OPINIÃO 108 Carmen Lima* Consultora para a Sustentabilidade * Consultora para a Sustentabilidade. Doutoranda em Engenharia do Ambiente no IST, investigadora na área do Amianto. Presidente da SOS AMIANTO - Associação Portuguesa de Proteção Contra o Amianto. Autora do livro “Não Há Planeta B: Dicas e Truques para um Ambiente Sustentável”. Foi Conselheira do Conselho Económico e Social. A economia da floresta A floresta é muito mais do que um aglomerado de árvores. Mais do que as múltiplas cores das diversas espécies de flora e fauna, mais do que a panóplia de odores característicos ou dos trilhos nos levam a recantos mágicos. A floresta é uma "prestadora de serviços" para a Humanidade! Para além do fornecimento de recursos diretos - a madeira, a cortiça, frutos e produtos diversos, contribui igualmente com recursos indiretos, através do funcionamento dos seus mecanismos de absorção e limpeza do ar que respiramos (responsáveis pela regulação do equilíbrio ecológico), atua na renovação dos ciclos biológicos e de suporte à biodiversidade, permite o carregamento dos lençóis freáticos, bem como o controlo climático, entre outros diversos serviços. A floresta funciona como uma prestadora de serviços ambientais, sociais e económicos que contribuem para o desenvolvimento local, motivando a fixação da população em zonas remotas, impulsionando o progresso e inovação em diversas indústrias (locais, regionais e nacionais), e oferece valor cultural e recreativo com atividades de lazer. Para além destes “serviços”, a floresta é, sem qualquer dúvida, essencial para a qualidade de vida humana e para a sustentabilidade do Planeta. Portugal é beneficiado com uma vasta área arbórea, com características únicas, que se ajustam às características climáticas, geológicas e ambientais do nosso país, qualidades que nos permite retirar benefícios, pelo que a sua preservação e proteção deveriam ser uma prioridade nacional, sem demagogias ou “clichés”! A sinalizar terrenos florestais, uma gestão florestal responsável, a certificação florestal, o reforço do papel dos agentes da vigilância florestal, o reforço de recursos de gestão e proteção, aliadas a uma educação para o correto uso da floresta, são medidas fundamentais para que, apesar de identificadas e algumas delas já implementadas, sejam insuficientes, tal como é insuficiente a ambição para enfrentar este recurso – Floresta -com a responsabilidade necessária atendendo aos desafios que todos os anos surgem, quando as temperaturas sobem. Entre junho, julho e agosto o risco de incêndio aumenta substancialmente, as amplitudes térmicas ao longo do
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