BI296 - O Instalador

RENOVÁVEIS | FOTOVOLTAICO 93 permitindo melhorar o desempenho da instalação e prolongar o tempo de vida. As informações que estas instalações antigas podem fornecer são muito valiosas, pois hoje, devido ao crescimento exponencial, apenas 3% da potência mundial instalada tem mais de 10 anos. TAXA DE DEGRADAÇÃO ANUAL Em relação à taxa de degradação, a equipa do GRECO selecionou 25 instalações entre mais de 100 parti- cipantes, atendendo a dois critérios fundamentais para este estudo: idade suficiente e, sobretudo, existência de dados para monitorizar o funciona- mento ou alguma caracterização da potência em vários momentos ao longo da vida (pelo menos nos primeiros e últimos anos). No total, foi realizada a análise a um parque com mais de 110 MW fotovoltaicos distribuídos pela Europa, incluindo- -se instalações commais de 30 anos. O resultado desta análise revela que as taxas de degradação destas instalações variam entre -0,1%/ano e -0,75%/ano (módulos de 10 fabricantes diferentes). Emgeral, todos os módulos semdefei- tos relevantes cumprem a garantia do fabricante de que os produtos não se degradariam em mais do que 20% da potência inicial nos primeiros 25 anos de operação (taxa de -0,8%/ano). A degradação média obtida para todo o conjunto é de -0,3%/ano, valor que melhora para -0,25%/ano se forem consideradas apenas as instalações em que não se detetou qualquer defeito nos módulos (principalmente pontos quentes nas células, pontos quentes em soldaduras, células rachadas e delaminações). Nas situações mais comuns, semocorrência de problemas graves, a degradação dos módulos é inferior ao que é declarado pelos fabricantes nos seus catálogos. Na Figura 1, pode observar-se o resultado de uma das instalações analisadas: localizada em Madrid, tem uma potência inicial de 5,8 kWp, está livre de defeitos e apresenta uma degradação anual de apenas -0,2%. Isto presume que as previsões de produção de energia feitas antes da construção das instalações eram em geral pessimistas. Por isso, o consórcio GRECO apresentou 3 cenários possí- veis de envelhecimento (Figura 2) dos módulos fotovoltaicos, com base nos resultados obtidos: • Um primeiro cenário “conservador” baseado na garantia do fabricante: -0,8%/ano. É um cenário pessimista, que assume que os módulos vão degradar-se anualmente de acordo com o teto estabelecido pelo fabri- cante, devendo aplicar-se a garantia, se ultrapassado. • Um segundo cenário “ajustado”, ou de risco, considera que os módulos se comportarão da melhor forma e sem se degradar mais do que o mínimo possível: -0,25%/ano. É um cenário otimista, que parte do pressuposto de que os módulos não desenvolverão problemas que possam aumentar este valor. • Um terceiro cenário “razoável” contempla uma degradação anual intermédia entre os outros dois, com uma taxa de -0,45%/ ano. Considera que os módulos vão ter um desempenho muito melhor do que o declarado pelo fabricante, mas acomoda uma Figura 1. Degradação de potência, ao longo do tempo, de uma instalação de 5.8 kWp localizada em Madrid.

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