92 DOSSIER FORMAÇÃO já “nascerem” com três anos e com graduação académica de bacharelato - houve um de Equipamentos Térmicos, na Ex-Escola Superior de Tecnologia e Gestão, que integrava no seu plano curricular um conjunto de cadeiras com ênfase no AVAC-R, das quais se citam: Ar Condicionado Aquecimento e Ventilação I e II, Aplicações Frigoríficas e Instalações Frigoríficas, todas com duração de 7 horas, distribuídas em módulos semanais de 1T+2TP+4P. Para além deste modelo lectivo, o plano pedagógico ainda integrava três estágios curriculares a realizar em ambiente empresarial no final de cada ano lectivo, com o objectivo de preparar a integração dos alunos nas diversas actividades que iriam encontrar na sua vida profissional. Defendia-se à época este modelo, sobretudo pela diferenciação relativamente ao ensino universitário e à necessidade de uma formação técnica aplicada, muito dirigida ao mercado de trabalho, particularmente ao regional – tanto assim que, no Ex-Instituto Politécnico de Faro, um dos cursos inicialmente pensado se designava por Tecnologia do Pescado, mas que, quando viu a luz em 1988/1989, já designava Tecnologia Alimentar. O modelo destes cursos foi baseado principalmente no que havia na GrãBretanha com os sandwich courses dos Institutos Politécnicos, os quais acabaram também por ter uma deriva semelhante à dos nossos, pela mesma altura. O que se seguiu também é do conhecimento geral. Os cursos foram a pouco e pouco aproximando-se aos do sistema universitário, perdendo os estágios, reduzindo o número de horas semanais, mudando as designações iniciais (o de Equipamentos Térmicos passou primeiro a nomear- -se Engenharia Térmica e depois Engenharia Mecânica), havendo exemplos em áreas concretas em que as diferenças na formação num ou noutro dos sistemas são poucas, a não ser as que os documentos legais estabelecem. De facto, os dois sistemas de ensino superior têm carreiras docentes diferentes, mas os graus académicos que conferem são os mesmos com excepção do doutoramento que, por enquanto, só as universidades podem conferir. Mas, pelo menos no caso que melhor conhecemos, o da Engenharia Mecânica de Faro, no Instituto Superior de Engenharia da Universidade do Algarve, o "major" contínua a ser a Climatização e a Refrigeração, no ramo de Térmica, apesar do curso ter vindo a perder a sua “especialização” inicial. Afinal, trata-se de um curso de Engenharia Mecânica que é suposto não ser meramente profissionalizante, mas ter uma abrangência mais ampla. A evolução que se descreveu anteriormente de forma sintetizada tem sido motivo de críticas diversas, havendo pontos de vista opostos, dos quais não nos iremos aqui ocupar. O tempo dessas opções passou. Algumas eram inevitáveis, outras provavelmente não, mas não conseguimos imaginar que em quatro décadas, ou mais, não hou- “Deve-se principalmente registar o desempenho das gerações dos que passaram pelo ensino superior e que, tendo obtido as suas graduações, se encontram a desenvolver actividade, seja no projecto, na instalação, na manutenção e até comercial, na engenharia do AVAC-R e têm correspondido aos mais variados desafios que profissionalmente foram enfrentando”
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