 15-20% em relação ao consumo de instalações tradicionais. Além do contexto proporcionado pela estratégia para a transformação digital e pelo mecanismo de recuperação e resiliência, também o contexto regu-

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