BI340 - O Instalador

93 DOSSIER FORMAÇÃO vesse reestruturações dos cursos. Muito mudou na sociedade nesse aparente curto período que, seria irreflectido, não pensar em algumas das alterações registadas, mesmo que outras se pudessem ter evitado. Mas, apesar disso, deve-se principalmente registar o desempenho das gerações dos que passaram pelo ensino superior e que, tendo obtido as suas graduações, se encontram a desenvolver actividade, seja no projecto, na instalação, na manutenção e até comercial, na engenharia do AVAC-R e têm correspondido aos mais variados desafios que profissionalmente foram enfrentando. Muitos têm-no feito, com êxito, também no estrangeiro, e isso é motivo de reconhecimento para o que se faz bem em Portugal. OUTROS REGISTOS A juntar ao contributo dado pelas instituições de ensino superior, seja o universitário, seja o politécnico, é justo não esquecer o que se fez e continua a fazer na Escola Náutica Infante D. Henrique no antigo curso de Engenheiros Maquinistas Navais, actual Licenciatura em Engenharia de Máquinas Marítimas. Apesar do curso ser mais destinado a preparar os formandos para lidarem com o “ambiente das máquinas marítimas”, muitos dos que passaram por essa escola dedicaram-se, ao longo das suas vidas profissionais, a actividades de AVAC-R, sendo justo aqui ser referido. Há um aspecto diferenciador dos cursos de engenharia actuais, mas também extensível aos de nível profissionalizante, que importa registar: o ensino laboratorial. Como já foi referido, o aparecimento do ensino politécnico trouxe consigo a construção de novas escolas, todas equipadas com laboratórios, o que constituiu, e assim continua, uma vantagem inquestionável no processo ensino-aprendizagem. Para quem fez a aprendizagem das matérias fundamentais do AVAC-R apenas tendo como recursos didácticos os livros e pouco mais, num ensino muito baseado na análise teórica dos temas físicos do AVAC-R, onde apenas na chegada à vida profissional se era exposto perante os equipamentos e os sistemas que estudara, certamente não tem dificuldade em reconhecer as vantagens atuais. A COMPLEXIDADE BUROCRÁTICA TRAZIDA PELA UNIÃO EUROPEIA E OS DESAFIOS AMBIENTAIS A adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia, hoje União Europeia, em 1 de Janeiro de 1986, também trouxe influências diversas às actividades do sector múltiplo do AVAC-R e, claro, também ao ensino. O modelo dos cursos do ensino superior saído do “Acordo de Bolonha” no final do século XX teve influência na formatação e nos curricula dos cursos de engenharia, como é do conhecimento geral, e a ele não escaparam aqueles onde tais matérias são leccionadas. Trouxe também um modelo ao ensino superior que se tem reflectido na redução do número de horas presenciais, isto é, de aulas formais, deixando para os alunos maior responsabilidade no processo de aprendizagem, o que é compreensível, uma vez que transfere para os estudantes um dos pressupostos fundamentais que regem o ensino superior: a autonomia no estudo e, consequentemente, o treino no processo de tomada de decisões. No entanto, isso também requer outras estratégias por parte dos professores porque, neste modelo, a metodologia antiga de meramente seguir uma sebenta não é a melhor solução. Por outro lado, se a preparação propedêutica dos alunos não for a melhor, a implementação dos novos métodos numa fase mais avançada dos cursos torna-se difícil e com menores possibilidades de sucesso. Mas, a UE tem tido outras influências, estas relacionadas com as actividades economicas em que, umas mais

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