BI295 - O Instalador

66 RENOVÁVEIS | ENERGIA SOLAR Evolução do Solar PV de larga escala em Portugal: mitos e factos Portugal mostra-se no panorama europeu como um dos mercados mais promissores para o desenvolvimento da energia solar fotovoltaica, tanto pela localização geográfica privilegiada em termos de recurso, como pela visão estratégica de desenvolvimento do setor renovável incluída no Plano Nacional de energia e Clima para 2030 (PNEC 2030). Susana Serôdio Departamento Técnico da APREN Contudo, no fim de 2020, a potência solar fotovoltaica no País (cerca de 1 GW) respondeu a uma pequena parcela do consumo de eletricidade nacional, de apenas 3,2 %, num cenário em que a eletricidade renovável como um todo representou 58,1 % da procura. Ainda antes dos dois leilões de capa- cidade de reserva realizados em 2019 e 2020, o holofote já estava, em pleno, na tecnologia solar fotovoltaica, pois apresentava a maior margem de desenvolvimento no país, com um ponto de partida longe do objetivo para 2030. Nesta ótica, é importante olhar para trás, para compreender- mos o trajeto e decisões até agora tomadas para o desenvolvimento do setor solar fotovoltaico de larga escala e para avaliarmos crítica e estrategi- camente qual o caminho que o país deve seguir para desenvolvimento de um setor com importantes benefí- cios para a economia, ambiente e sociedade. Numa perspetiva histórica, a promoção da eletricidade renovável na Europa, e consequentemente em Portugal, ini- cia-se em 2001 com a publicação da primeira Diretiva Europeia relativa à promoção da eletricidade produzida a partir de fontes de energia renová- veis, que veio, pela primeira vez, impor quotas específicas de incorporação renovável, assentes numa política estratégica que desse resposta aos compromissos a que o mundo apelou no âmbito do Protocolo de Quioto. Nesta primeira fase, o compromisso europeu teria inequivocamente de passar pela criação de economias de escala para a integração de renováveis no mercado interno da eletricidade,

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